segunda-feira, 22 de abril de 2013

Droga: Veneno que Ameaça o Mundo!!

Da Redação do Correio Fraterno do ABC

Ao falar sobre drogas hoje, os pais expressam uma das maiores preocupações. O medo é justificável: a popularidade das drogas entre crianças de 10 a 12 anos é cada vez maior. A exposição das crianças ao perigo também. A dependência pode destruir relações familiares e de amizades. Provoca danos irreversíveis e até, nos casos extremos, a morte. O alarme, porém, só toca quando as drogas já estão dentro de casa. Pesquisas da Associação Parceria Contra Drogas mostram que, hoje, quatro em cada dez crianças já experimentaram maconha. Se você é dos anos 60 ou 70, certamente sabia mais sobre drogas do que seus pais. E agora seus filhos sabem mais do que você.

O mundo das crianças de hoje não é fácil. É mais complexo, estressante, com um acesso às drogas alarmante. Veja:

- O LSD é oferecido para crianças na forma de desenhos coloridos, com personagens de histórias em quadrinhos;

- O Crack está disseminado e pode ser encontrado em qualquer esquina;

- O acesso a bebidas, cigarros e medicamentos que contenham em sua fórmula algum componente alucinógeno dentro de casa facilita a iniciação do jovem;

- As festas rave, são verdadeiras feiras de drogas, principalmente ecstasy, maconha e cocaína.

Os hábitos começam cedo

Não é só na escola que as crianças aprendem. A rua, os amigos, a televisão, o cinema também são grandes professores. Há ainda as novas fontes de informação a que elas têm acesso, antes mesmo dos pais: Vídeo, cds, revistas, internet, emails, sites de bate-papo. E isso tudo pode ser uma grande porta de acesso ao vício. Mesmo não promovendo as drogas diretamente, essas informações podem passar a impressão de que usá-las é normal e até esperado em determinada idade. E é chocante a facilidade (e o preço!) para obter a droga.

A idade média com que as crianças começam a fumar cigarros é 12 anos. Experimentar álcool aos 13. E fumam o primeiro cigarro de maconha aos 14. E muitos jovens que usam drogas começaram antes dos 10 anos.

Poderia ser o seu filho

Acreditar que seu filho nunca vai se envolver com drogas é um grande perigo. Pesquisas mostram que o acesso das primeiras crianças às drogas é muito mais fácil do que os pais imaginam. Porém, não há ninguém melhor do que os pais e professores para vencer o desafio de manter um jovem longe da droga.

Estudo realizado pela Parceria em janeiro de 1999 em cinco capitais brasileiras mostrou que, quando um jovem se sente próximo da família, tem menos chances de se envolver com álcool, cigarro e outras drogas. Confirmou-se o que muitos pais acreditam: primeiro, eles podem ensinar os filhos a ver as drogas como um problema sério. segundo, eles podem influenciar as decisões dos filhos em idades escolar - fase em que a criança estrutura sua posição em relação às drogas. O que parece faltar é orientação sobre como tratar a questão, tão complicada e difícil de abordar. Por isso a Associação Parceria Contra as Drogas desenvolveu um guia, com base em um modelo criado por uma organização semelhante nos Estados Unidos. O propósito é preparar você, pai, para conversar sobre drogas com seu filho e responder às dúvidas que ele possa ter.

Mantenha o diálogo

Converse bastante com seu filho sobre drogas. E seja claro. Estudos mostram que os filhos gostariam que os pais conversassem mais com eles.

Os pais precisam se educar: para conversar sobre drogas é preciso estar tão bem informado quanto seu filho. Você deve saber sobre as drogas mais comuns, os efeitos no cérebro e no corpo, os sintomas que provocam, as gírias e como são utilizadas.

A adolescência é um período cansativo para a família. A comunicação é complicada. Mas se você conseguir fazer seu filho crescer sem saber, fumar ou tomar drogas, as chances de ele manter hábitos saudáveis na vida adulta são grandes. A influência dos pais desde cedo pode poupar o filho de experiências negativas associadas ao uso de drogas; pode até mesmo salvar a sua vida. Também é importante lembrar seus filhos que o perigo não está somente no uso constante de álcool ou drogas. O ocasional também pode trazer conseqüências: perder provas ou trabalhos escolares; provocar acidente de carro; sofrer um ataque no coração. Pautando por essas instruções, você aprenderá a usar melhor sua força, seu amor e sua preocupação para ajudar seu filho a se situar bem no mundo, promovendo seu bem-estar e mantendo-o distante das drogas.

Ajudará também você a educar o jovem num mundo difícil, onde existem tentações e obstáculos o tempo todo. Enfim, será seu guia de vida.

Crianças aprendem com exemplos, com os valores que os pais demonstram por suas ações. Ficam sensibilizados quando vêem que os pais se preocupam com elas o tempo todo. Mas devemos estar alertas. Mentiras "inocentes", como esconder a idade, transmite uma mensagem estranha à criança. "Não é errado mentir?", ela vai se perguntar. Se você proíbe cigarros dentro de casa, como pode deixar um amigo quebrar a regra? Se diz que beber em excesso é um problema, como pode rir de um personagem bêbado em um filme? Situações assim confundem a criança. Ela só vai poder discernir o certo do errado baseada em um sistema de valores verdadeiro. E baseada nisso decidirá usar drogas ou não; beber ou não.

Você pode expor seus valores explicando por que decidiu agir de determinada maneira em determinada situação. Se você e seu filho vêem uma pessoa cega tentando atravessar a rua, por exemplo, ofereça ajuda e aproveite para discutir por que é importante ajudar os outros. Também pode explorar questões morais propondo hipóteses para ser discutidas num momento apropriado. Por exemplo: "O que você faria se uma pessoa andando à sua frente deixasse cair uma nota de 10 reais?" ou, "O que faria se um amigo tentasse convencê-lo a matar aula para jogar videogames?" Para ensinar a moral é preciso exemplificar com situações concretas como essas.

Planejando a união familiar

Não é sempre possível tempo para conversar sobre drogas com seu filho. Uma vida agitada e cheia de compromissos não facilita a convivência. Para garantir alguns momentos juntos, tente agendar:

- Reuniões de família: realizadas uma vez por semana em horário combinado, as reuniões são o momento ideal para discutir projetos, falar de disciplina, comemorar sucessos, esclarecer diferenças e qualquer assunto relativo a um dos membros da família. Estabelecer algumas regras ajuda. Por exemplo: todos devem ter chance de falar; quando um fala os outros escutam sem interromper. As críticas devem ser construtivas. Para vencer eventuais relutâncias, agregue algum incentivo, por exemplo, pizza depois da reunião. É importante os pais comandarem.

No Ritual do dia-a-dia: você pode estabelecer que, uma vez por semana, buscará seu filho na escola e juntos tomarão um sorvete. Depois do jantar ou antes de deitar, reserve alguns minutos para conversarem sobre os acontecimentos do dia. Estabeleça a rotina de bater papo - a comunicação é essencial para educar uma criança contra as drogas.

Esclarecendo a sua posição

Não julgue que seu filho conhece a sua posição sobre álcool, cigarro e drogas ilícitas. É preciso falar com ele e deixar a sua posição bem clara. Se você for ambíguo e pouco firme, há o risco de ele querer experimentar. Diga-lhe que o proíbe de fumar, beber e usar drogas porque você se preocupa com ele. (Não tenha medo de parecer emocional demais. Você pode dizer: "Se você usar droga eu vou ficar muito triste e decepcionado com você). Se uma criança tem dúvidas se pode ou não fumar, beber ou usar alguma droga, vai sempre se perguntar: "O que meus pais achariam disso? "As drogas são uma das questões mais presentes na cabeça dos jovens hoje. Mesmo que a criança pareça desinteressada, ela quer orientação dos pais e precisa dela.

Discuta os castigos antes de aplicá-los

Estabelecer regras e limites não afasta os filhos dos pais. Eles gostam de saber que seus pais se esforçam para educá-los. Estabelecer o que é permitido ou não, determinar um horário para voltar para casa e exigir que telefonem e digam onde estão faz com que os filhos se sintam amados e seguros. Porém não aplique penalidades que não tenham sido discutidas antes. Isso não é justo. Os castigos devem corresponder aos limites impostos, de tal forma que seus filhos entendam que há um resultado muito previsível quando uma regra é quebrada. As penalidades que você determina devem ser razoáveis e relacionadas com a infração. Por exemplo, se você pega seu filho fumando, pode restringir suas atividades sociais por uns dias, mantendo-o em casa. Aproveite para fazê-lo ler artigos sobre cigarro e mostre quanto se preocupa com sua saúde e com a possibilidade de ele se viciar. É perfeitamente compreensível que os pais fiquem bravos quando a ordem de casa é rompida. Demonstrar raiva, decepção ou tristeza pode até surtir efeito motivador no filho. Mas como nós costumamos falar o que não devemos quando nervosos, é melhor esfriar a cabeça e deixar para discutir de forma mais positiva depois. Ameaças como: "Seu pai vai te matar quando chegar em casa" nunca surtirão efeito. Quando as regras da casa forem cumpridas, mostre para seu filho que você está feliz. Elogie o seu comportamento. Enfatize as coisas boas que ele faz, em vez de focar só o comportamento errado. Quando os pais fazem elogios, as crianças aprendem a se sentir bem com elas mesmas e desenvolvem auto confiança para acreditar na sua capacidade de julgamento.

Dando o exemplo

No mundo adulto, a bebida é uma prática aceitável. É perfeitamente normal tomar vinho no jantar, caipirinha no almoço ou cerveja no fim de semana. Mas você estará enviando uma mensagem errada se preparar um drinque com a intenção de aliviar a tensão ou curar uma tristeza ou beber até perder o controle. Embora não haja restrições legais ao consumo de cigarros, os efeitos negativos que provocam à saúde são muito grandes. Se a criança pergunta aos pais por que fumam, eles podem explicar que quando começaram a fumar não sabiam o mal que os cigarros causam e que, depois que se começa, é muito difícil parar. Os jovens podem evitar os mesmos erros de seus pais, pois têm mais informações. Pais que usam drogas colocam em risco a sensação de segurança e proteção da criança e comprometem seus códigos de moral. E não pense que os filhos não vão descobrir.

Eles vão, e assim que isso acontecer sua autoridade e credibilidade irão para o espaço. Pai e mãe são o modelo mais próximo e mais importante da criança. Se eles não respeitam a lei, por que o filho deveria respeitar? Se você tem problemas com álcool ou qualquer outra droga procure ajuda profissional. Essa ajuda está disponível em centros de tratamento e grupos de auto-ajuda como Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos.

Pergunte o que os amigos dele fazem depois da escola, quais as atividades ele acha legal e quais não acha, e por quê. Encoraje a conversa com frases do tipo: "Isso é bem interessante" ou "Eu não sabia disso, que bom você contar". Aproveite esses momentos para tocar no assunto das drogas. Comente sobre o perigo. Se você puder dar essa informação antes de ele deparar pessoalmente com elas, ele vai estar mais preparado para dizer "não". Especialistas dizem que os jovens que conversam sobre drogas com os pais têm menos chance de querer experimentá-las. Não pense que ao falar sobre drogas com seu filho você vai estar colocando idéias na cabeça dele. É a mesma coisa achar que falar sobre sexo ele vai contrair alguma doença. Ao comentar sobre o assunto, você estará informando seu filho sobre o perigo próximo e o preparará para enfrentar esse perigo. Para introduzir o assunto, pergunte ao seu filho o que ele já ouviu sobre drogas na escola ou com os amigos e o que pensa sobre elas. Ele pode até mencionar pessoas que as utilizam. Se você escutar alguma coisa ruim ("Eu bebi cerveja na festa" ou "Meu amigo fuma maconha"), não reaja. Uma reação negativa sua pode impedir a próxima conversa. Se ele parecer defensivo ou garantir que não conhece ninguém que use drogas, pergunte: "Mas por que você acha que as pessoas usam?" Discuta sobre os riscos, as conseqüências; pergunte se ele acha que vale a pena correr os riscos, as conseqüências. Lembre-o: experimentar já é um grande perigo, nossa vida pode mudar radicalmente ou até mesmo acabar se atravessarmos uma rua movimentada quando os nossos reflexos estiverem mais lentos... Se a conversa for interrompida, retome-a tão logo seja possível.

Oportunidade para ensinar

Outra maneira de conversar sobre as drogas é aproveitar as oportunidades do dia-a-dia. Se você e seu filho estão andando na rua e vêem um grupo de adolescentes bebendo, converse com ele sobre os efeitos negativos da bebida alcoólica. Os jornais estão cheios de notícias relacionadas ao abuso da bebida e de outras drogas. Aproveite para perguntar ao seu filho o que ele acha do adolescente que bebeu e sofreu um acidente de carro; ou sobre a mãe que usava droga e foi presa. Eles tomaram a decisão certa ao se drogarem? Assista televisão com o seu filho. Pergunte se ele acha que os filmes e as propagandas mostram as drogas como uma coisa normal e rotineira. E o lado ruim, eles mostram? Quando houver uma notícia envolvendo drogas, ressalte todas as conseqüências para a família e para a sociedade. Lembre-o que drogas podem causar ou agravar tragédias, como violência em família, estupro, transmissão da AIDS, suicídio e gravidez indesejada. Sempre que passar um comercial antidrogas na televisão, fale sobre ele com seu filho. É um momento bastante apropriado para isso. Os comerciais da Parceria oferecem boas oportunidades de conversa.

Depoimentos extraídos de pesquisa sobre o tema maconha

"Pai e mãe têm vergonha de falar, filho também. Inclusive sobre sexo. Mãe acha que nunca vai acontecer."

"Tem que ser liberal. Se ficar fechado, não vai acompanhar. O pai tem que ficar esperto com o filho para ver o que ele tá fazendo."

"A pessoa quer saber o gosto que tem."

"começa quando tá com raiva. Depois não volta."

"Tem vários motivos. Revolta, pouco dinheiro, separação dos pais."

- Quando um jovem se sente próximo da família, tem menos chances de se envolver com álcool, cigarro e outras drogas. Os pais devem fazer os filhos enxergarem as drogas como um problema sério e ensiná-los a dizer "não".

Por que não deixar seu filho fumar maconha

Alguns pais que usaram ou viram a maconha ser usada na juventude se perguntam:

"Será que a maconha é mesmo tão ruim para os meus filhos? "

A resposta é um grande e enfático SIM. E por diversas razões:

- Ela é ilegal;

- Ela tem hoje um nível de THC (princípio psicoativo) cinco vezes mais alto do que nos anos 60 e 70;

- Há relatos de aumento na incidência da síndrome do pânico entre usuários de maconha.

- Provoca desmotivação, facilitando o abandono dos estudos;

- Um cigarro de maconha tem tantos elementos cancerígenos quanto um maço de cigarros comuns;

- Fumar maconha ou andar com quem fuma pode significar estar exposto tanto a outras drogas como a problemas com a lei;

- O uso da maconha pode diminuir os reflexos e provocar visões distorcidas da realidade;

- Prejudica o desempenho nos esportes; diminui a sensação de perigo e aumenta o risco de acidentes; provoca a perda de capacidade de concentração e da memória momentânea;

- Adolescentes que se apóiam na maconha deixam de enfrentar as dificuldades normais do crescimento e de aprender as lições emocionais, psicológicas e sociais;

- A droga influencia na atividade cerebral, podendo prejudicar o desenvolvimento do cérebro e do corpo.

- Converse com seu filho sobre os riscos de usar drogas. Pergunte se ele acha que vale a pena correr tais riscos. Os jovens costumam dar importância a discussões sobre como as d r o g a s p o d e m estragar s u a chance de entrar em uma b o a faculdade ou conseguir o primeiro emprego.

Preparando o terreno

O que os pais dizem e fazem em relação às drogas influencia diretamente as escolhas dos filhos no futuro. Eles são o modelo mais importante. Por isso, devem sempre:

- Dar-lhes atenção e carinho;

- Dar-lhes bons exemplos e mostrar interesse por sua vida;

- Encorajá-los a ser responsáveis;

- Participar de atividades das crianças, conhecer seus amigos, saber aonde vão e o que fazem, como vão voltar para casa e com quem;

- Desenvolver projetos e atividades junto com eles;

- Ensiná-los a fazer escolhas certas, pensando no futuro;

- Discutir os riscos das drogas desde cedo e sempre.

"Você já usou drogas?"

Nas conversas sobre drogas, uma das perguntas mais comuns que os filhos fazem aos pais é: "Você já usou? " A não ser que a resposta seja "não", é difícil saber o que dizer, porque quase todos os pais que já usaram drogas não querem que os filhos usem. E isso não é hipocrisia. É querer o melhor para seus filhos, porque hoje esses pais compreendem os perigos das drogas, quando eram jovens não entendiam. O pai que esconde do filho que usou drogas na juventude pode ter sua confiança abalada se a criança descobrir. Por isso, quando for feita essa pergunta, a melhor saída é dizer a verdade. O que não significa relatar suas experiências em detalhes. assim como nas conversas sobre sexo, algumas coisas devem ser reservadas. Evite dar mais informações do que foi solicitado pela criança. Faça perguntas esclarecedoras para ter certeza de que você entendeu exatamente o que seu filho está perguntando antes de responder. Limite sua resposta às informações pedidas.

Como os avós podem ajudar

Os avós têm um papel especial na vida das crianças e, diferentemente dos pais, tiveram mais tempo para se preparar para esse papel. Eles já passaram por altos e baixos correndo atrás dos próprios filhos. Por isso têm uma abordagem mais calma e equilibrada para interagir com os netos. Os avós podem servir como modelos mais estáveis e maduros quando precisarem assumir alguma responsabilidade com os netos. E têm uma vantagem sobre os pais: o relacionamento com as crianças é menos complicado, menos arbitrário e mais distantes dos problemas do dia-a-dia.

Os avós podem usar a intimidade e a confiança que inspiram para reforçar as lições ensinadas pelos pais sobre auto-respeito e vida saudável. Quando demonstram preocupação perguntando: "alguém já lhe ofereceu drogas? " ou "por que seus olhos estão vermelhos?", provavelmente ouvirão respostas mais honestas, especialmente se conseguirem mostrar que não vão julgar nem punir ninguém. Os netos tendem a ser menos defensivos e mais predispostos a ouvir seus conselhos sobre drogas. Os avós também os ajudarão reforçando mensagens positivas e o bom comportamento.

Onde procurar informação e apoio

APCD, que é voltada para o trabalho de prevenção, entende que deve contribuir com as informações necessárias para quem precisa recorrer a centros de recuperação, as comunidades terapêuticas, ambulatórios, recursos comunitários e prevenção. A Secretaria Nacional Antidrogas oferece um serviço gratuito de informações pelo telefone: 0800-614321.

As drogas que estão na sua despensa

Produtos domésticos como removedor de esmaltes, de limpeza, sprays e solventes podem ser utilizados como inalantes. Isso é um perigo e um problema, porque estão dentro de casa e passam desapercebidos. Por estarem disponíveis, são uma droga popular entre os jovens. Uma pesquisa da Parceria mostra que 13,8% dos jovens estudantes do ensino médio das principais capitais brasileiras já usaram algum tipo de inalante. Você deve falar com seu filho sobre as conseqüências do abuso: esses produtos privam o corpo de oxigênio e podem causar inconsciência, danos no cérebro e no sistema nervoso e em casos mais graves, até mesmo a morte.

NOTA DO COMPILADOR: O contexto dessa matéria baseia-se num manual preparado pela APCD, com o apoio de psiquiatras, psicoterapeutas, advogados e psicólogos.

(Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 363 de Abril de 2001)


domingo, 21 de abril de 2013

Haverá tempo previsto para a educação do médium?


Aluney Elferr Albuquerque Silva

Tempo não há, pois a Mediunidade é trabalho para muitas reencarnações na existência do espírito, em verdade esta faculdade em suas mais variadas ramificações, esta presentes em todos os homens, todavia no sentido restrito da palavra é após o desabrochar na existência atual que o trabalho se efetiva com mais intensidade e a partir daí não deve mais parar ou estacionar, sob a possibilidade de um recomeço, muito mais árduo e penoso.

Sabemos que a faculdade estando presente em nós deve eclodir-se sozinha, mas isso não quer dizer que não possamos trabalhar no campo de modelação de nosso espírito, através das atividades evangelizadoras, na doação fraternal de atendimento à irmãos necessitados.

Identificados pelo sensitivo os sintomas que lhe caracterizam a faculdade mediúnica, a ele cumpre o dever de educá-la. Somente o sensitivo é capaz de qualificar-se nessa condição, nenhum sinal externo pode chamar a atenção do observador, a fim de apontar as pessoas que sejam possuidoras de mediunidade.

Mesmo sabendo que a mediunidade é uma faculdade originária no espírito, e que se exterioriza através do organismo físico, não apresenta síndromes externas, e, mesmo quando algumas destas possam tipificar-lhe a presença, tal conclusão jamais poderá ser infalível.

A mediunidade, propiciando a interferência dos desencarnados na vida humana, a princípio gera estados particulares na área da emotividade como estados fisiológicos. Porque mais facilmente se registram a presença e o envolvimento de seres negativos ou perniciosos, a irradiação das suas energias produz esses estados anômalos, desagradáveis, que podem ser confundidos com problemas patológicos outros. Porém o sensitivo é constantemente chamado para a observação dessas manifestações consigo mesmo, por surgirem em momentos menos próprios ou aparentemente sem causas desencadeadoras. O orientador espírita deve ser capaz de convencê-lo que o exercício correto da mediunidade nenhum perigo oferece a quem quer que seja.

Se observarmos em O Livro "O Consolador por Emmanuel, através de Chico Xavier, nas perguntas 387 / 388 poderemos verificar a grande importância que devemos dar a esses mecanismos de elevação que a Natureza nos concede:

387 - Qual a maior necessidade do médium?

- A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de ouro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.

388 - Nos trabalhos mediúnicos temos de considerar, igualmente, os imperativos da especialização?

- O homem do mundo, no círculo de obrigações que lhe competem na vida, deverá sair da generalidade para produzir o útil e o agradável, na esfera de suas possibilidades individuais. Em mediunidade, devemos submeter-nos aos mesmos princípios. A especialização na tarefa mediúnica é mais que necessária e somente de sua compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de vulgarização da verdade a realizar. (resposta não está em sua totalidade)

Observando bem estas orientações de Emmanuel, vamos ver que o empenho é necessário para o engrandecimento da faculdade, e esse empenho é contínuo na escalada a desempenhar.

Mas, ainda assim, poderíamos nos perguntar, o que é educação ou desenvolvimento da mediunidade?

Responderíamos. É o conjunto de ações educativas direcionadas para o exercício correto da mediunidade educação essa, que não se prende as quatro paredes do templo espírita, mas, vai além no envolvimento das orientações basilares do Mestre - Orai e vigiai, no que concerne as nossas imperfeições como também nossas ações ainda perniciosas. E vai e não peques mais, para que não te suceda coisa ainda pior - no que concerne a mudança de estrutura mental, vibracional e de ação no bem. Pois, o Mestre, não somente diz que deixemos de praticar o mal, mas que pratiquemos acima de tudo o BEM.

Principalmente modificando a condição interpretada por nós do grande Amor-terapia legado por Jesus para todos nós: Não fazer ao próximo aquilo que não queremos para nós, modificando a estrutura negativista desta frase para: Faça ao próximo aquilo que queres para ti mesmo. Identificamos nossa verdadeira missão como cristãos em qualquer tarefa, transformando essas tarefas desde as mais simplórias em tarefas redentoras pela ação do Amor.

A educação da mediunidade, é um trabalho para toda a vida. Começa antes da reencarnação, continua nela e prossegue no além túmulo.

Há uma grande necessidade de amparo ao candidato ao mediunismo, na presença de problemas psíquicos, emocionais e físicos, recebendo na casa espírita orientações de cunho doutrinárias. É necessário que primeiro ocorra uma harmonização espiritual, antes da entrega do neófito ao exercício mediúnico.

Sendo importante que seja levado ao conhecimento do médium principiante que, na fase inicial, é natural o surgimento de um clima psicológico inconstante, de altos e baixos, isto é compreensível, haja vista a mediunidade propiciar em um envolvimento mais próximo a interferência dos desencarnados na vida humana, e que geralmente são seres envolvidos com o mal ou com atos perniciosos, transmitindo assim, a irradiação das suas energias produzindo sensações anômalas, desagradáveis, que perfeitamente podem ser confundidas com problemas patológicos outros e que devem ser bem esclarecido ao irmão que se propõe para a nova tarefa.

A condição do estudo é de muita importância para uma educação segura e embasada no que se diz respeito a faculdade.

Médium é o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens. (Erasto em O Livro dos Médiuns, Cap. XXII, item 236).

O Médium precisa estudar?

O médium tem como condição primordial o estudo, na busca da compreensão da sua faculdade e do conhecimento da natureza dos espíritos que utilizam sua faculdade mediúnica para um contato mais próximo com os encarnados. Trazendo ao próprio médium uma condição mais segura de trabalho, pois, consciente e entendedor de sua faculdade trabalhará colaborando ainda mais com os técnicos espirituais responsáveis pela atividade mediúnica que freqüenta. E através da segurança que começa pelo estudo alcança, sintoniza de uma melhor maneira com os mentores, como também poderá envolver os comunicantes para que se portem ordenadamente e não como muitos que chegam transformando as reuniões em perfeitas rebolias.

Neste estudo profundo que deverá o médium proceder em sua caminhada, defrontará com a necessidade de auto-conhecer-se, cumprindo-lhe ao mesmo tempo, conhecer as qualidades que deve procurar desenvolver em si e os hábitos viciosos e os obstáculos que a podem embaraçar no desempenho da sua tarefa. Pois, para uma auto-realização é necessário permanente exame de consciência, a fim de conhecer-se sempre, a todo momento, o estado da própria alma.

A mediunidade é sem dúvidas, poderoso instrumento que pode converter-se em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso, ele não é uma faculdade portadora de requisitos morais. A moralização do médium liberta-o das influências dos espíritos inferiores e perversos, que se sentem, impossibilitados de maior predomínio.

Cada dia, o medianeiro defrontará com sensações novas e viverá emoções que lhe cabem verificar, de modo que possa treinar o controle pessoal, estabelecendo uma linha dermacatória entre a sua e as personalidades que o utilizam psiquicamente, até mesmo, auxiliando-os nas comunicações.

A compreensão das Leis dos Fluidos, isto é, a identificação fluídica entre o médium e o espírito, constitui fator de altíssima importância para uma comunicação harmônica, pois que, se são contrários, se esta relação fluídica se repele, com deveras dificuldades poderá se processar a comunicação mediúnica, sobre isso também o médium deverá estar ciente.

Enfim, a educação mediúnica é para todo a existência, pois, à medida que o medianeiro se torna mais hábil e aprimorado, melhores requisitos são colocados para a realização do ministério abraçado.

Buscando novamente o grande manancial de informações que é O Livro dos Médiuns, na Parte 2º- Cap XVII, Item 221 – Formação dos Médiuns, verificamos:

“O escolho da maioria dos médiuns iniciantes é Ter relações com espíritos inferiores, e devem se considerar felizes quando não o sejam senão espíritos levianos. Toda a sua atenção deve tender a não lhes deixar tomar pé, porque uma vez ancorados não é sempre fácil desembaraçar-se deles. É um ponto tão capital, sobretudo no início, que sem as preocupações necessárias, pode-se perder o fruto das mais belas faculdades”.

O empenho do médium em se moralizar, na verdade, deverá fazer parte do processo de sua auto-educação, sintonizando profundamente com as palavras do Cristo – “Conhecereis a verdade e ela vos Libertará”.

Por isso, a meta prioritária é a criatura conhecer-se a si mesma, é preciso permanente exame de consciência, com o fim de conhecer-se sempre em todos os atos praticados por nós, deste modo nos conhecendo um pouco mais, poderemos com uma maior facilidade nos dedicarmos sem medos ao exercício. O estudo que visam a identidade dos espíritos falam bem alto no processo de educação do médium.

O Trabalho no Bem e o Médium

Nenhuma teoria concretiza-se bem, sem o exercício, sem o trabalho, vejamos e seguindo a orientação dos espíritos que auxiliaram Kardec na Codificação, em O Livro do Espíritos, perg 625, quando se referiam ao melhor Modelo que a Terra já conheceu e a resposta foi Jesus, seguindo este grandioso modelo para todos nós, verificaremos que seus ensinamentos não ficaram sem o aval de sua exemplificação traçando assim, base para suas orientações que nos norteiam até os nossos dias.

Mente vazia, pensamentos infelizes à vista, nos é necessário o trabalho ativo e o preenchimento de nossa mente com coisas edificantes, assim, é imprescindível enriquecer nosso pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitaram direcionar a luz que é jorrada do mais alto para nós.

Em toda a parte existe a cooperação espiritual para com o mundo material. Onde há pensamento, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associações. E toda associação, como sabemos é interdependência e influenciação recíproca. Daí verificamos a necessidade de vida nobre, de trabalho ativo compreensão fraterna, serviço ao semelhante, respeito á Natureza e oração constituem alguns meios de assimilar os princípios superiores da vida, porque recebemos sempre em referencia ao que damos. E tratando de mudar o ritmo vibracional de nossos pensamentos e em seguida de nossos atos, seguramente também sintonizaremos com uma maior facilidade com os benfeitores que visam o engrandecimento humano.

Voltando a pergunta do Livro O Consolador de Emmanuel, 387 – “Qual a maior necessidade do médium? Resposta não está em sua totalidade.

A primeira necessidade do médium é evangelizar-se

Cabe-nos perguntar para nós mesmos, o que significa, o termo evangelizar-se.

O Médium e suas relações com o mundo Espiritual

Nos diz André Luiz, em seu livro Missionários da Luz, que “ é imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer a qualidade de nosso trabalho e de ajuizar nossa direção”.

A mediunidade é neutra e não basta por si só.

E é ainda André Luiz, que nos orienta com bastante clareza no seu livro Nos Domínios da Mediunidade - “Cada médium com a sua mente, cada mente com seus raios, personalizando observações e interpretações, e conforme os raios que arremessamos, erguer-se-ão o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam”.

Essa energia viva que é o pensamento, cria em torno de nós forças sutis, criando centros magnéticos ou ondas vibratórias, com as quais emitimos nossas situações e recebemos outras. Abriremos comunicação e envolvimento com núcleos e mentes com os quais nos colocamos através de nossos pensamentos, em sintonia.

Em Evolução em Dois Mundos, André Luiz, pág 129 - " A aura é, portanto a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas alheias, antecâmara do espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa.

Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamentos a pensamentos, sem necessidade das palavras para as simpatias ou repulsões fundamentais".

Esclarece ainda, no mesmo livro - " É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico".

Poderemos verificar acima que, refletimos o que sentimos e pensamos em nós mesmos e é essa aura que nos apresenta como verdadeiramente somos. Principalmente refortificando um ditado - a raiva é um veneno que tomamos e esperamos que outros morram, ou seja, esta mesma raiva ficará impregnada em nós transparecendo aquilo que sentimos e afetando principalmente o nosso próprio tônus vibratório.

Plasmamos em torno de nós através da força do pensamento nestas zonas vibratórias que nos constituem, nosso EU verdadeiro, e assim, somos conhecidos por todos no mundo espiritual, nos ligando ao bem ou a ignorância.

Envolvemo-nos em uma onda vibratória que modifica nosso tônus de vibração, ligando-nos imediatamente àqueles que conosco comungam os mesmos pensamentos e atos, e quando dormimos temporariamente nos distanciamos de nossa aparelhagem física, indo Ter com os mesmos com os quais nos ligamos mentalmente, ai nos vem os sonhos temerosos e “pesados”, principalmente no que concerne ao sexo, brigas, mortes, e etc. Passamos os dias direcionando energias em prazeres propriamente ditos ou intencionando fortemente tais prazeres, criando-os assim, fluidicamente manifestando nossas intenções no mundo espiritual.

Conclamamos nossos irmãos leitores que revisem o Livro A Gênese, Cap XIV – Os Fluidos – item 13 – Criação Fluídica, para numa análise mais profunda verificarem a importância de nossos pensamentos nestas criações emanadas de nós mesmos.

Lembremos sempre, praticando tanto o bem como o mal, estaremos sempre respirando na mesma faixa, intimamente associadas, mentes ligadas com o bem ou com as trevas.

O Médium e a não profissionalização de sua faculdade

Conforme já sabemos, o espiritismo não é o “dono” da mediunidade, esta é inerente ao espírito e projetada ao corpo físico, como uma faculdade orgânica. Encontra-se em quase todos os indivíduos, como um meio imensurável de progresso.

Observando algumas palavras de André Luiz, psicografadas por Chico Xavier, poderemos compreender uma poderosa observação efetuada por este nosso irmão: “Deus ajuda a criatura através das criaturas”, e completamos, desencarnadas ou encarnadas, ou seja, vamos verificar que o intercâmbio estará presente em todas as etapas da natureza e em várias e diferentes condições vibracionais.

Haja vista, entre os espíritos já desencarnados médiuns também os há, que exercem fraternalmente o labor, facultando que entidades do mais alto, das esferas mais Elevadas possam também trazer palavras de consolo, orientação para àquelas que se encontram na retaguarda da evolução, ainda que o meio mais difundido seja o intercâmbio entre encarnados com os desencarnados.

Sem dúvidas, ainda que sabendo da ferramentaria disponível em suas mãos o médium transforma a mediunidade em poderoso instrumento de lamentáveis fatores de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso. Não é uma faculdade portadora de requisitos morais, todavia a moralização do medianeiro fomenta sua liberação das influências dos espíritos inferiores e perversos, que se sentem, impossibilitados de causarem maior predomínio por faltarem os vínculos para a necessária sintonia.

A mediunidade não poderá ser utilizada como uma profissão naquele que já encontra-se revestido com ela, pois como processo de crescimento e purificação do próprio ser em caminhada estagiária no plano em que vive, deve ela sempre ser precedida do amor, da sintonia, buscando acima de tudo galgar mais profundos resultados. Vemos a medicina ser utilizada por médicos que visam simplesmente o ganho, todavia, dia chegará em que os médicos utilizaram esta faculdade para o bem maior, travando assim o aparecimento de uma medicina vibracional bem mais profunda e comprometida com a causa humana, conseguindo enfim, mais envolvida com o amor tratar do ser como um todo e não simplesmente corpo.

A mediunidade deve ser canalizada para fins nobres, evitando-se transformá-la em motivo de profissionalização ou espetáculos que buscam gerar emoções passageiras.

Independente da vontade de seu possuidor, funciona quando acionada pelos espíritos que a manipulam, sendo, portanto, credora de assistência moral.

O Livro dos Médiuns, nos orienta que mesmo que tentemos e não consigamos revelar nossa mediunidade de modo algum, devemos renunciar a ser médium. Mas esta referência se dirige a mediunidade em seu sentido restrito, ou seja, os efeitos físicos, psicografia, psicofonia.

Sabemos também que todos somos médiuns, pois todos sofremos influências dos espíritos e na seara do Cristo há muitas mediunidades, ainda que não sejam ostensivas, não são menos importantes.

Se não temos, pelo menos por enquanto, em nosso quadro de tarefas a mediunidade ostensiva, sejamos então médiuns do bem, das palavras de carinho, do consolo, da ajuda, do bom conselho, da caridade, pois mesmo ai, estaremos sendo envolvidos por aqueles do lado invisível que também trabalham para o engrandecimento da humanidade e o consolo dos corações aflitos.

Essa desistência a qual O Livro dos Médiuns se refere, é a desistência da prática mediúnica em si, mas não a desistência dos trabalho na seara do Pai, pois Ele nunca esquece de seus filhos, aqueles que não conseguem ver, poderão ouvir, aqueles que não conseguem psicografar, poderão ser oradores, enfim, outros sentidos nos serão emprestados para que nós possamos suprir nossas necessidades na evolução de nossos espíritos.

Quantos cursos ministrados nos Centros Espíritas, de onde, após sempre uma fase teórica de geralmente 06 meses a um ano, o aprendiz se encaminha com sintomas de mediunidade ou não para uma mesa mediúnica.

Deste ponto em diante, quando o aprendiz se exercita através da teoria e da prática, em contato mais direto e definido com a os espíritos, é que alguns conhecedores do assunto e nós também, consideramos curso de educação da Mediunidade, pois a palavra desenvolvimento está por nosso modo de ver mal empregada. Ocorre que em muitos Centros Espíritas, esse curso não tem duração definida, permanecendo o aprendiz, em insistência cansativa, sempre a ocupar o lugar de outro mais necessitado, e os anos se passam sem que sua mediunidade se aflore e apresente características ostensivas.

Aí, poderá vir a alegação de que ele é um trabalhador da Casa e não pode deixar a mesa para dar lugar a um outro ou até mesmo porque pode melindrar-se.

Nestes quadros vistos acima, nos orienta a Doutrina Espírita, que devemos ocupar este irmão, em outros pontos de trabalho do Centro Espírita, como por exemplo:

Passe
Visita fraterna
Acolhida à irmãos que vêem a Casa Espírita
Evangelização (Infantil, Mocidade, Adulta)
Doutrinação
Apoio nas reuniões mediúnicas.
Atendimentos fraternos na Casa
De fato, não faltam lugar para aqueles que querem realmente servir.

Então, se por acaso esta faculdade que nos impulsiona para a felicidade, não se aguçar, nas mais freqüentes que conhecemos: psicofônia e Psicografia, psicopictoriografia, tenhamos a certeza de que na Casa Espírita, há sempre lugar para médiuns- doutrinadores, evangelizadores, passistas, acolhedores, oradores, auxiliares, enfim, todos os trabalhadores e filhos de Deus.

Sempre há lugar para se praticar a fraternidade, humildade, caridade, comecemos por entender que o menor trabalho que nos for proporcionado é um trabalho importante na ajuda da construção de uma humanidade melhor e renovada.

Se estamos falando de trabalho de melhoramento moral, engrandecimento do espírito, este deve ser um trabalho que deverá durar realmente muitas e muitas encarnações, no reparo constante de nossos defeitos, faltas. Comparemos um profissional que investe anos e anos a fio para se formar num grande profissional e mesmo depois de 5,6,7 anos de estudo e muito trabalho em preparo à sua formatura, ele se forma. Isso não quer dizer que pára por aí, pois tudo evoluí e para ele poder acompanhar estas evoluções terá que se reciclar no estudo constante para poder estar sempre atualizado.

Imaginemos agora no que se diz respeito às Leis morais da vida, Leis de Deus, evolução do espírito, enfim, a busca da felicidade, a ajuda ao próximo, concordemos que este deve ser um trabalho-estudo sem tréguas, sem descanso, rumo a reforma íntima de cada um dos filhos de Deus. No que se diz respeito ao entendimento sobre o invisível, as leis da natureza, os acontecimentos, várias experiências reencarnatórias serão necessárias para o aprimoramento destes conhecimentos, possamos nos dedicar para o melhor aproveitamento dos desígnios de Deus.

“Um pai não abandona seu filho porque, surdo e
cego, não pode ouvir nem ver; cerca-o, ao contrário,
de toda a solicitude. O mesmo fazem conosco
os bons Espíritos. Se não podem transmitir-nos
materialmente seus pensamentos, auxiliam-nos
por meio da inspiração”.
Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, capítulo XVII questão 218
Fonte:http://www.espirito.org.br 

terça-feira, 2 de abril de 2013

02 de Abril, Aniversário de Chico Xavier.



Biografia de Chico Xavier

Filho do operário João Cândido Xavier e da doméstica Maria João de Deus. Nasceu a 2 de abril de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo.

A desencarnação de dona Maria João de Deus, deu-se a 29 de setembro de 1915, quando o Chico tinha apenas 5 anos.

Dos nove filhos (Maria Cândida, Luzia, Carmosina, José, Maria de Lourdes, Chico, Raimundo, Maria da Conceição e Geralda), seis foram entregues a padrinhos e amigos.

Chico sofreu muito em companhia de sua madrinha, que era obsediada. Conta ele, que apanhava três vezes por dia, com vara de marmelo. O pai de Chico casou-se novamente; desta feita com Cidália Batista, de cujo casamento advieram mais seis filhos (André Luiz, Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João Cândido).*

Por essa ocasião, deu-se o seu retorno à companhia do pai, dos irmãos e de sua segunda mãe dona Cidália, que tratava a todos com muito carinho.

Sua escolaridade vai até o curso primário, como se dizia antigamente. Trabalhou a partir dos oito anos de idade, de 15h às 2h, numa fábrica de tecidos.

Católico até o ano de 1927, o Padre Sebastião Scarzelli era seu orientador religioso.

Com a obsessão de uma de suas irmãs, a família teve que recorrer ao casal de espíritas, Sr. José Hermínio Perácio e dona Carmem Pena Perácio, que após algumas reuniões e o esforço da família do Chico, viu-se curada. A partir daí, foi mantido o Culto do Evangelho no Lar, até que naquele ano de 1927, o Chico, respeitosamente, despediu-se do bondoso padre, que lhe desejou amparo e proteção no novo caminho. (…)

No ano de 1927, funda em Pedro Leopoldo, junto com outras pessoas, o Centro Espírita Luiz Gonzaga.

Em 08/08/44, Chico Xavier, através do advogado Dr. Miguel Timponi, em co-autoria com a FEB – Federação Espírita Brasileira, inicia contestação à ação declaratória movida pela Sra. Dª. Catharina Vergolino de Campos, viúva do famoso escritor desencarnado Humberto de Campos, sob a fundamentação de ser necessário concluir se efetivamente a obra psicografada pelo Chico, como sendo do notável escritor patrício, Humberto, após sua desencarnação. Ao final desse longo pleito, através de críticos literários, os mais consagrados, concluiu-se ser autêntica a obra em questão (ver o assunto completo no livro “A Psicografia ante os Tribunais, de autoria do advogado Dr. Miguel Timponi – Ed. FEB).

Dos quatro empregos que teve, por 32 anos trabalhou na Escola Modelo do Ministério da Agricultura, em Pedro Leopoldo e Uberaba, nesta última cidade, a partir de 1959, quando para lá se transferiu.

Chico sempre se sustentou com seu modesto salário, não onerando a ninguém. Aposentou-se como datilógrafo subordinado ao Ministério da Agricultura. Jamais se locupletou como médium. Ganhava, dos mais simples aos mais valorizados presentes (canetas, fazendas, carros), mas, de tudo se desfazia educadamente. Dos quatrocentos e doze livros psicografados, os quais pela lei dos homens lhe pertenciam os direitos autorais, de todos se desfez doando-os a federativas espíritas e a instituições assistenciais beneficentes, num verdadeiro exemplo vivo de cidadania e amor ao próximo.

* Ver a síntese genealógica do Chico, no livro “Chico Xavier, Mandato de Amor” . UEM, p. 284).

| A Polivalência de sua Obra Literária |

É bastante diversificada a obra literária do Chico, senão vejamos: o primeiro livro publicado foi “Parnaso de Além Túmulo”, escrito por 56 poetas desencarnados, compreendendo brasileiros e portugueses. Foi recebido no período de 1931 a 1932. Na época, sua idade era de apenas 21 anos. Com esta obra, Chico começa por onde a imensa maioria dos medianeiros psicógrafos principia.

Detém em sua produção Prosa e Verso, que nós, na mera condição de leitor, classificamo-la como sendo:

Reveladora: Com a publicação da obra Nosso Lar, o espírito André Luiz inicia primorosa coleção em que se ressalta, dentre tantas informações, o caráter revelador da obra, onde se tem registrado o cotidiano, o dia a dia da vida extrafísica.

Identificadora: Assim chamamos a literatura poética, como no caso do “Parnaso”. Se “estilo é maneira de exprimir os pensamentos, falando ou escrevendo” (Aurélio), no Parnaso figuram quase 6 dezenas de poetas da Língua Portuguesa, dentre os mais consagrados. Aí, a comparação entre o poeta, quando na vida física e quando retorna ao plano espiritual, torna-se inevitável.

Mensagem: Chamamos livros de mensagens, aqueles compostos por mensagens avulsas, de temas variados, de espíritos diversos. (Ex: Mãos Unidas, Respostas da Vida, etc).

Romanesca: Destacamos, neste gênero, os cinco romances de Emmanuel (mentor do médium): Há Dois Mil Anos (abrange o período histórico de 31 a 79 D.C), Cinqüenta Anos Depois (ano 131 – D.C), Ave Cristo (abrange o período 217 a 258 D.C), Paulo e Estevão (depois da morte de Jesus até aproximadamente anos 70 D.C) e Renúncia (cobrindo a segunda metade do século XVII, iniciado em 1662 – reinado de Luiz XIV de França). Há Dois Mil Anos foi escrito no curto espaço de 24/10/38 a 09/02/39, em intervalos das atividades profissionais do Chico.

Chamamos a atenção para a chamada Cronologia Romana reconhecida por experts como autêntica. A obra suscitou o aparecimento do livro Vocabulário Histórico-Geográfico, de Roberto Macedo, versando sobre o vocabulário existente nos cinco romances supra citados.

Histórico-Geográfico: A exemplo dos livros “A Caminho da Luz” e romances de Emmanuel (já citados), “Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” de Humberto de Campos.

Conto: merecem destaque Jesus no Lar, de Neio Lúcio, Almas em Desfile e A vida Escreve, de parceria com o médium Waldo Vieira, de autoria espiritual de Hilário Silva e Contos e Apólogos, Reportagens de Além Túmulo, Contos Desta e Doutra Vida, autoria espiritual de Humberto de Campos, além de outros.

Reportagem: Encontramos o trabalho de Humberto de Campos, que com vigor e talento, do plano da imortalidade envia-nos reportagens notáveis como a que realiza com o apóstolo Pedro, no livro Crônicas de Além-Túmulo, ou com Napoleão, no livro Cartas e Crônicas ou ainda quando entrevista a famosa atriz Marilyn Monroe, no livro Estante da Vida.

LITERATURA INFANTIL

Através de autores como Neio Lúcio, Casimiro Cunha e outros.

LITERATURA JOVEM

Livros de espíritos que ainda jovens retornaram ao plano espiritual, como a obra de Jair Presente, de Augusto César e outros, cuja característica principal são, as gírias praticadas pelos jovens, notadamente no período em que surgiram.

LITERATURA UNIVERSITÁRIA

De nosso conhecimento, coube à Professora Ângela Maria de Oliveira Lignani inserir a obra literária do Chico nos meandros universitários. A professora em questão logrou aprovação no Curso de Mestrado da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Teoria da Literatura. Dissertação com 200 páginas, cujo título é “Psicografia e inscrições discursivas: a escrita de Chico Xavier”.

LITERATURA HUMORÍSTICA

Lulu Parola, Cornélio Pires e outros trazem aos leitores rica obra com esta característica.

LITERATURA CIENTÍFICA

Por se compor de Ciência, Filosofia e Religião, invariavelmente, qualquer obra dita espírita mostra esta tendência, mas, especificamente podemos citar as de André Luiz como “Evolução em Dois Mundos” e “Mecanismos da Mediunidade”.

LITERATURA EVANGÉLICA

O Evangelho é tema de vasta obra psicografada pelo Chico, especialmente de Emmanuel: Caminho, Verdade e Vida, Pão Nosso, Vinha de Luz, Fonte Viva, Livro da Esperança, Palavras de Vida Eterna, Segue-me, Bênção de Paz.



| Ressonância de sua Obra |

NO CINEMA

Da mensagem publicada no livro “Somos Seis” resultou o filme Edifício Joelma.

NO TEATRO

Várias compilações de obras diversas resultaram na peça teatral “Além da Vida”, apresentada por atores e atrizes profissionais.

NA TELEVISÃO

Tanto na extinta Rede Tupi (associada) quanto na Rede Globo, adaptou-se como novela o livro “Nosso Lar”, sob o título de “A grande viagem”, com amplo sucesso.

NO RÁDIO

Apresentação do chamado rádio-teatro, como o romance “Há Dois mil Anos”, teatralizado na Rádio Mundial.

Programas radiofônicos veiculando páginas espíritas.

Nos mais diversos ambientes, deparamos afixadas páginas psicografadas pelo Chico, porém, nem sempre de origem identificada.

NO JUDICIÁRIO

Conforme se vê no livro Lealdade, organizado pelo laborioso tarefeiro espírita, Hércio Marcos, do IDE – Instituto de Difusão Espírita – Araras/SP, relatando que, com base em mensagem psicografada pelo Chico, o MM. Juiz da causa absolveu o réu no douto judiciário do estado de Goiás.

NA MÚSICA

Já nos idos de 1970, o astro da canção brasileira, Roberto Carlos, revelava no Programa Flávio Cavalcanti, a influência das obras do Chico nas letras das músicas que compõe.

São inúmeras as letras psicografadas pelo Chico que foram e são musicadas, daí resultando belas canções, tais como: Alma Gêmea e Companheiro, letras de Emmanuel. A Prece, letra de João de Deus, Diretrizes adaptado do trecho de Bezerra de Menezes..

Fábio Júnior, Vanuza e Moacir Franco, sempre demonstraram grande carinho pelo Chico, inclusive, homenageando-o através de músicas de suas autorias.

Inúmeros LP\’s (hoje em desuso) e incontáveis CD\’s enriquecem a fonografia patrícia, oriunda da obra do Chico.

NA PINTURA

Através do chamado processo ideoplástico a exuberante mediunidade do Chico tem proporcionado o surgimento de quadros maravilhosos, como o do Senador romano Publius Lentulus e o retrato de Maria (vide Anuário Espírita 1986).

ABRANGENDO IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS

A monumental obra psicografada pelo Chico já teve livros traduzidos para o esperanto, o francês, o inglês, o espanhol, o japonês, o tcheco e o polonês.

NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Pelo fato de o Chico, invariavelmente, registrar em cartório a doação dos direitos autorais a que teria direito em favor de instituições beneficentes, que pela lei do homem lhe caberia sobre 412 obras, tal procedimento possibilita grande fonte de recursos a essas instituições mesmo depois de sua morte. E já são mais de 30 milhões de exemplares editados.

CHICO SELA COMPROMISSO COM O ESPÍRITO EMMANUEL

A data do início do mandato mediúnico do Chico é considerada 8 de julho de 1927, mas o reencontro com seu guia espiritual Emmanuel, deu-se nos fins de julho de 1931 (ver interessante diálogo que se estabeleceu entre os dois, conforme relata o livro “Chico Xavier Mandato de Amor”, UEM, p. 30-31).

QUEM ERA EMMANUEL

Senador romano na época do Cristo, conhecido por Publius Lentulus. De lá para cá do nosso conhecimento, surge nas figuras do escravo Nestório, do Padre Manoel de Nóbrega (fundador de São Paulo) e do Padre Damiano, reencarnado na Espanha.

O relacionamento entre os dois, “se perde na poeira dos sóis”, segundo informação que o Chico nos prestava, por informação do mentor espiritual.

JESUS – KARDEC – EMMANUEL

Como é sabido, a interação Jesus-Kardec-Emmanuel é absolutamente harmônica. E desde aquele longínquo 31 de julho de 1931, Emmanuel já determinava: ” – se algum dia eu conflitar com Jesus e Kardec, me abandone Chico”.

Nesse clima de absoluta interação é que para comemorar centenários respectivos, da obra que compõe o “Pentateuco Luz”, no dizer de Nenê Aluotto, temos:

- em 1959, surge o livro Religião dos Espíritos, em comemoração ao centenário do Livro dos Espíritos;

- em 1960, o livro Seara dos Médiuns, em comemoração ao centenário do Livro dos Médiuns;

- em 1961, o livro Justiça Divina, em comemoração ao centenário do livro Céu e Inferno;

- em 1964, o livro da Esperança, em comemoração ao centenário do Evangelho Segundo o Espiritismo.

Todos esses livros de autoria de Emmanuel. O Chico recebeu além desses, de espíritos diversos, o livro O Espírito da Verdade, ainda comemorativo ao centenário do Evangelho Segundo o Espiritismo.

CHICO FALA DE SUA PRÁTICA MEDIÚNICA

No livro Parnaso de Além Túmulo, Ed. FEB – 1972 – Comemorativa do 40º aniversário de lançamento, pág. 33, Chico diz a respeito: “A sensação que sempre senti, ao escrevê-las (referindo-se a poesias recebidas mediunicamente), era a de que vigorosa mão impulsionava a minha. Doutras vezes, parecia-me ter em frente um volume imaterial, onde eu as lia e copiava; e, doutras, que alguém mas ditava aos ouvidos, experimentando sempre no braço, ao psicografá-las, a sensação de fluidos elétricos que o envolvessem, acontecendo o mesmo com o cérebro, que se me afigurava invadido por incalculável número de vibrações indefiníveis. Certas vezes, esse estado atingia o auge, e o interessante é que parecia-me haver ficado sem o corpo, não sentindo, por momentos, as menores impressões físicas. É o que experimento, fisicamente, quanto ao fenômeno que se produz freqüentemente comigo.”

MÉDIUM COMPLETO

Poder-se-á dizer que Chico foi um médium completo, tanto do ponto de vista moral quanto da técnica mediúnica.

O saudoso professor Herculano Pires o chamava de “homem-psi”.

Elias Barbosa diz que dele poder-se-á dizer “do alto dos telhados”, tratar-se do maior médium psicógrafo do mundo.

O culto e saudoso professor Rubens Romanelli, dizia com relação a Chico Xavier: “Trata-se de um dos maiores autodidatas que já conheci”.

CURIOSIDADES ACERCA DA PROFÍCUA PRODUÇÃO PSICOGRÁFICA DE CHICO

De uma certa feita na bela cidade triangulina de Uberlândia, o saudoso tarefeiro espírita Zenon Vilela passou para o papel, a seguinte informação:

No ano de 1952, Chico psicografou 2 livros, em 2 dias: Roteiro, de Emmanuel, com 172 páginas e Pai Nosso, de Meimei, com 104 páginas.

No ano de 1963, Chico psicografou 2 livros, em 2 dias: Opinião Espírita, com 204 páginas e Sexo e Destino, com 360 páginas.

No dia 31 de março de 1969 (data comemorativa do falecimento de Kardec, mera lembrança nossa), Chico psicografou 2 livros, no mesmo dia: Passos da Vida, com 156 páginas e Estante da Vida, com 184 páginas.

Chico é apontado como fenômeno na aceitação do leitor. Dos dez melhores livros do século, em pesquisa realizada por órgãos da imprensa espírita, sete são da psicografia do Chico. O primeiro lugar coube ao livro Nosso Lar, na 48ª edição, com mais de 1.200 milheiros de exemplares editados.

Ao longo de seus 75 anos de mandato mediúnico tornaram-se incontáveis os títulos honoríficos a que fez jus:

- dezenas de cidadanias;

- mais de uma centena de biografias;

- instituiu-se a Comenda da Paz Chico Xavier, por decreto estadual;

- Comenda Chico Xavier instituída pela Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo;

- o Mineiro do Século, por promoção da Telemar e da Rede Globo Minas, etc, etc;

- pelos auditores independentes da Receita Federal, foram eleitas as 8 mais importantes figuras mundiais: Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Mandela, Sabin, Carlitos, Santos Dumont, Gandhi e Che Guevara.

- O Maior Brasileiro da História por promoção da Revista Época – 2006.

Por dados estatísticos fornecidos por órgãos da Imprensa Nacional, em seu velório que se iniciou no domingo, 30 de junho, até terça-feira, 2 de julho do ano de 2002, em certos momentos, a fila chegou à extensão de 4 km. E diante do esquife, a média era de 40 pessoas, a cada minuto. Era comovente a serenidade e o silêncio do povo, apesar de ter que esperar horas e horas seguidas na fila, sob o forte sol uberabense, para a despedida aos despojos físicos do médium. Foi sepultado com honras militares debaixo de uma chuva de pétalas de rosas.

Eric Fronn nos ensina que “só o amor é justificativa à presença humana”. O Chico “triplica” essa justificativa. Muitos o cognominam: “um homem chamado amor”.

| O Chico de nossa Memória |

Quando o conheci na década de 50, sua idade era de 46 anos.

Tinha por características físicas ser gordinho, de uma gordura “roliça”, sem protuberâncias destacadas. Era de baixa estatura. Dava pra perceber que suas vistas não eram normais, portavam enfermidades.

Sua risada era “gostosa”, e bem audível.

Tinha por princípio ser igual para com todo mundo. Dificilmente esquecia o nome das pessoas. Por conta desse destaque um dia lhe perguntei:

- Chico, por que você não esquece os nomes das pessoas? No que ele retrucou de pronto:

- O Emmanuel me disse que onde há amor, não há esquecimento. Pensei: Podia dormir sem essa, eu que sou péssimo para guardar nomes.

Quando mudamos para Uberaba, a 31 de março de 1960, o Chico lá já estava desde janeiro de 1959. Se nossa convivência em Monte Carmelo era esporádica (só pelos Natais de 1956 a 1958) na hospitaleira capital do Zebu, aos poucos a convivência foi se aprofundando, principalmente porque fui tornando-me mais maduro, mais compenetrado.

Lembro com saudades que nos meus primeiros encontros com o Chico, às vezes eu ensaiava falar-lhe de Doutrina Espírita, de livros etc. Mas… à medida que me aproximava dele, a inibição se apossava de mim. Aí o Chico é que de propósito vulgarizava a conversa. E como sabia que eu gostava como gosto, de música, de cantar, e como estava em plena efervescência o movimento da “Jovem-Guarda”, o Chico cristamente me tirava daquela constipação cultural indagando-me desembaraçadamente: – Marival, e a Wandeca? O ambiente alterava-se totalmente. O assunto agora era jovem guarda, em que a cantora Wanderléia era um dos ícones. Chico era assim.

Ninguém mais autodidata, ninguém mais culto. Vida a fora teve grandes mestres espirituais. De escolaridade formal mesmo só estudou até o primário. Por exemplo, talvez ninguém descrevesse tão bem, com tantas minudências o corpo humano como ele, mas dificilmente o fizesse se em presença de um homem de ciência. Não só esse tema como qualquer um outro, ele dominava com desembaraço, mas jamais fazia exibição de erudição. Ao contrário, repetia com freqüência que de tão pequeno trazia cisco no nome (referência às duas últimas sílabas de FranCISCO).

Enganam os que acreditam que o Chico transigia acerca de valores morais que competia a ele exemplificar, ou ter que orientar um irmão do coração. Vi alguns dos nossos com lágrimas nos olhos diante da necessária veemência do Chico.

De certa feita, ante a insistência de um confrade querendo que o Chico atendesse a uma irmã de outra cidade, naquela manhã, na agência do Banco do Comércio, onde ele tratava de confirmar se o crédito referente a vencimentos a que fazia jus como funcionário do Ministério da Agricultura, havia sido creditado em sua conta: O Chico expõe ao renitente companheiro que pra tudo tem hora, que naquele momento ele cuidava de dinheiro, não estando portanto em condições de assistir espiritualmente a irmã mencionada, mas que à noite estava à disposição dela na CEC. Assim mesmo teve que dizer ao companheiro: – Você já viu o padre abrir a igreja toda hora para celebrar missa?

Finalmente o irmão deu-se por vencido, retornando à sua casa, ele que morava ao lado daquela agência bancária. Nesse momento o Chico humildemente nos pede desculpas e dá o assunto por encerrado dizendo: (a mim e ao Toninho Vilela, funcionário do banco). “Às vezes onde eu encontro as maiores dificuldades é justamente entre os irmãos espíritas.”

Passei então a meditar em torno daquele episódio e daquela observação.

Casos revestidos de muita ternura tive oportunidade de assistir, envolvendo essa figura notável:

O companheiro, na euforia que atingia a todos os presentes no Uberaba Tênis Clube, ante os festejos pelo título de cidadão uberabense, outorgado ao Chico pela edilidade previne-o:

Chico, cuidado pra você não cair! (Referia-se a resvalos Morais)

Era um cidadão alto, corpolento, contrastando com o Chico, que olha pra cima procurando o rosto do companheiro para humildemente responder:

- Oh fulano, como eu vou cair se estou dez léguas pra baixo?

O local era as confluências das ruas Arthur Machado com Leopoldino de Oliveira, o mais movimentado de Uberaba. Começamos em pequeno número, mas à medida que as pessoas iam descobrindo o Chico ali, a aglomeração aumentava.

Ele no meio da roda, assediado por perguntas e por curiosos. Bem ao meu lado pára uma pessoa, pela aparência um representante comercial. Observa, observa, como bom mineiro.

De repente sai rápido e entre decepcionado e incrédulo comenta:

- Dizem que esse homem é humilde, mas ele está num perfume só, e a humildade onde fica?

Tive ímpetos de explicar a origem daquela fragrância tão agradável, mas a tempo ponderei que naquele momento qualquer explicação seria extemporânea.

Nos últimos anos na década de 60, após participar com dois de meus irmãos nos Festivais do “Chapadão do Bugre” lá mesmo em Uberaba, o Chico passou a nos incentivar a compor música, como já o fazíamos no festival: “Quente, pra frente”, “Me pega”, foram os títulos que nos indicou, quando dizia: Ninguém fez músicas explorando esses temas. E completava: – Tenho muitos outros pra lhe sugerir.

Na época não atinei que talvez devesse buscar espiritualizar os temas. Fazia músicas comuns.

Com nossa mudança para Belo Horizonte, em 1970, essa “parceria musical”, que eu supus encerrada, aí é que floresceu, porque passei a por melodias em letras psicografadas pelo Chico, hoje somando uma meia-dúzia delas.

De certa feita jactanciava-me pelo fato de ter tido essa convivência fraterna, boa, salutar com nosso saudoso irmão Chico, quando um companheiro, como que com o fito de podar em mim a vaidade, indagou de chofre: E o que você tem feito dessa convivência? Lembre-se: Isso não é privilégio, é responsabilidade. Efetivamente, ser contemporâneo do Chico representa imensa responsabilidade para todos nós porque ele foi e é exemplo vivo que o Divino Mestre nos enviou.

Rogamos a Jesus proteger e amparar o nosso sempre querido irmão Chico.

CEI EDITA LIVROS DE CHICO XAVIER EM VÁRIOS IDIOMAS
O Conselho Espírita Internacional também dispõe de uma pagina na internet onde podem ser conhecidas todas as obras que já estão publicadas – www.edicei.com – (o site esta sendo totalmente reconstruído atualmente) e efetua um trabalho promocional permanente nos países em que se falam as línguas nas quais já existem livros disponíveis.
- Algumas das obras de Chico Xavier que já estão disponíveis em diferentes idiomas são:
·         Francês: Serie André Luiz (toda a serie); Romances de Emmanuel (os 5 romances já estão publicados); Serie Fonte Viva (toda a serie já esta disponível). Alem disso, já estão publicados os livros O Consolador; A Caminho da Luz e Jesus no Lar.
·         Inglês: Serie André Luiz (6 títulos); Romances de Emmanuel (2 títulos). Alem disso, já estão publicados Cartilha do Bem; Mensagem do Pequeno Morto; Pai Nosso e Jesus no Lar.
·         Espanhol: Serie André Luiz (5 títulos); Serie Fonte Viva (1 título disponível). Alem disso, já estão publicados Seara dos Médiuns; Justiça Divina; Religião dos Espíritos; O Espírito da Verdade; Vida e Sexo; Pensamento e Vida; Mensagem do Pequeno Morto e Cartilha do Bem.
·         Francês: Serie André Luiz (toda a serie); Romances de Emmanuel (os 5 romances já estão traduzidos); Serie Fonte Viva (toda a serie já esta disponível). Alem disso, já estão publicados O Consolador; A Caminho da Luz e Jesus no Lar.
·         Alemão: Nosso Lar e os Mensageiros. Já estão traduzidos Cartilha do Bem e Mensagem do Pequeno Morto.
·         Russo: Há 2000 Anos e 6 livros da serie André Luiz.
·         Húngaro: Agenda Cristã.

- Alem disso, já estão traduzidos numerosos títulos que estão no processo de edição, tais como Nosso Lar em italiano, mais de 4 obras de Chico em tcheco, 3 livros da Serie Andre Luiz em grego.
- Como parte das comemorações pelos 100 anos de Chico Xavier estaremos lançando, no âmbito do 3o. Congresso Espírita Brasileiro, em Brasília, uma biografia de Chico Xavier escrita por um autor francês. O livro será lançado simultaneamente em português e francês.

Informações: www.edicei.com; spiritist@spiritist.org

Esta biografia foi elaborada por Marival Veloso Matos, Presidente da União Espírita Mineira e membro da Comissão Central Organizadora do “Projeto Centenário de Chico Xavier”.

QUANTIDADE DE LIVROS EDITADOS PELA FEB (até janeiro de 2010):
– Livros de Allan Kardec: 10.400.600 exemplares;
– Livros psicográficos de Francisco Cândido Xavier: 17.881.800 exemplares (“Nosso Lar” é o mais editado: 1.782.000).
Fonte:http://www.100anoschicoxavier.com.br/biografia-de-chico-xavier