sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A família de meu irmão Chico Xavier



Antonio Paiva Rodrigues

“O infinito Amor de Deus flui para meu interior e em mim resplandece a luz espiritual do amor”. “Esta luz se intensifica, cobre toda a face da terra e preenche o coração de todas as pessoas com o espírito do Amor, Paz, Ordem e Convergência para o Centro”.

Em qualquer mapa geográfico a cidade de Pedro Leopoldo está presente, localizada no Estado de Minas Gerais, município muito conhecido dos brasileiros, por ter sido berço natal de uma figura extraordinária de nome Francisco de Paula Cândido Xavier, conhecido carinhosamente por Chico Xavier.

A influência desta grande figura modificou radicalmente a vida pacata deste município mineiro, que possuía uma vida tranqüila, seus habitantes subsistiam da agricultura, e de um comércio informal.

Antes e dantes pela evolução Pedro Leopoldo já respira um ar diferente, antes puro, sem poluição, hoje com a implantação de industrias de Cimento, aço e o acréscimo da população, foi um passo para que Chico deixasse sua terra natal e fosse viver na pequena e simplicíssima, Uberaba por problemas de saúde.

Um arraial cognominado de “Cachoeira das Moças” em meados de 1901 recebeu o nome de Pedro Leopoldo em homenagem ao engenheiro que fez a extensão da linha férrea da Central do Brasil até o arraial, uma homenagem muita justa para homens de visão, que trabalham pelo bem-estar da humanidade.

No dia 02 de abril do ano de 1910, nascia uma criança do sexo masculino, que se tornaria mais tarde conhecida mundialmente pela sua espiritualidade e pela ação social que, desenvolvia em prol dos fracos e oprimidos.

Aos quatro anos de idade já possuía uma mediunidade bastante ostensiva ou tarefeira como queiram. Oriundo de uma família humilde passou sua infância em Pedro Leopoldo tendo aos cinco anos ficado órfão de mãe; um fato que pouca gente tem conhecimento é que; Chico na mocidade chegou a pesar quase 100 quilos, tornando-se depois um homem franzino e com saúde debilitada, conseqüência destes fatores à procura pelos médicos era constante.

Com seus dons paranormais chamou atenção do Brasil e do mundo, inclusive dos cientistas que procuravam através de todos os meios possíveis, desvendar tal mistério. Um dom divino, dado pelo Pai Maior, jamais seu poder seria colocado em xeque mate pelos cientistas e por curiosos e interessados pelo fenômeno.

Ficou conhecido pela simplicidade, pelo auxílio aos mais carentes e ajuda as instituições de caridade, sempre radiante, expelia simpatia e encantava a todos os seus admiradores. Seu maior instrumento de trabalho estava inserido na Paz e no Amor.

Como Jesus, nasceu num berço simples, um amigo Vereador Cândido Antonio Vieira, esta humildade habitação foi incorporada ao Patrimônio Histórico Nacional de sua cidade natal. João Cândido Xavier seu pai, ganhava pouco para o sustento da família, ele vendia bilhetes de loteria. Com a ajuda da mãe Maria João de Deus nos afazeres domésticos iam levando a vidinha que um humilde leva e neste ínterim a família aumentava.

Uma prole de nove filhos: Maria Cândido Xavier conhecida por Bita a mis velha, teve cinco filhos e foi casada com outro Francisco; Maria da Glória, José, Áurea, Raymunda, Marta e uma filha adotiva de nome, Elvira todos já desencarnados. Seguem-se: Luiza Xavier já desencarnada teve duas filhas; Carmosina Xavier Pena, conhecida por Zina, cinco filhos; José Cândido Xavier, Raymundo Xavier, o popular Mundico, Dois filhos; Maria da Conceição Xavier Pena, Tiquinha com sete filhos; Geralda Xavier Quintão, quatro filhos; Maria de Lourdes Xavier Fernandes, seis filhos e casada com o Sr. Pedro Quintão.

Uma família bastante numerosa a do Chico, entre irmãos, cunhados e sobrinhos, foram 50 ao todo. Um fato triste para a família foi o desencarne da senhora Maria João de Deus em 29 de setembro de 1915, oriunda de Santa Luzia, Minas Gerais, após dois anos o pai de Chico casou-se novamente e desta segunda união nasceram mais seis filhos: André Luiz, Lucília Xavier Silva, Cidália Xavier de Carvalho, Doralice Xavier e João Cândido Xavier Filho.

O nome de sua segunda esposa era Cidália Batista, aumentando a família em mais dezesseis componentes.

Dona Cidália desencarnou em 19 de abril de 1931, era conhecida como “anjo Bom”, seu pai não casou mais, vindo a falecer em 6 de dezembro de 1960 em Pedro Leopoldo, aos 92 anos de idade. Dona Cidália foi chamada de o anjo bom, pois devido ao desencarne da primeira esposa de seu pai, a família se se desestruturou, sendo Chico adotado por uma madrinha sua. Com o segundo casamento dona Cidália tomou uma providencia feliz, conseguiu reunir todos no mesmo lar.

Outro fato interessante é que o nome de Chico seria Francisco Cândido Xavier, um amigo de seu pai ao registrá-lo acrescentou: DE PAULA.

Esta é uma pequena biografia do grande Chico que mesmo desencarnado, continua vivo no coração da maioria dos brasileiros, principalmente aqueles que professam a Doutrina Espírita. Ressalte-se que sua primeira obra psicografada foi intitulada: “Parnaso Além Túmulo em 1932, o seu segundo foi” Cartas de uma Morta, lançado em 1935, pela editora Lake, obra psicografada por Chico através do espírito de sua mãe.

Chico Xavier enfrentou vários problemas no início de sua vida espiritual, inclusive a negação da publicação de seus livros pela Federação Espírita Brasileira. Outros fatos merecem destaques, mostraremos em outras matérias vindouras, que precisam ser bem pesquisadas para não causarem um certo furor entre os admiradores do inesquecível Chico Xavier. Assim seja.

Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/apaiva/a-familia-de-meu-irmao.html

Dias de solidão



Tem dias em que a gente se sente como quem partiu ou morreu. Quando o poeta da música popular escreveu esses versos, explicitava na canção o sentimento que muitas vezes se apodera de nossa alma.
São aqueles dias onde a alma se perde na própria solidão, encontrando o eco do vazio que ressoa intenso em sua intimidade.
São esses dias em que a alma parece querer fazer um recesso das coisas da vida, das preocupações, responsabilidades e compromissos, para simplesmente ficar vazia.
Não há quem não tenha esses dias de escuridão dentro de si.
Fruto algumas vezes de experiências emocionais frustrantes, onde a amargura e o dissabor nos relacionamentos substituem as alegrias de bem-aventuranças anteriores.
Outras vezes são os problemas econômicos ou as circunstâncias sociais que nos provocam dissabores e colocam sombras na alma.
A incompreensão no seio familiar, a inveja no círculo de amizades, a competição e rivalidade desmedida entre companheiros de trabalho provocam distonias de grande porte em algumas pessoas.
Nada mais natural esses dissabores. Jesus, sabiamente, nos advertiu dizendo que no mundo  só encontraríamos aflições.
Tendo em vista a condição moral de nosso planeta, as aflições e dificuldades são questões naturais e, ainda necessárias para a experiência evolutiva de cada um de nós.
Dessa forma, é ilusório imaginarmos que estaríamos isentos desses embates ou acreditarmo-nos inatacáveis pela perversidade, despeito ou inferioridade alheia.
Assim, nesses momentos faz-se necessário enfrentar a realidade, sem deixar-se levar pelo desânimo ou infelicidade.
Se são dias difíceis os que estejamos passando, que sejam retos nosso proceder e nossas ações. Permanecer fiel aos compromissos e aos valores nobres é nosso dever perante a vida.
Os embates que surjam não devem ser justificativas para o desânimo, a queixa e o abandono da correta conduta ou ainda, o atalho para dias de depressão e infelicidade.
Aquele que não consegue vencer a noite escura da alma, dificilmente conseguirá saudar a madrugada de luz que chega após a sombra, que parece momentaneamente vencedora.
Somente ao insistirmos, ao enfrentarmos, ao nos propormos a bem agir frente a esses momentos, teremos as recompensas conferidas àquele que se propõe enfrentar-se para crescer.

* * *

Se os dias que lhe surgem são desafiadores, lembre-se de que mesmo Jesus enfrentou a noite escura da alma, em alguns momentos, porém, sempre em perfeita identificação com Deus, a fim de espalhar a
claridade sublime do Seu amor entre aqueles que não O entendiam.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7,
do livro Atitudes renovadas, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Fonte:http://visao-espirita.blogspot.com.br/2010/06/dias-de-solidao.html

sábado, 24 de novembro de 2012

Passes Espirituais

Paula Calloni de Souza

Os métodos de cura com as mãos ganham cada vez mais adeptos no Brasil e já começam a ser aceitos como complementação eficiente ao tratamento médico convencional.

Para o químico industrial Gilberto Alcoba Marques, de 47 anos, o tratamento com passes foi mais do que uma simples tentativa de cura. Espírita há vinte e cinco anos, ex- fumante inveterado, Gilberto era o que ele mesmo classificou de “papa-passes” típico. Ou seja, aquela pessoa que conhece a doutrina, mas sem grandes aprofundamentos, e apenas procura o bem-estar proporcionado pelos passes em centros espíritas. Até que, por volta de dez anos atrás, durante exames de rotina, veio a notícia: Gilberto tinha um tumor na garganta. Após passar pela orientação do centro espírita que freqüentava, foi encaminhado a um tratamento com passe do tipo P3A. Enquanto isso era acompanhado de perto pelo tratamento médico convencional, tomando medicamentos e fazendo periódicos exames de reavaliação. Um ano após os dois tratamentos, com medicina tradicional e passes, a surpresa: o tumor havia desaparecido.

Em outra área da medicina – a das doenças mentais –, projetos pioneiros que aliam ciência e espiritualidade vêm merecendo atenção redobrada. Nas Casas André Luiz, tem sido acompanhada a evolução de 650 pacientes submetidos aos tratamentos espirituais. Os resultados devem sair em janeiro do próximo ano. Para o diretor técnico e clínico da instituição, o psiquiatra Frederico Leão, “a proposta é exatamente mostrar que as revelações e os conceitos da teoria espírita são demonstráveis do ponto de vista científico. É possível a terapia espiritual andar de mãos dadas com a ciência,o que traz benefícios complementares ao tratamento convencional”.

A aplicação de passes, sempre precedida de uma preleção do Evangelho, é, geralmente, o primeiro contato de ordem prática que se tem dentro de um centro espírita kardecista. Era praticado por Jesus e, no kardecismo, exige quatro anos de preparação. “O passe nada mais é senão a concentração de energias que o médium capta do cosmos, de entidades espirituais superiores e de si mesmo”, explica William Jones, presidente da Instituição Espírita Seara Bendita. Fundada em 1951, por José Klors Werneck, a Seara atende cerca de vinte e cinco mil pessoas por mês.

Ao passar pelo setor de orientação, o indivíduo ganha uma pequena ficha, na qual são prescritos os tipos de passe que deverá tomar e por quanto tempo. O público em geral não entende o que significam tantos números e letras: A2, P3C, P4. Trata-se de uma padronização efetivada pela Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), que classifica os tipos de passe adequados a cada enfermidade, física ou espiritual. Eles são de dois tipos básicos: o magnético, em que é utilizado fluido do ser humano aplicador; e o espiritual, vindo de entidades desencarnadas evoluídas, capazes de emitir fluidos mais puros e com maior poder curativo. E o que sente um médium que aplica passes? A maioria dos entrevistados revelou o aquecimento das mãos como sensação principal.

Como Agem os Passes?

O perispírito possui centros de recepção de energia ligados ao corpo físico através dos plexos, que, por sua vez, são terminações nervosas ligadas aos diversos sistemas que fazem o organismo funcionar. Energias deletérias vindas do ambiente, de pessoas encarnadas ou desencarnadas ou do próprio corpo mental do indivíduo (pensamentos negativos), podem desequilibrar essas energias, trazendo doenças no plano mental ou físico. O passe pode reequilibrar esses centros de força através da aplicação de fluidos saudáveis.

Alguns fatores parecem ser primordiais na eficácia do tratamento com passes: a fé, a busca pela elevação moral e o aspecto psicológico. Para o psiquiatra Franklin Ribeiro, dirigente do Centro Espírita João Evangelista, no qual trabalha há dezenove anos, o relacionamento que se estabelece entre aquele que procura a casa espírita e os que o acolhem se assemelha ao relacionamento mãe-bebê. Em Missionários da Luz, André Luiz recebe esclarecimentos que definem uma mulher doente que recebe o passe “como a criança frágil sequiosa do carinho materno”. Também Herculano Pires, em Obsessão, Passe e Doutrinação, destaca: “O efeito psicológico resulta dos estímulos provocados no paciente por sua presença num ambiente de pessoas interessadas em ajudá-lo, o que lhe desperta sensação de segurança e confiança em si mesmo”. O dr. Franklin completa: “A minha crença, a crença da pessoa de que aquilo vai funcionar, cria a ligação, e isso a ciência reconhece. Está criado o vínculo entre o passista e o receptor. E, a partir daí, estando a pessoa conectada a uma fonte adequada, a imposição de mãos vai determinar a passagem de energia”. Para ele, a fé é elemento primordial na cura, não importando a que religião pertença o indivíduo.

O dr. Franklin Ribeiro é presidente do Comitê de Medicina Psicossomática da Associação Paulista de Medicina e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Espírito e Religião (NEPER), do Instituto de Psiquiatria da USP, que foi criado em 1998.

Obstinado, o dr.Franklin Ribeiro informa que o preconceito da ciência em relação aos tratamentos espirituais está sendo vencido. O NEPER se reúne a cada quinze dias no Hospital das Clínicas, em São Paulo, apresentando estudos, teses e debatendo curas espirituais e fenômenos mediúnicos. “O momento é propício para que haja essa aliança entre ciência e espiritualidade, porque nós estamos vivendo uma época em que o materialismo precisa de um contraponto, para que se possa manter o equilíbrio entre os seres humanos”, analisa. “Como médico psiquiatra, o que observei é que o que funciona é a associação entre: abordagem biológica, farmacológica, psicológica e espiritual, sendo que todas elas se complementam. Em nenhum momento se excluem”.

Entre Dois Mundos

Muita gente não sabe, mas as técnicas de cura via passe utilizadas no kardecismo têm alguns pontos em comum com outros tipos de cura de origem oriental, que fazem uma convergência entre dois mundos: Ocidente e Oriente. Na base de todas as curas orientais, estão as ciências esotéricas e antigas escrituras em sânscrito encontradas na Índia, China, Japão e Tibete, que remontam a mais de cinco mil anos. O fluido universal é o mesmo.

São conhecidas no Brasil como “terapias alternativas”. O National Institute of Health, entidade ligada ao governo americano, faz importante distinção entre terapias alternativas e terapias complementares. Lá, o termo “alternativo” é dado aos tratamentos que, supostamente, substituiriam o tratamento médico, o que representa um risco. Já a terapia dita "complementar" é aquela que anda paralelamente ao caminho médico convencional. É vista como salutar na prevenção, na recuperação ou na melhoria das condições de vida dos doentes. O uso corrente do termo “alternativo” como vem sendo feito no Brasil seria, portanto, inadequado.

Entre as práticas complementares indicadas por aquele instituto estariam o reiki, a cura prânica e o johrei, que também se valem do uso e manipulação do chamado “fluido vital” ou “campo magnético” citado pelo autor espírita Salvador Gentile no livro Passe Magnético – Fundamentos e Aplicação.

E as semelhanças de conceito não param por aí. Assim como na cura prânica, os passes espíritas atuam sobre os chamados “centros de força”, conhecidos na literatura hindu como chacras, localizados no perispírito. No livro Entre a Terra e o Céu, o autor André Luiz sublinha a importância  desses centros de força, que são como usinas de recepção e armazenamento de energia espiritual, ligados ao corpo físico por terminações nervosas denominadas plexos. E explica: “(...) Vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estes centros estabelecem para nosso uso um veículo de células elétricas, que podemos definir como um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”. Na mesma obra, André Luiz exemplifica o chacra coronário, situado no alto da cabeça, que “na Terra é considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas, por ser o mais significativo em razão de seu alto poder de radiações”.

O médico psicoterapeuta e curador prânico, Maurício Angelicola, não se surpreende. E vai além: o mestre Choa Kok Sui, que codificou e sintetizou a cura prânica trazendo-a para o Ocidente em 1987, recomenda a leitura de Allan Kardec como fonte segura de reforma íntima e elevação espiritual. A principal diferença, no entanto, é que a cura prânica não utiliza a energia de entidades superiores desencarnadas. Ela apenas os invoca para proteção do ambiente.

“É inadmissível que um curador prânico não se preocupe com sua própria elevação moral e espiritual, a reforma íntima, essencial também no Espiritismo”, alerta o dr. Maurício, que já deu cursos sobre a técnica para alguns grupos espíritas. “Posso dizer que eles são um segmento que têm muito preparo, têm embasamento teórico e ético”. Outro ponto em comum com o kardecismo é que a cura prânica leva em conta o carma. Em alguns casos, a cura total não é permitida pelo plano espiritual, pois faz parte da evolução do espírito. No entanto, é possível minimizar o sofrimento do doente. “Lidei com alguns doentes de câncer que não puderam se curar, mas através da cura prânica não sofreram os efeitos colaterais da quimioterapia. Mesmo não tendo esperança de sobreviver fisicamente, tiveram uma melhora em sua qualidade de vida”, explica.

Para William Jones, com exceção de casos raros, é impossível curar doenças do carma, pois isto iria contra as Leis Divinas. “Isso tiraria a prova pela qual aquele espírito tem que passar e atrasaria sua expiação. O perispírito, que sobrevive à morte física, é como uma fita magnética em que estão gravados todos os registros das encarnações anteriores. Se um indivíduo fumou demais numa encarnação, pode reencarnar com problemas como bronquite asmática. Isso é, então, uma conseqüência de seus atos anteriores. É uma prova que lhe vai  trazer aprendizado. Para isso não há cura, mas pode ser amenizado através do tratamento espiritual, se houver merecimento”, ensina.

Segundo o dr. Maurício Angelicola, são onze os chacras mais importantes. Eles necessitam de limpeza, energização, e são centros de força que contêm pétalas, raízes, ramificações, teias de proteção, formatação, velocidade, coloração e possibilidade de apresentar excesso ou falta de energia. O fluido é chamado de prana, e a técnica consiste em fracionar ou manipular esse fluido universal em matizes específicos, pois cada um dos chacras tem conexão com as glândulas endócrinas e com os sistemas nervoso, circulatório, respiratório, digestivo, etc. Para Angelicola, tal preocupação com a limpeza e o detalhamento das características energéticas de cada chacra, fazem da cura prânica uma das técnicas mais seguras como tratamento coadjuvante à medicina. À semelhança dos médiuns preparados no kardecismo em instituições idôneas, os curadores prânicos têm de ser saudáveis, não-promíscuos, éticos e devem se abster de vícios como o álcool e o fumo. E são, obrigatoriamente, vegetarianos.

Reiki e Johrei

A preocupação em relação aos hábitos perniciosos e a não-utilização de seres desencarnados nas emissões de fluidos também são a tônica  entre os canalizadores de outro tipo de cura com as mãos, o reiki. Segundo Gilberto Falchi, mestre reiki do Tradicional Sistema Usui, e membro da Reiki Alliance, a utilização desse método remove pouco a pouco a vontade de consumir carne vermelha, álcool e outros elementos considerados tóxicos pela maioria das filosofias espiritualistas. “Reiki é transformação, vai na causa, eleva a energia, muda valores”, diz ele. Atua no nível celular, metabólico e imunológico, despertando um processo de autocura. Também leva em conta as doenças cármicas. Na gravidez, acalma mãe e bebê. Enquanto na cura prânica as aplicações de energia universal são feitas nos chacras e, como nos passes, sem tocar o paciente, o reiki age tocando os seguintes pontos: olhos, têmporas, atrás da cabeça, alto da nuca e peito; altura do estômago, umbigo, abaixo deste, virilha; nas costas, escápula, pulmão, rins e região glútea. São cinco minutos em cada ponto, num total de uma hora (escola tradicional). Diferentemente do passe espírita, que indica uma sessão por semana, o reiki age em terapias compostas por, no mínimo, quatro sessões seguidas, e pode ser aplicado em qualquer lugar por um canalizador. Eis uma diferença crucial também: o passe espírita só deve ser utilizado dentro da instituição espírita, por questão de segurança.

De acordo com Falchi, como a energia cósmica do reiki é pura, ela por si só já higieniza o ambiente e o aplicador. E só flui através de canalizadores que têm o amor e a ética como princípios de conduta. “Por ser uma energia divina, ela não vai se chocar com nenhuma religião, crença ou técnicas. Pelo contrário, conheço espíritas que acreditam que o passe espírita conjugado a uma terapia reiki acelera a resposta do organismo. O reiki aumenta a imunidade natural”. A psicóloga e terapeuta reiki, Valéria Silva de Morais, concorda. Valéria trabalhou durante um ano no Projeto Esperança, dirigido pela Rai Association, com sede na Suíça. O projeto atua na Igreja Santa Edwiges, atendendo moradores da favela Heliópolis, de São Paulo, portadores do vírus HIV. “Percebemos que durante o primeiro ano em que receberam reiki, a carga viral dos aidéticos diminuiu, aumentando a imunidade, com diminuição drástica de doenças oportunistas. Acredito muito no reiki como uma ferramenta de prevenção”.

Para ser um canalizador de reiki é preciso fazer cursos de iniciação. Gilberto Falchi recomenda o sistema original, clássico, que exige quatro iniciações. E conclui: “Ninguém cura ninguém. O canalizador de reiki é portador de uma ferramenta e a disponibiliza para as pessoas”.

Canalizar a energia vital do universo através das mãos também é o princípio de outra técnica, o Johrei. Ao contrário do reiki e da cura prânica, carrega em sim um conceito religioso, “que tem no espiritualismo e no altruísmo as bases essenciais para a concretização de um mundo ideal”. Seu codificador, Mokiti Okada, fundou a Igreja Messiânica Mundial em 1935, no Japão. No Brasil, a Igreja Messiânica chegou em 1955. Objeto de pesquisas na Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, a terapia Johrei demonstrou ser capaz de revitalizar as células NK, responsáveis pela defesa do corpo humano. Após uma oração inicial, em que se coloca como instrumento divino, o ministrante, como é chamado o canalizador, aplica a energia em sessão que dura de dez a trinta minutos. Ambos ficam sentados frente a frente.Não há toque: a distância entre o ministrante e o receptor é de trinta centímetros a um metro. Não é utilizada energia humana. Pode ser aplicada em qualquer lugar e também à distância. Para ser canalizador de Johrei é necessário um curso e a convicção de querer servir ao próximo. Após o curso, o ministrante recebe o ohikari, medalha que deve ser carregada até a altura do plexo solar, através do qual se canaliza a energia.

A Sutil Sukyo Mahikari

Ainda no rol das terapias orientais, a Arte Mahikari merece um capítulo à parte. Fundada no Japão em 1959, pelo mestre Kotama Okada, a Mahikari emprega a energia cósmica através das mãos, denominando-a “Luz da verdade”. Esta energia, também para eles, provém de Deus e é purificadora, capaz de eliminar as essências tóxicas espiritual, mental e física, permitindo a aquisição natural de saúde e prosperidade. Assim como no Johrei, os canalizadores, chamados kumitês, recebem, após um curso de iniciação que dura três dias, uma medalha. Neste caso, ela é denominada omitama, cujo símbolo estaria ligado diretamente a Deus através de ondas espirituais.

Irradiar a "luz espiritual" pela palma da mão é considerada uma arte, denominada Okyome. São vinte e sete pontos ao todo, mas no início são utilizados apenas alguns pontos principais, cuja energização dura cerca de quarenta minutos. Não há limite de sessões por semana, e embora não haja toques constantes, eles são breves e suaves.

A energia atua sutil e gradualmente, auxiliando a elevação espiritual. Discrição  também é característica dos dirigentes do belo templo situado na Vila Mariana, em São Paulo. Nenhum deles quis se pronunciar  oficialmente à revista. “Não tente entender Deus. Sinta-o. Apenas vivenciando o Mahikari, você entende”, dizem. O temor é o de uma massificação e desvirtuamento da técnica, atraindo equivocadamente pessoas não afinizadas com o movimento, atrás de milagres. Que, aliás, nenhuma das técnicas aqui abordadas promete.

Embora não se defina como uma religião, a Sukyo Mahikari tem um altar para reverências e agradecimento a Deus. A constante exigência de curvar-se em reverência, dentro do templo, pode causar um certo estranhamento a um ocidental que chega pela primeira vez. Encontram-se pessoas de todas as raças e credos, tanto aplicando, quanto recebendo. É necessário tirar os sapatos antes de entrar e lavar as mãos em água purificada. Após pequena consulta onde são perguntados dados acerca do modo de vida (a religião não é questionada) e eventuais problemas, somos convidados a receber Okyome. Inicialmente sentados, frente a frente, depois de costas para o canalizador e, por fim, deitados de costas sobre um pequeno colchonete com travesseiro e lençol. Não há som no ambiente, que é espantosamente limpo, com predominância de tons arenosos. O silêncio só é cortado às vezes pelas orações em japonês.

A sensação predominante é a de relaxamento e extrema paz interior. Convidada a acompanhar a reportagem, a médium kardecista de cura, Regina Fernandes, disse ter sentido profunda serenidade no ambiente, principalmente no corredor central. Ao receber a luz espiritual nas costas, onde tem problemas de origem ciática, descreveu: “Foi como se minha coluna estivesse dentro de um tubo de energia. Senti também muito amor e abnegação por parte dos aplicadores. Alguns deles me pareceram até familiares, espiritualmente falando”. Ao final, perguntada se voltaria de novo ao local, respondeu: “Sim, com certeza”.

Para Ieda Uehara, praticante de Arte Mahikari há dezesseis anos, o amor ao próximo é fundamental. “Oração envolve ação. É preciso traduzir gratidão e perdão em atitude”. Segundo acredita, ter saúde é uma conseqüência de ser feliz. “Querer ser feliz, é meio caminho da cura”.

O que se pode concluir de tudo isso? Que a cura está dentro de nós mesmos. Nenhuma das técnicas defendeu, em hipótese alguma, o abandono da medicina tradicional. Em todos os métodos abordados, destacam-se dois elementos principais: a fé de quem recebe, e o amor ao próximo de quem aplica. Gilberto Marques, que se livrou do câncer na garganta, é taxativo: “O que me curou foi a minha fé”. Impressionado com o resultado em sua própria vida, Gilberto quis desenvolver mediunidade de cura. Para tanto, teve que abandonar o vício do fumo, premissa essencial para a formação de todo  médium. “Minha própria doença não me fez parar de fumar. Mas a vontade de servir ao próximo, sim”.

Os Tipos de Passe

C (choque anímico) – doutrinação mais intensa de espíritos perturbadores, através de vibrações que agem como um jato de luz nos corações dos mesmos.

PE – destinado aos assistidos, nos trabalhos de cura, e aos assistentes, como preparação aos trabalhos.

Pasteur 1 (P1 – magnético) – destinado à assistência a perturbações de ordem material.

Pasteur 2 (P2 – magnético) – para as perturbações espirituais e desequilíbrios psíquicos.

P3A (magnético) – perturbações e acidentes materiais graves.

P3C – socorro de emergência, influências espirituais profundas, depressão, estafa, esgotamento, estresse de ordem espiritual e psíquica, queda de padrão vibratório e enfermidades de fundo espiritual.

P3E – perturbações espirituais avançadas, com ação direta sobre obsessores.

Pasteur 4 – para crianças, até 12 anos de idade, cujos tipos de passes se subdividem em:

P4A – indicado para doenças materiais, como as próprias da idade, epidêmicas, de poluição ambiental ou climáticas, por desnutrição, hereditárias ou as causadas por acidentes;

P4B – indicado nas perturbações espirituais, tais como as decorrentes de infestação de ambiente, chamamentos familiares, encarnações completivas e razões cármicas.


As Alegrias da Alma


Valdomiro Halvei Barcellos

Se fostes contemplado com a ‘alegria e com a tristeza’, ‘desgraça e triunfo’: trates da ‘mesma forma a esses dois impostores...’ aprendi nos arraiais espíritas que certa vez Chico teria pedido a Emmanuel que trouxesse para ele uma mensagem do Espírito Maria: No que fora atendido com o ensinamento seguinte: Isso também passa. Com a explicação do Espírito Guia, Emmanuel, de que assim quando estivesse triste, sofrendo lembrasse de que era passageiro e de que quando estivesse alegre, também; assim manteria sempre o estado de equilíbrio...

Presenteado com as informações e os princípios Espíritas; Espírita deve ser o teu proceder não importando a queda, os abusos, as desgraças, os percalços; Espírita deve ser a tua reação ante esses acontecimentos e fatos momentosos.

Com o pensamento e conduta Otimistas, colhendo ensinamentos dessas experiências, tenhas sempre em Mente que se ‘a cada dia cabe o seu mal’, a cada dia cabe o seu Bem, faze o bem e siga, intimorato, feliz! 13 Dez 02. (Um Amigo).

A Psicologia Espírita vem clarificar as ações que convenientemente foram taxadas de “pecados”, pela religião oficial, considerando-as como desajustes, neuroses ou desequilíbrios íntimos. Precisam mais de auto-análise, reparação e tratamento do que de condenação, repressão ou castigo.

É um ato de auto-agressão viver a vida nos termos estabelecidos pela aprovação alheia. “Para vivermos bem com nós mesmos, é preciso estabelecer padrões de auto-respeito, aprendendo a dizer ‘não sei’, ‘não compreendo’, ‘não concordo’ e ‘não me importo’”.

As atitudes costumeiras de santarrão ou santarrona, buscando uma atmosfera virtuosa e de ser admirada e sempre aceitos deve-se ao papel que representam incessantemente de satisfazer e de contentar a todos, em quaisquer circunstâncias.

Por trás de todo o ato de crueldade sempre existe um pedido de socorro.

Nunca nos esqueçamos de que a vida sempre agirá em nosso benefício, quer nos setores da solidão, quer nos de muitas companhias, ou seja, entre encontros, desencontros e reencontros. Todo sofrimento é um ato importantíssimo de conhecimento e aprendizagem.

Poderemos agir no processo de formação e progresso das criaturas, nunca forçar o processo ou criticar o seu andamento.

Nada é inútil no Universo. Todos estamos progredindo e crescendo, ainda que, algumas vezes, não nos apercebamos disso.

Dizem os Benfeitores Espirituais que a missão primordial das almas é a de melhorarem-se pessoalmente e, além disso, concorrerem para a harmonia do Universo, executando as vontades de Deus.

Não forçar, não censurar, não impor nada a ninguém, não apresentar soluções, somente a “Virtude Oposta”.

Fazer aos outros seguros e felizes é missão impossível de realizar. Não seria mais fácil se cada um de nós conquistasse sua felicidade para que depois pudesse desfrutá-la, convivendo com alguém que também a conquistou por si mesmo?

Inspirado no Livro as Dores da Alma, de Francisco do Espírito Santo Neto/Hammed, Boa Nova Editora.
Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/valdomiro/as-alegrias-da-alma.html

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Amar ao próximo

Léon Tolstoi

O testamento de Léon de Tolstoi (1828 - 1910)

Publicado por Caibar Schutel na Revista Internacional de Espiritismo de 15 de abril de 1936

Eu não poderia me deter nem contemporizar mais. É inútil vacilar e pensar mais sobre o que tenho que dizer. A vida não espera. Minha existência declina e de repente posso desaparecer. Se me é dado ainda prestar alguns serviços aos homens, se posso fazer-me perdoar os meus pecados, minha vida ociosa e material, não será senão fazendo saber aos homens meus irmãos o que me foi dado compreender mais claramente que eles; o que me tortura e martiriza o coração há muitos anos.

Todos os homens sabem, como eu, que nossa vida não é o que deveria ser e que nos fazemos mutuamente desgraçados.

Sabemos que para ser felizes e fazer ditosos os outros, é preciso amar o nosso próximo como a nós mesmos; se nos é impossível fazer ao nosso semelhante o que quiséramos que ele nos fizesse, pelo menos não lhe façamos o que não queremos que ele não nos faça.

É isto que ensinam as religiões de todos os povos; é o que mandam que façamos, a nossa razão e a nossa consciência.

A morte do invólucro corporal que nos ameaça a cada instante, recorda-nos o caráter efêmero dos nossos atos; assim, a única coisa que podemos fazer e que pode levar-nos à felicidade e à serenidade, é obedecer a cada instante o que nos ordenam a nossa razão e consciência, se não crermos na revelação ou no ensino do Cristo.

Em outros termos: se não podemos fazer ao nosso próximo o que quiséramos que ele nos fizesse, ao menos não lhe façamos o que não desejamos para nós.

Embora todos conheçamos há muito tempo esta verdade, em vez de realizá-la, os homens se matam, roubam, violentam. E assim, em vez de viverem na alegria, na tranqüilidade, no amor, sofrem, penam e não sentem senão ódio e medo uns dos outros. Por toda a parte, em toda a superfície da Terra, os homens tratam de dissimular sua vida insensata, esquecerem-se de si mesmos, sofrear seu sofrimento, sem poderem conseguir; o número dos desgraçados que perdem a razão e se suicidam aumenta todos os anos, porque é superior às suas forças suportar uma vida contrária à natureza humana.

Mas, dir-se-á, talvez, é necessário que a vida seja assim; é necessária a existência dos imperadores, dos reis, dos governos, dos parlamentos que mandam milhões de homens, providos de fuzis e de canhões, atirarem-se uns sobre os outros; necessárias as fábricas e os estabelecimentos que produzem objetos inúteis e prejudiciais, e onde milhões de homens, mulheres e crianças são transformadas em máquinas, sofrendo 10,12 e 15 horas por dia; necessário o despovoamento crescente das cidades e a invasão das mesmas com asilos noturnos, seus refúgios de crianças, seus hospitais; necessário o aprisionamento de milhares de homens.

Acaso é necessário que a doutrina do Cristo, que ensina a concórdia, o perdão das ofensas, o amor ao próximo, ao inimigo; seja inculcada aos homens por sacerdotes de várias e numerosas seitas em luta contínua, e sob fórmulas de fábulas estúpidas e imorais sobre a criação do mundo e do homem, sobre seu castigo e sua redenção pelo Cristo, e sobre tal ou qual rito, tal ou qual sacramento? Talvez, semelhante estado de coisas seja natural ao homem, como é natural às formigas e às abelhas viverem em seus formigueiros e em suas colmeias em contínua luta e sem outro ideal. Assim, de fato, é que dizem muitos.

Mas o coração humano não quer crer. Sempre se sobrelevou contra a vida mentirosa e tem sempre convidado aos homens a se deixarem levar pela razão e pela consciência; e nos nossos dias faz tal chamamento mais urgente do que nunca.

Já sabemos demasiadamente que nossa vida não abarca séculos, milhares de anos, uma eternidade, e entretanto, nos achamos na Terra vivendo, pensando, amando, gozando a vida...

E agora podemos passar estes setenta anos - se chegarmos a tal idade, porque podemos não viver senão alguns dias, algumas horas - no desgosto, no ódio, ou na alegria e no amor; podemos viver com a consciência de estar fazendo o mal, ou bem, de realizar, ainda imperfeitamente, o que podemos crer que seja nosso dever.

" - Andai preparados, andai preparados, andai preparados" - dizia, aos homens, João Batista.

" - Andai preparados" - dizia o Cristo.

" - Andai preparados" - diz a voz de Deus, tanto como a voz da consciência e da razão.

Entretanto, distingamos as nossas ocupações, cada um dos nossos prazeres, e perguntemos a nós mesmos: fazemos o que devemos, ou gastamos inutilmente nossa vida, (...)

Bem sei que basta uma vista de olhos, como um cavalo que faz voltear uma roda; nos parece impossível deter-nos para refletir um instante, dizendo:

"Nada de tantas reflexões; atos sim".

E outros afirmam:

"Não é preciso, cada um pensar em si mesmo, em nossos desejos, quando a obra, a cujo serviço nos achamos, é a nossa família, a arte, a ciência, a sociedade, tudo pelo interesse geral".

Outros garantem:

"Tudo está pensado e experimentado há muito tempo e ninguém encontrou algo melhor; sigamos, pois, nossa vida e nada mais".

Outros, enfim, pretendem:

"Refletir ou não refletir, tudo é a mesma coisa; vive-se e depois se morre; o melhor é, pois, viver para o prazer. Quando se quer refletir, vê-se que a vida é pior do que a morte e atenta-se sobre os seus próprios dias. Assim, basta de reflexões, vivamos como pudermos".

Não ouçais essas vozes; para todos aqueles raciocínios, responderei simplesmente:

"Atrás de mim vejo a eternidade, tempo em que eu ainda não existia; diante de mim pressinto a mesma noite infinita na qual a morte pode, repentinamente tragar-me. Agora vivo e posso, eu sei que posso, fechar voluntariamente os olhos para uma existência cheia de misérias; mas sei que abrindo-os para olhar em redor de mim, posso escolher o melhor e o que é mais belo. Assim, digam o que quiserem as vozes, sejam quais forem as seduções que me atraem, forçado que esteja à obra que tenha começado e arrastado pela vida que me rodeia; eu me detenho, examino e reflito".

Eis o que eu tinha de lembrar aos meus semelhantes antes de passar para o infinito...

Léon Tolstoi

(Jornal Mundo Espírita de Abril de 2001)


domingo, 18 de novembro de 2012

INFERTILIDADE NUMA VISÃO ESPIRITUAL

VICTOR PASSOS SUMARIO:
          1.Introdução.2.Conceitos.3.Citações.4.Historico.5.EnergiaSexual.6.Reencarnação.7.Programação Reencarnatória.8. Meios de vencer a infertilidade. 9.Conclusão.10.Bibliografia.

        1.Introdução

A lei de Reprodução, para o estagio vivencial neste plano terreno, proporciona a vinda de outros espíritos para a evolução. O objeto deste trabalho é perceber porquê da infertilidade? Qual a sua proveniência e causas que fazem com que haja a perda da sensibilidade e das capacidades inerentes à procriação. A apologia da problemática bifocal de ambos sexos, custos no contexto interpessoal e familiar. Relação consequencial que geram o vinculo da problemática e sua associação psíquica, espiritual e moral. A vida e razões de suas realizações provatórias proveniência dos seus custos emocionais e sensibilizadores, no padrão normal da complexidade Familiar. Espaço colateral da infertilidade como dano ou reabilitação moralizadora.

Palavras-chave: Infertilidade s. f. Qualidade do que é infértil. Esterilidade s. f.
. Qualidade de estéril. Infecundidade (animal). Fig. Escassez, Paralização.


2.Conceitos

A infertilidade - É o resultado de uma falência orgânica devida à disfunção dos orgãos reprodutores, dos gâmetas ou do concepto. Um casal é infértil quando não alcança a gravidez desejada ao fim de um ano de vida sexual contínua sem métodos contraceptivos. Esta definição é válida para o casal com vida sexual plena de amor e prazer em que a mulher tem menos 35 anos de idade (6 meses se mais ou menos 35 anos de idade), e em que ambos não conhecem qualquer tipo de causa de infertilidade que os atinja. Também se considera infértil o casal que apresenta abortamentos de repetição (mais ou menos três consecutivos).

Infertilidade é a incapacidade de conceber. Esterelidade é a incapacidade de conceber uma gravidez após um ano de relações sexuais desprotegidas.

oligospermias (pouca quantidade de espermatozoides na contagem do ejaculado). 
azoospermias (ausência completa de espermatozoides no ejaculado).

Ovócito - Um ovócito é uma célula feminina que contém metade dos cromossomas existentes nas células do organismo humano e que ao ser fecundada por um espermatozoide irá dar origem a um embrião. A mulher já nasce com todos os seus ovócitos, que por altura da puberdade são mais de 400.000. 

Espermatozoide - É a célula reprodutiva masculina de todos os animais.

Técnicas de Reprodução - Doação de espermatozoides, Doação de Ovócitos,

 Criopreservação de Sémen e Tecido Testicular, Ovócitos imaturos em Profase I (GV)
Criopreservação de Tecido Ovárico, Diagnóstico Genético Pré-Implatação (DGPI , Microinjecção (ICSI), Fecundação In Vitro (FIV), Inseminação Intra-Uterina (IIU, Indução da Ovulação.

Adoção - É o vínculo que, à semelhança da filiação natural, mas independentemente dos laços de sangue, se estabelece legalmente entre duas pessoas. Este vínculo constitui-se por sentença judicial proferida em processo que decorre no Tribunal de Família e Menores. Existem dois tipos de adoção que se distinguem, fundamentalmente. Adoção plena e Adoção restritiva.

Sexualidade – “ A sexualidade é uma energia que nos motiva para encontrar amor,contacto, ternura e intimidade;Integra-se no modo como sentimos , movemos, tocamos e somos tocados. A sexualidade influência pensamentos, sentimentos, ações e interações e por isso, influência a nossa saúde física e mental.”O.M.S.

3. Citações

“Biologicamente e por temperamento... as mulheres foram feitas para se preocuparem primeiro e principalmente com os cuidados com os filhos, cuidados com o marido e cuidados com o lar” (Benjamim Spock, 1969)

“Se olharmos a história, observaremos que o lugar e a valorização da maternidade no âmbito sociocultural se modificam e variam em função das diferentes épocas e contextos respondendo a interesses económicos, demográficos, políticos, etc. Sem dúvida, parece evidente que em toda sociedade patriarcal a mulher entra na ordem simbólica apenas como mãe”. Tubert (1991, p. 78),

         “Em decorrência desta “naturalização” das funções femininas, passou a ser demarcada uma série de características femininas(como, por exemplo, dedicação, abnegação, docilidade), quase todas elas vinculadas àquelas características necessárias a uma “boa mãe”, levando-se muitas vezes a se identificar feminilidade e maternidade”. Rocha-Coutinho (1994, p. 41)

            A infertilidade como “... um problema geralmente insolúvel que ameaça importantes objetivos de vida, onera recursos pessoais, e traz à tona importantes problemas do passado não resolvidos” (Stanton e Dunkel-Schetter, 1991

4.Historico

    Esta temática ainda encontra nos habitats mentais das personalidades, tabus, preconceitos e arrimos de vergonha. esta indução foi criada por uma repressão mental exercida pelos meios eclesiásticos dominantes, que outrora retrógados e preconceituosos do sec.XIX, como a “Psicopathia sexuallis” de Kraft Ebing, que diluiriam qualquer estereotipo de persona, pela culpa, por muito escrupuloso que se fosse.
   Os espíritos, se aproximaram mais da sexualidade, como característica constituída do desenvolvimento psíquico do Ser do que de sexo, e sua postura é por demais lucida, por ser evidente.
   A sexualidade é transversal à vida, no seu sentido pleno, não faz apenas jus ao corpo, ao sexo, mas ao espirito; A ação sexual e suas praticas traduzem-se no que o empola, no uso do corpo no que concerne à reprodução e sensualidade.
  A sexualidade é colateral na vida porque seu sentido abraça as expressões criativas, artísticas, afetivas, cognitivas, intelectuais e espirituais.
  O polo divergente está nessa confusão sexo conotado apenas ao gozo efêmero e lascivioso, com a realidade energética, nos valores da vida e sua profundidade educativa.
  Não nos podemos reter na obtusidade, precisamos ver mais além e enterrar os confessionários e a visão prostituida da sexualidade.
   A sexualidade é importante no processo do progresso da consciência e no bem-estar do Ser humano.
  Hoje, já se tornou numa ciência multidisciplinar; a Estética, Ética, Biologia, Genética, Filosofia, Psicologia, Antropologia e Medicina, são áreas que atuam transversalmente para dar crescimento ao conhecimento.
  Se dogmatizarmos a forma natural de tratar a sexualidade humana, estaremos a cair na escala dum primitivismo medonho e da ignorância.
   Ensinar e educar é postura decisiva para no sentido espirita acabar com a exclusão e o preconceito e exaltar a responsabilidade e estimular o estudo de forma a tornar mais claro todo este processo de crescimento moral, espiritual e intelectual.
5. Energia sexual
   Hoje neste período regulamentar da vida, já sabemos que a embriologia, através do seu estudo, encontrou no gene feminino a matriz, para todo desenvolvimento universal, daí a devermos tributo às orientações cristicas de respeito pelos valores da mulher.
   Apesar de ainda existir uma expressão patriarcal, ela tende a dilui-se e a equilibrar as sociedades, onde haja maior tolerância e amor de uns pelos outros.
     Ora o Ser humano na ótica espirita é visto de forma integral, existencial e ativa
( Reencarnação, Leis Morais, Influências cambiais entre as energias que nos envolvem , deste e doutro mundo )
   Emmanuel nos diz; “ Não proibição, mas educação, não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo ,não indisciplina, mas controle, não impulso livre, mas responsabilidade.”
    Na organização do sexo é dessa forma que devemos caminhar, sentindo que estamos a falar pelos mecanismos da reencarnação, vigente como sexo à luz do amor e da vida, serão sempre pontos a contar na consciência de cada Ser.
     E então falando de infertilidade e esterilidade Emmanuel deixa-nos esta nota;
    “No quadro de interpretações da Terra, a esterilidade e a fecundidade podem indicar situações de prova para as almas que se encontram em experiências edificadoras; todavia, se considerarmos a questão no seu aspecto espiritual, somos obrigados a reconhecer que a esterilidade não existe para o espírito que, na Terra, ou fora dela, pode ser fecundo em obras de beleza, de aperfeiçoamento e de redenção.”
      A provação e expiação estão sempre interligadas a esta situações de esterilidade e infertilidade, porque as recônditas pretéritas ,pelo obsceno e abuso das energias para campos que não os do amor, mas da sensualidade, daí  essa visão. No entanto quando se diz que a esterilidade não existe para o espirito, cá e lá do nos hemisférios espirituais, quer com isto dizer, que pela s obras  nos podemos tornar fecundos, pois o limiar do aperfeiçoamento passa pela valorização do corpo e de suas energias , cambiando as mesmas para a virtude, sendo por isso quando provação , campo de crescimento do espirito.(Grifos Meus)
     A infertilidade passa pelos dois sexos, ela com isso demonstra que a sua presença é reflexo do planeamento exercido com as energias no intercambio do amor.
     Mas o que é a energia sexual?! Tomemos uma fonte, na sua nascente fresca e generosa. Contudo, durante no seu curso aspira as impurezas dos homens e dos animais, poluído. Logo quem polui é o homem, pois na sua raiz de essência ela mantem-se límpida. Os espíritos instrutores, nos alertam que a energia sexual é responsável pela união de dois seres e, consequentemente, pela formação da Família, possibilitando a encarnação dos espíritos, tão necessária e importantíssima para a sua evolução.
    Nós obstinamos seguir nas diversas reencarnações uma definida polaridade sexual.
   A evolução se processa pelo exercício do espírito nas duas faixas sexuais.
   A esterilidade é de igual situação para ambos sexos, tudo porque a sementeira é livre, porém a colheita é obrigatória.
    A Doutrina Espírita nos ensina através do axioma causa e efeito que tudo o que fazemos de bom ou maldoso reflete-se em nós mesmos. A esterilidade é consequência do mau uso das funções energéticas sexuais, a exemplo, aborto, promiscuidade, mau trato de filhos, de Pais, enfim terá sempre como peso a conduta de cada Ser no uso da sexualidade. O estéril de hoje , fomentou desordem sexual , ontem.
As principais causas de infertilidade feminina e masculina variam de caso para caso, mas dentro das mais presentes estão ;.
Útero, por malformações adenomiosis , infecções e tumores; Cérvix (pescoço) por malformações, endometrioses, cirurgia, infecções e tumores; Trombas, por obstrução originada principalmente por endometrioses, infecções, malformações e tumores; Doença Inflamatória Pélvica, por infecções; Ovários, por tumores quistos e endometrioses; Vagina, por alterações do monco cervical, alergia, infecção, traumatismo, lubrificantes, etc.; Doença crônica como colagenosis; Antecedentes de exposição materna a dietylstilbestrol (DÊS); Doenças da Tiroides; Hiperprolactinemia, causada por tumores hipotalámicos, medicamentos e fatores metabólicos; Obesidade; Perda de gordura corporal, especialmente por exercício intenso; Stress, tanto físico como psicológico, que frequentemente está associado a alterações físicas; Anorexia ou Bulimia; Drogas; Doenças hepáticas que afetam o metabolismo dos estrógenos; Doença supra-renal ;Diabetes
Muito frequentemente coexistem várias das causas anteriores e deve recordar-se que encontrar uma causa não rejeita a presença simultânea de outras.
Emmanuel, na lição 27, do livro "Dos Hippies aos Problemas do Mundo" 1, nos diz: (...) "o amor como fonte divina de manifestação de Deus é o oceano de forças em que nós todos vi­vemos, porque nós todos vivemos num oceano de amor, mas que o sexo é res­ponsável quando instrumento do amor. Portanto, as nossas ligações de natureza sexual devem obedecer ao critério da lei, da palavra empenhada, do compromisso, da monogamia enfim, embora nos amemos infinitamente uns aos outros, mas no terreno do sexo o amor precisa represas para que ele não faça uma inundação des­trutiva, criando calamidades sentimentais suscetíveis de arrasar a família, com a nossa organização social. O amor vindo de Deus é livre, mas no sexo, ele, o amor, é responsável" .
A energia sexual, como saída da lei de afinidade, na consumação das espécies, é essencial e adequada vida, produzindo aditivos magnéticos nos seres, em expressão das capacidades criadoras de que se envolve. No entanto a nível dos Seres primitivos, posicionados no inicio dos valores da emoção e do entendimento, no estagio bruto surge como que voluntariamente, essa mesma energia, atua no organismo irrefletido. Claro que isso vai trazer dissabores através da expiação, e ao aprisionamento em experiências infelizes, nas quais, aos poucos a vida se encarrega de lhes mostrar que todo excesso que fira alguém lhe será cobrado, apenas a ele.
A personalidade vai evoluindo, passa a entender  que o sexo solicita o imperativo de discrição e responsabilidade no seu uso, daí a ter que ser disciplinado por valores morais garantindo o emprego digno, seja na procriação ou nas expressões, artística, intelectual , comportamental, permitindo a evolução espiritual do ser humano .
       O sexo, é Mundo de fluidos que devem ser ativos, mas dentro dos valores do amor e da essência da razão e bom senso. Logo a felicidade dependerá sempre da forma que o usares.
6. Reencarnação
    A reencarnação, é um novo estagio no seguimento do processo de evolução ou de retificação. Sabemos que os organismos mais perfeitos da Terra resultam inicialmente da ameba. No desenvolvimento embrionário, o corpo fisico do Ser humano em nada difere na formação de outra classe animal. A distinção da configuração está no desenvolvimento evolutivo, demonstrado pela densidade perispiritual do Ser. Daí que na volta o espirito tem que recapitular as experiências vividas no percurso do seu aperfeiçoamento,
    A volta dos espíritos ao Plano Terrestre processa-se em moldes uniformizados para todos, no ciclo das revelações simplesmente evolutivas. A alma elevando-se moralmente, espiritualmente e intelectualmente, retem maior responsabilidade e isso faz com que o processo de reencarne seja mais complexo.
  Ora se pela reprodução se faz viável a reencarnação, é também natural que a influência arbitral da infertilidade, esteja dentro dos parâmetros provatórios e expiatórios, pela Lei de Afinidade e estagio de desenvolvimento do espirito, na ação sexual e consequente postura nas vivências anteriores. Logo no processo da infertilidade temos também o merecimento e a sua programação atende ao uso do livre-arbítrio..
       
7. Programação reencarnatória
Ninguém nasce por acaso, bem como o que nos acontece também não. Não é questão de sorte ou azar, mas de merecimento, de escolhas, de carências a diluir e a remir.
O livre-arbítrio quando nos encontramos desencarnados, consiste na escolha do gênero de existência e da natureza das provas, mas também a estancia consciência evolutiva moral e intelectual que detemos, elos estes, básicos da chamada programação reencarnatória que a Doutrina Espírita demonstra nas questões 258, 262 e 872 d’ O Livro dos Espíritos.
Importante no entanto dizer que existem meras exceções na generalidade da escolha que são mencionadas pelos Espíritos Superiores. Uma, quando o Espírito em sua origem não tem experiência suficiente pelo seu primitivismo. A segunda, quando, por sua inferioridade ou renitência, não está capaz de abranger o que lhe é mais proveitoso. Aqui pode entrar a imposição compulsiva por inerência da insensatez.
     O planeamento da reencarnação na generalidade assegura Manoel P. de Miranda no livro “Temas da Vida e da Morte”(1), “existem estabelecidos automatismos que funcionam sem maiores preocupações por parte dos técnicos em renascimento, e pelos quais a grande maioria dos Espíritos retorna à carne, assinalados pelas próprias injunções evolutivas. “
     A conduta do Ser humano interfere na programação de sua vida. (grifos meus)
No mesmo livro citado em (1), o autor nos adverte;
    As causas que influem na existência humana: “as próximas, ocasionadas na encarnação presente em que a pessoa se movimenta, e as remotas, que procedem das ações pretéritas.“

    Então pelo livre-arbítrio através do axioma causa e efeito, cada um receberá segundo as suas obras seja, o campo é livre, mas a ceifa é obrigatória.
    A relação maior de causa na infertilidade deve-se a compromissos contraproducentes no mau uso do livre-arbítrio, como vícios e excessos com a toxicidade (álcool, estupefacientes, tabagismo), promiscuidade sexual, aborto e postura relacional não condizente com os valores de Cristo, isto a nível da escola familiar.
    A grandeza Divina não equacionou nada ao acaso, em tudo demonstra amor, justiça e caridade e onde se possa insurgir provação e expiação, sempre existe uma forma consequente pelo amor e vontade de reajustar a carência e abrir caminho a novas oportunidades.

       8. Meios de vencer a infertilidade
A evolução da cientifica, apesar de nem sempre resolver, está bastante avançada, e os casais privados  de serem Pais, podem por vários meios sê-lo. Sabemos que as alterações genéticas graves num casal, como falta do útero podem ser causas que impeçam essa ambição e não podemos deixar de lembrar que o merecimento tem sempre reflexo em todos os processos e a Lei causa e efeito se faz sempre presente, mas as possibilidades estão sempre em aberto. Temos então os meios de romper esse véu;

Inseminação intra-uterina 
Tratamento Hormonal 
Microcirurgia
Injeção intracitoplasmática 
Adoção
Inseminação intra-uterina - É a técnica menos invasiva e é geralmente confundida com a Fecundação in vitro. Recorre-se a esta técnica quando existe uma obstrução de trompas ou condutos, um problema nos ovários ou ainda se o esperma é de baixa qualidade.

Tratamento Hormonal - O homem ou para a mulher, ativa a produção e melhora a qualidade dos óvulos ou dos espermatozoides. O seu êxito depende da técnica de reprodução assistida que se utilize a seguir (Inseminação intra-uterina ou FIV- Fecundação in vitro).

Microcirurgia - Uma intervenção que consiste em eliminar mediante um cateter a obstrução da trompa (na mulher) ou o conduto do sêmen (no homem). Esta intervenção é realizada com anestesia geral.
Injeção intracitoplasmática – É a técnica mais atual e utiliza-se quando o sêmen não é rico em espermatozoides, ou ainda, quando estes são de baixa qualidade. É uma técnica muito semelhante à da Fecundação in vitro. Enquanto que com a Fecundação in vitro, se juntam os óvulos aos espermatozoides numa proveta, com esta técnica, introduz-se diretamente no interior do óvulo um só espermatozoide. Esta técnica é realizada com uma micro agulha e um microscópio de alta precisão.
   Adoção - Os casais que, após várias tentativas não conseguem ter filhos, podem optar pela adoção.   Os Pais terão é de ser pacientes pela morosidade da legalização do ato. As crianças devem ser adotadas o mais cedo possível, o ideal seria até aos 2 anos, contudo existem adoções com bastante sucesso após esta idade. O amor ajudará a superar as carências que possam existir na criança ,seja pelo abandono dos Pais, maus tratos e todo gênero de frustrações que possam ter passado.
  Ora é um ato de enorme responsabilidade e autruismo que se faz louvável.
9. Conclusão
   Quando falamos em infertilidade verificamos que não podemos separar as emoções, sentimentos e frustração de quem não consegue conceber.
   É uma luta de coração e psiquismo, que transporta os alvejados para um teste pela necessidade de valorizar a vida e de tudo que ela envolve.
  O amor necessário para albergar a grandeza da maternidade é muito importante e o culminar da beleza da gestação dando prioridade à reencarnação de um espirito..      Se não existisse esta possibilidade a evolução se deteria sem finalidade, sem sentido ou direção.
   Deus nada criou ao acaso, mesmo perante as fraquezas das almas, não lhes destitui a oportunidade de poderem dar cumprimento à sua vontade, apesar de carregados de angústia e a falta de maternidade direta, existem sempre outras formas pelo merecimento de conquistar a mesma. Claro que o vazio reprodutor, deixa marcas, mas essas são as opções para crescimento, pela renúncia e amor.
    A reencarnação vai dar fundamento a todo o nosso desenvolvimento moral e intelectual. Sem ela, a existência física perderia a perspectiva de uma vida futura, o que nos levaria ao materialismo severamente cego, com ela, todo a dor  descobre a sua elucidação lógica, reacendendo, assim, a esperança no porvir.
  A vida em Família e o relacionamento entre espíritos e afins , é por demais importante no cambio de valores de crescimento. É na Família que o reajuste do reencontro se consuma e reativa a busca educativa da personalidade.
    A impossibilidade de gerar um filho agita profundamente homens e mulheres, ainda que não na mesma proporção. Uma das prioridades é retirar o sentido culpório da mulher. assim como a responsabilidade, até porque ela pode partir de qualquer lado..
    Sabemos que existem as opções cientificas para poder reproduzir, mas até esta situação é uma amargo para os Seres., porque além de ser um processo moroso a taxa de possibilidade é mediana e 25% dos casais, vive com ansiedade, os enumeros minutos de espera são de receio de falhar, de angústia, na esperança de vingar a concepção.
   Aos Pais pede-se amor, compreensão e fé, pois se houver  merecimento a vida vencerá.
   “ A vida restabelece a ligação de elos vinculativos de amor ou dor, mas tem na razão e bom senso uma unica verdade, sem amor ninguém será feliz”. Cravo
   Amai-vos, perdoai, sensibilizai-vos que esta passagem é um momento, onde o próximo se regista na nossa vida para comungar de valores de crescimento pela renuncia e tolerância.
   Conhece-te a ti mesmo, restabelece a vontade de mudança, deixa que os fluidos do amor prosperem e terás sempre o amparo , porque o “Pai não fecha uma porta com que não abra uma janela”.
  A vida terá sempre a sua oportunidade, no reparo do ontem, na vivência do hoje , para no amanhã estar à altura.

   10. Bibliografia
 http://omeubebe.web.simplesnet.pt/index.htm
http://www.apfertilidade.org
http://www.centrodefertilidade.com.br/
http://www.slideshare.net/drsujnanendra/why-sex-education-presentation
http://www.sitemedico.com.br
http://www.portaldafamilia.org/index.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Infertilidade
http://www.fertilityportugal.com
http://www.ceti.pt/
http://www.nervespiritismo.com/
www.espirito.org.br
http://www.panoramaespirita.com.br  
http://www.forumespirita.net
http://www.movimentoespirita.org/meo/blog/
http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=06661
http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Sexualidade
http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/grav...
http://www.juventude.gov.pt/SAUDESEXUALIDADEJUVENIL/Paginas/default...
http://www.portaldareencarnacao.com/
http://www.ceismael.com.br/artigo/reencarnacao.htm
Acervos de Livros revisados
Louis Neilmoris.
Livro “Sexualidade Sob um Olhar Espirita",
Francisco Candido Xavier 
Livro “Sexo e Vida”  ditado pelo espírito Emmanuel, Cap. IX e X. (como ocorrem as reencarnações coletivas, como as famílias são agregadas e preparadas para suas reencarnações).
“Missionários da Luz”. Rio de Janeiro : FEB. (todo o processo reencarnatório é apresentado aqui em detalhes surpreendentes. Valioso trabalho).
“Evolução em dois mundos”. Rio de Janeiro : FEB. Cap. XIX. (e vários outros).
Allan Kardec
Livro Dos Espíritos
Livro da Gênese
Manoel P. de Miranda
Livro “Temas da Vida e da Morte”
Deolindo Amorim. 
 “O Espiritismo e os problemas humanos”. São Paulo : USE, cap. V – Reencarnação e desigualdades.
 Jorge Andrea  
“Forças sexuais da alma”.  Ed. Fon-Fon. Cap. II (vórtices espirituais).;
“Paligênese: a grande Lei”.   Cap. Caminho da Libertação.;
“Psicologia espírita”.  5.ed. Petrópolis : LORENZ, 1991. vol 1. cap. transplantes.
Leon Denis.  
“Depois da Morte”. Rio de Janeiro : FEB. Cap. XLI.
“O problema do ser, do destino e da dor”. Rio de Janeiro : FEB. 1993. Caps. XIII a XIX.
Alfredo Miguel.  
“A tese das vidas múltiplas”. São Paulo : LAKE. (todo um estudo sobre esta tese)..
Adenáuer Marcos Novaes. 
 “Reencarnação: processo educativo”. Salvador : Fundação Lar Harmonia, 1955. (esta obra apresenta um verdadeiro resumo das mais importantes pesquisas e pesquisadores deste tema).
Martins Peralva.
 “O pensamento de Emmanuel”. . Rio de Janeiro : FEB. Caps. Paligenesia; Fases da Reencarnação.
Agelisau N. P. Ramos 
“A reencarnação na Bíblia”.  Recife : Companhia Editora de Pernambuco, 1985.
  Carlos Alberto Tinoco. 
“ O modelo organizador biológico”.  Curitiba : Veja, 1982. (esta obra apresenta um estudo profundo sobre a formação genética do ser humano, com variadas imagens comparativas e cálculos matemáticos)
  Divaldo Franco
     “Antologia Espiritual” – Diversos espíritos – Salvador : Leal, 1994. cap.  III – Reencarnação e progresso / Morte e ressurreição.
“Dias Gloriosos” – Joanna de Angelis – Salvador : Leal, 2000. (Clonagem, transplantes, Criogenia, renascimento).
“Enfoques Espíritas” – Vianna de Carvalho – Salvador : Leal, 1995. (Reencarnação: ato de justiça)
“Leis Morais da Vida” – Joanna de Angelis – Salvador : Leal, 1992. cap. IV. – afinidade e sintonia.
Momentos de Consciência – Joanna de Angelis. Salvador : Leal. Cap. X.
“O homem integral”. – Joanna de Angelis. Salvador : Leal.  cap. VIII.
“Reflexões Espíritas” – Vianna de Carvalho – Salvador : Leal, cap.  XII.
 SOS Família – Joanna de Ângelis – Salvador : Leal, 1994. diversas mensagens.
 Stanislav.  Grof,
“A mente holotrópica. Novos conceitos sobre Psicologia e pesquisa da consciência”.  Rio de Janeiro : Rocco, 1994.  cap 5 – Experiência de morte e renascimento.
 Helen. Wambach,
 “Recordando vidas passadas”.  São Paulo : Pensamento, 1978.
Brian Weiss. 
 “A divina sabedoria dos mestres”.  Rio de Janeiro : Sextante, 1999. cap. 2.



domingo, 11 de novembro de 2012

O ECLIPSE DA CRUCIFICAÇÃO DE CRISTO

 O Eclipse da Crucificação de Cristo
FONTE: O Globo – 1996 – Ronaldo Mourão

Se bem que o astrônomo inglês Roberdeau Buchanan, em The Mathematical Theory os Eclipses (1904), tenha utilizado a sua experiência como calculador de eclipses do Nautical Almanaque durante 23 anos, para afirmar que o escurecimento na Crucificação de Cristo não foi causado por um eclipse total do Sol, a questão tem sido periodicamente discutida no meio astronômico e religioso, como ocorreu recentemente, em dezembro de 1973, na revista cientifica Nature. Para Buchanan a hipótese do eclipse do Sol foi um argumento usado "por alguns ateus e outros que negam o escurecimento miraculoso da crucificação". A afirmativa de Buchanan de que um eclipse do sol não pode ter sido a causa do escurecimento está totalmente correta. De fato, os meses judeus são lunares, e começam sempre com a lua nova. Ora, a crucificação ocorreu em 14 de Nisã, ou seja 14 dias depois da lua nova, quando já era Lua cheia. Por outro lado, sabemos que o sacrifício de Cristo se deu durante o Passover, que pela tradição judaica, ocorre sempre na Lua cheia. Assim, como os eclipses do sol só acontecem na Lua nova, o escurecimento da crucificação não poderia ter sido causado por um eclipse do Sol.
Esqueceu Buchanan que nesse período é possível a ocorrência dos eclipses da Lua que só podem ocorrer justamente na Lua cheia. Como sugeriram os cientistas ingleses Colin J. Humpreys e W.G.Waddington, do Departamento de Ciências dos Materiais e Metalurgia da Universidade de Oxford, no artigo de Nature citado acima. A causa pela qual a Lua eclipsada é vermelha como o sangue é muito conhecida. Assim quando a Lua se encontra no interior do cone de sombra da Terra, a luz solar que nos alcança já foi refratada pela atmosfera terrestre é avermelhada por ter atravessado uma trajetória muito longa nas camadas gasosas da atmosfera, onde a dispersão preferencialmente dispersa os raios azuis deixando passar os vermelhos.
Na realidade, os eclipses estiveram sempre envoltos numa atmosfera tipicamente mística capaz de lançar maior mistério, valorizar os acontecimentos históricos e endeusar os governantes.
Antes de uma análise do que pode ter ocorrido no dia da morte de Cristo, seria conveniente uma consulta aos relatos da época.
"Desde a hora sexta até a hora nona se difundiram trevas sob toda a Terra"..., relata Mateus em seu Evangelho(27, 45-52). Tal idéia de um escurecimento no dia da crucificação de Cristo está registrado no Evangelho de Marcos (15, 33-38) e Lucas (23, 44-46). Este ultimo relata: Era então a hora sexta, e toda a Terra ficou coberta de trevas até a hora nona. Escureceu-se também o Sol; e rasgou-se pelo meio o véu do Templo"... Para alguns autores, esta afirmativa de que o sol teria escurecido sugere a ocorrência de um eclipse do Sol. Os defensores da idéia do eclipse solar citam os relatos de Joel (2, 30-31): "E darei a ver prodígios no céu e na Terra.
Todas as passagens dos Evangelhos permitem diversas interpretações, sem que o enigma do escurecimento seja definitivamente solucionado. Convém, no entanto, descrever o sistema de contagem de horas da época.
Na Palestina, o dia e a noite era dividido, respectivamente, em 12 partes iguais. Todavia, como não se dispunha de um meio de marcar as 12 horas do dia, adotava-se em geral a divisão do dia em quatro parte, denominadas pela hora inicial de cada uma. Assim, prima ( das 6 às 9 horas); hora terceira ( das 9 às 12 horas); hora sexta ( das 12 às 15 horas); hora nona ( das15 às 18 horas). Do mesmo modo, a noite era dividida em quatro partes, denominadas vigílias; a primeira começava as 18 horas; a segunda às 21 horas; a terceira à meia-noite e a quarta às 3 horas da madrugada.
A época citada só ocorreu um eclipse do Sol no ano 29 do calendário juliano, trata-se do eclipse de 24 de novembro. Talvez no futuro possa surgir as respostas a esses acontecimentos. 


sábado, 10 de novembro de 2012

Lição no lar

Aluney Elferr Albuquerque Silva

Lar, mola, semente, princípio basilar da experiência terrena, reduto aconchegante para transformações de vidas.

Mesmo que se façam grandes conquistas externamente, se o lar encontra-se transviado do entendimento, da compreensão, do mutuo auxílio, pouquíssimas conquistas serão duradouras e reais.

O lar é a matriz, onde se encontram espíritos relacionados entre si, para com o véu do esquecimento, poderem se amar, sem amarras, sem medos, poderem se conhecer e aproveitar oportunidades benfazeja em outras ocasiões desperdiçadas.

Analisemos, agora, um homem bem estruturado, e feliz, seguramente veremos um lar, ao menos compreensível ou robusto em entrosamento, por detrás dele, lhe dando suporte.

A família é para o homem o pivô de maior importância, e Deus em sua Sabedoria Maior, conduz o homem a ser um indivíduo totalmente gregário, necessitando do relacionamento primeiramente intra-pessoal, e posteriormente o interpessoal, no primeiro vemos a necessidade de um auto-conhecimento e no segundo o entrosamento com os outros homens. E é no lar que temos os primeiros treinos para que estas duas necessidades possam auferir embasamento tal, que nos transforme num ser seguro de si mesmo.

Visualizando a importância do Lar, agora incluamos a necessidade da Oração em família. Buscando sempre no Mestre os exemplos básicos, para um convívio harmônico e tranqüilo.

Iniciada a oração no Lar, possibilitamos presenças envolvidas com o Amor e a transformação da humanidade, que incentivam estas realizações nos corações debaixo do mesmo teto.

Reunamos, filhos, filhas, esposo, esposa, enfim, todos aqueles que conosco convivem, a fim de em torno de uma mesa, podermos comentar fraternalmente sobre as orientações contidas no evangelho do Cristo.

Oração e estudo do evangelho, manifestações desprovidas de qualquer complexidade ou dificuldade, deverão ser simplesmente simples, visando apenas o entrosamento da família alí reunida com a mensagem fiel do Cristo. Não necessitamos nos exceder em tempo para não cair na monotonia e também no desinteresse.

Enquanto isso, os irmãos invisíveis tratam de infiltrar nos corações muita Paz e serenidade, tratam de fazer uma verdadeira transfusão energética das forças mais puras até nós, concomitantemente trazem irmãos outros, que nos são afins ou não, para que também eles, mesmo estando no plano espiritual, possam ouvir as considerações ali semeadas e refletir, pondo as orientações em torno de suas próprias vidas.

Não façamos imposições, para aqueles que ainda não compartilham de nossas idéias, ao contrário disso, oremos também por eles, se existe imposição, não existe fraternidade. Tentemos uma argumentação embasada, ao invés do simples convite, façamos um convite convincente, mostrando acima de tudo, a necessidade de relacionar-se com as orientações que o Cristo nos legou.

Rotineiramente escutamos alguém falar "se oras em tua casa, teus vizinhos também são beneficiados", frase quase sempre incompreendida, todavia, verdadeira, além dos familiares reunidos e dos irmãos já em outro plano de existência, trazidos pelos benfeitores espirituais, também alcança-se os vizinhos ou as pessoas que circundam aquele lugar, pois o ambiente envolvido pela paz, começa agora a irradiar amor, fraternidade, saúde, aumentado ainda mais nossa responsabilidade perante esta realização que não pode mais tardar para começar em nossos lares.

"A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é por-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer", já nos dizem os Espíritos em O Livro dos Espíritos Quest. 659.

A prece é um poderoso instrumento contra os desânimos, fracassos temporais, ódio retido nos corações, através dela, podemos inter-relacionar nosso pensamento com outros irmãos que nos ensejam paz. A começar pelo amigo mais intimo que temos, nosso Anjo Guardião, que nos faz companhia nos momentos mais deficientes e felizes de nossas vidas. A ele nos ligamos imediatamente no momento de nossas reflexões e preces.

No momento em que o desânimo bata a tua porta te convidando a suspender tais atividades redentoras em teu lar, pensas na Época do Cristo, pensa nos primeiros Cristãos e suas dificuldades em suas reuniões, e aure em ti mesmo e em teu amigo espiritual as forças necessárias para não desanimar, cultivas este hábito de Evangelizar e Orar em família, com os teus, para que as sombras das trevas não penetrem em teu Lar. Fortificando assim, os corações dos pequeninos e transformando-os em Homens de Bem do amanhã.