terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Levante a cabeça

Bernardino da Silva Moreira

Estamos em um mundo de provas e expiações onde os sofrimentos campeiam em todos os níveis da sociedade; daí os desânimos, as revoltas e as justificativas costumeiras do tipo “falta de tempo”, principalmente quando temos que despender de tempo para ajudar o próximo, seja de que forma for.

Em muitas vezes somos vítimas de nós mesmos, devido a comodismos de todo tipo que nos levam a andar em círculo sobre a nosso egoísmo e orgulho exacerbado.

O poeta e fabulista francês Jean de La Fontaine (1621-1695) dizia que “a vergonha de confessar o primeiro erro nos leva a cometer muitos outros”; é verdade, muitas vezes fazemos de nossos erros “bolas de neve” que com o passar do tempo não temos como deter.

Abraham Lincoln, advogado e político norte-americano (1809-1865), advertia com bom senso que “antes de começar a criticar os defeitos dos outros, enumera ao menos dez dos teus”. A vaidade e o orgulho se transformam em armadilha que nos aprisiona na ilusão de sermos os melhores e os outros piores. Não adianta agirmos de forma agressiva e selvática; o que precisamos fazer é “domar” nossas “más inclinações”. É muito fácil vermos o “argueiro” no olho dos outros, mas, a questão é a “trave” no nosso.

Não adianta nada nos intimidarmos diante das dificuldades e nem da falta de tempo; não podemos desistir, temos que prosseguir. Thomas Edison, inventor norte-americano, tentou cerca de 10 mil vezes antes de finalmente descobrir a luz elétrica. E concluiu: “Não é um fracasso. Na verdade, descobri mais uma maneira de como não inventá-la”.

Falta de tempo é desculpa. O livro E o Vento Levou (1936) tem mais de 900 páginas. Pois Margareth Mitchell, romancista norte-americana (1900-1949), as escreveu ao mesmo tempo em que trabalhava em horário integral como jornalista.

Quando estava na universidade, o cineasta e ator norte-americano Woody Allen teve seu projeto cinematográfico rejeitado. Também foi reprovado em língua inglesa. O importante é não desistir!

Em O Evangelho segundo o Espiritismo o Espírito Lacordaire (1802-1861) esclarece: “Quando o Cristo disse: ‘Bem-aventurados os aflitos, o reino dos céus lhes pertence’, não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. Aprece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. Ele já muitas vezes vos disse que não coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcionado às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais opulenta será a recompensa, do que penosa a aflição. Cumpre, porém, merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.”

O importante é não desanimar!

Levante a cabeça e siga em frente.

O filósofo chinês Confúcio (551-479 a.C.) declarou com sabedoria: “Honranão consiste em não cair nunca, mas levantar cada vez que se cai.”

Bibliografia:

Revista Você s.a., Edição 44, ano 5, fevereiro/2002  
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, Nova Cultural Ltda, 1998.
O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, 110ª edição, 3/1995, FEB.
(Publicado na REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO, Ano LXXVII, Nº 05, pág. 264, Junho de 2002).

Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/bernardino/levante-a-cabeca.html

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