quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Culto dos Mortos na Visão Espírita



O Culto dos Mortos na Visão Espírita

Este culto aos mortos num dia determinado, com a visita aos cemitérios e oferendas remonta aos tempos antigos e tem a sua origem nos cultos pagãos de adoração aos Deuses.

Com a ascensão da Igreja Católica, na época Romana, à categoria de religião oficial, no reinado de Constantino Magno no ano de 321, houve que fazer cedências e assimilar a cultura latina e a de outros povos que praticavam rituais e procediam a festivais nos cemitérios, em homenagem aos antepassados.

Dessa assimilação surgiram as próprias concepções de Céu, Inferno e Purgatório na religião dos cristãos que, para além de crer na ressureição dos corpos no dia do juízo final, passaram a cultivar o hábito de orar aos seus mártires, visitando-os nos cemitérios.

A partir do século XIII, a Igreja instituiu o dia 2 de Novembro como o Dia de Finados.

Um pouco por todo o lado este culto é praticado, apenas variando nas datas: na China comemora-se o Festival do Fantasma Faminto durante o Outono; no Japão o Festival das Lanternas (Obon) acontece entre 13 e16 de Julho; mesmo o termo Halloween parece ser uma corrupção do termo católico “Dia de Todos os Santos”, praticado nos festivais dos antigos povos celtas na Irlanda, cujo Verão terminava a 31 de Outubro.

Mais tarde, este costume foi transferido para os Estados Unidos, através da imigração Irlandesa.

Veja aqui: Um pouquinho da história de Halloween, dia das bruxas
No Espiritismo não há um dia especifico para recordar e homenagear os entes queridos, pois todos os dias do ano são bons para o fazermos e eles, que continuam vivos, embora noutra dimensão, agradecem as nossas lembranças sinceras, qualquer que seja o local onde elas se dêem.

Se estiverem felizes, regozijar-se-ão com o amor que lhes dedicamos e com a saudade que sentimos; se ainda se encontrarem algo perturbados (por desencarne recente ou violento, por exemplo), mais reconhecidos ficarão, pois a nossa prece lhes levará consolo e alívio, abrindo janelas luminosas para o auxílio que se lhes faz necessário.

Pouco se importarão se os visitamos ou não nos cemitérios, pois sabem que aí apenas se encontram os despojos carnais que lhes serviram para mais uma etapa de evolução e que, causa de sofrimento nos derradeiros tempos, abandonaram com alegria. Se lá comparecem é para mais um reencontro com os que ainda se encontram na terra e que mantêm o culto das sepulturas.

Conto-vos uma situação concreta que acompanhei de muito perto, ocorrida há 20 anos.

Tendo desencarnado havia pouco mais de um ano, o marido duma pessoa minha conhecida, manifestou-se mediunicamente, dando todas as informações que lhe foram solicitadas para a sua correcta identificação. Quando a esposa lhe perguntou se precisava de alguma coisa, todos ouvimos surpreendidos o pedido que lhe foi endereçado, com algum humor, característico da sua personalidade, enquanto na terra.

Pediu a entidade encarecidamente à esposa que deixasse de ir ao cemitério todos os dias, informando que ele já lá não estava, porque não era o seu lugar preferido. E que ainda por cima a esposa o “obrigava” a acompanhá-la diariamente, porque ele tinha receio de que a assaltassem pelo caminho.

A esposa vivia na Costa da Caparica e o cemitério distava alguns quilómetros da vila; ela percorria o caminho a pé e este não é de facto muito seguro. Quem conhece a zona, sabe do que falo.

Como se vê, a nossa visão facilmente se altera, quando aportamos ao mundo espiritual e percebemos que afinal não estamos mortos, mas mais vivos do que nunca com o Futuro imenso pela frente e oportunidades infinitas de reparação de nossos erros passados; abandonamos crenças ilusórias e passamos a valorizar todas as boas acções que praticámos, nesta ou em vidas passadas, de esperanças renovadas.

Se queremos homenagear os nossos “mortos”, recordemo-los nos momentos bons e troquemos uma ida ao cemitério, ou mais uma missa, por uma acção caridosa em seu nome e isso lhes será mais útil e recebido como uma prova do amor que lhes continuamos a dedicar. Até um novo reencontro, pleno de alegria.

Vejamos o que nos dizem os Espíritos, através de Kardec:

321. O dia da comemoração dos mortos é, para os Espíritos, mais solene do que os outros dias? Apraz-lhes ir ao encontro dos que vão orar nos cemitérios sobre seus túmulos?

“Os Espíritos acodem nesse dia ao chamado dos que da Terra lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem noutro dia qualquer.”

a) - Mas o de finados é, para eles, um dia especial de reunião junto de suas sepulturas?

“Nesse dia, em maior número se reúnem nas necrópoles, porque então também é maior, em tais lugares, o das pessoas que os chamam pelo pensamento.

323. A visita de uma pessoa a um túmulo causa maior contentamento ao Espírito, cujos despojos corporais aí se encontrem, do que a prece que por ele faça essa pessoa em sua casa?
“Aquele que visita um túmulo apenas manifesta, por essa forma, que pensa no Espírito ausente. A visita é a representação exterior de um fato íntimo. Já dissemos que a prece é que santifica o ato da rememoração. Nada importa o lugar, desde que é feita com o coração.”

"O Livro dos Espíritos"

PARTE 2ª - CAPÍTULO VI
Fonte:http://ideiaespirita.blogspot.com.br/2007/10/o-culto-dos-mortos-na-viso-esprita.html

A vida além da Vida


Antonio Paiva Rodrigues

“Em tempo algum, não digas que não podes ser útil. Faça de cada dia um poema de fé. Podes ser a esperança, dos que jazem na angústia. Uma frase de luz ergue os irmãos caídos. Terás, quando quiseres, a prece que abençoa. Para espalhar o bem, basta o apoio de Deus”.
(EMMANUEL).

A morte tem sido um tabu para muita gente. Muitos estudiosos através da ciência, procuram através de inúmeros acontecimentos, quase fatais, principalmente acidentes ou certos tipos de enfermidades, em que leva o ser humano a um estado de coma prolongado, descobrir o que acontece com esses seres humanos quando se encontram nessa fase transitória, entre a vida e a morte.

O Jornalista Joe Fisher e o psiquiatra canadense Joel L. Whitton, especialista em terapia de vidas passadas, retomou concepções antigas e modernas, esboçando um panorama geral desse estágio de existência.

O que acontece com a alma no período entre a morte e o renascimento? A partir do relato de 30 de seus pacientes e com a ajuda de seu amigo citado anteriormente explicam com riquezas de detalhes o processo pós-morte.

Quando em transe sinto uma completa mudança física depois de passar por uma morte anterior. Meu corpo se expande e enche todo o ambiente. Então, me inundo com os sentimentos mais eufóricos que conheci.

Este é um depoimento fantástico de um de seus pacientes. Relata que: acompanham esses sentimentos a total consciência e o entendimento de quem realmente sou, de minha razão de existir, e do lugar que ocupo no universo.

Tudo faz sentido; tudo é perfeitamente justo.

Além dessas, muitas outras referências sobre a vida entre as encarnações podem ser encontradas tanto no mundo antigo como no contemporâneo, vale ressaltar que a própria Bíblia está recheada desses processos.

Hoje com a regressão de memória fornecendo detalhes sobre o estado bardo, a projeciologia, a transcomunicação instrumental, o homem através da inteligência que Deus lhes deu, este enigma já foi esclarecido. Existe sim vida após a morte.

Rudolf Steiner, o fundador da antroposofia, cujo conhecimento da existência desencarnada foi obtido pela clarividência; do médium norte-americano Edgard Cayce, famoso por seus poderes extra-sensoriais e suas leituras físicas e de vidas passadas; e do médium desencarnado recentemente Francisco de Paula Cândido Xavier, que, psicografando André Luiz, fez descrições completas e pormenorizadas sobre a vida pós-morte.

O espírito ao deixar o corpo leva consigo, além de sua consciência, todas as suas experiências (evolução espiritual e moral, talento e instinto), as quais se manifestarão em sua vida ou vidas futuras.

Uma parte desta bagagem recebe de alguns autores o nome de psiquismo (O psiquismo é sem duvida, ciência vasta, profunda, eclética, constrói a síntese da vida humana e a evolução do Espírito), principalmente aquela inerente ao que comumente se chama de instinto (O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles).

É uma espécie de inteligência. É uma inteligência sem raciocínio. Por ele é que todos os seres provêem às suas necessidades.

O instinto, é uma inteligência rudimentar que difere da inteligência propriamente dita. Em que suas manifestações são quase sempre espontâneas, ao passo que as da inteligência resultam de uma combinação e de um ato deliberado.

O instinto varia, em suas manifestações, conforme as espécies e às suas necessidades. Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se ali a inteligência, isto é, à vontade e à liberdade.

Os instintos são automatismos estereotipados e inatos que têm em geral um fim útil para o individuo e a espécie.

Reencarnação e a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo.

A vida além da vida faz parte de uma associação de poderes especais.

O mundo, em todo tempo, é uma casa em reforma, com a lei de mudança a lhe presidir todos os movimentos, através de metamorfoses e dificuldades educativas.

Os mundos felizes, na realidade, são mundos, onde regenerado, depurado de todos maus pendores, o Espírito só tem que progredir no bem, sem mais ter que lutar contra o mal. Esses mundos, como os espíritos que o habitam, se acham no principio de semifluidez. Aí começa a desmaterialização do corpo.

Já o mundo fluídico é destinado à habitação de espíritos que, desde o estado de infância e de instrução, nunca faliram e que, conservando-se sempre puros na senda do progresso, progridem no estado fluídico.

Seguindo também marcha progressiva e hierarquicamente ascensional, há, em todos os graus da escala, mundos dessa categoria, apropriados e correspondendo aos estados de desenvolvimento e de progresso dos Espíritos que o habitam, estados que vão desde o de infância e instrução até o de puro espírito. Eles se tornam moradas de puros espíritos, quando hão chegado, de maneira progressiva, ao estado fluídico puro.

Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/apaiva/a-vida-alem-da-vida.html

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O Espiritismo e a Fé

 Otaviano Pereira da Neves(*)

"Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da humanidade"
Allan Kardec.

A Doutrina Espírita apresenta uma nova maneira de ver a Fé. Este é um ponto que julgamos importante, pois enquanto as religiões procuram manipular as consciências, incutindo idéias de medo, impondo comportamentos, reduzindo consideravelmente o livre arbítrio, o Espiritismo deixa o pensamento fluir livremente, o mais natural possível para que o indivíduo possa demonstrar toda sua identidade e autenticidade.

A Fé raciocinada deixa de possuir conotação de algo obtido por uma graça, por um mistério que não pode ser explicado. Ela, portanto, difere de tudo o que caracteriza a Fé religiosa, porque baseia-se na busca do entendimento e do discernimento. A Fé religiosa firma-se nos dogmas que definem as religiões. A Fé Espírita usa a razão e, por isto, pode criticar e examinar o objeto da Fé.

Há uma lucidez maior dos conhecimentos adquiridos e uma melhor captação de conhecimentos novos. A Fé Espírita é efeito e não causa. O indivíduo que a possui já experienciou no passado no passado vivências, aprendizados, etc. que hoje lhe transmitem toda uma certeza e confiança. Há uma visão global, holística, das coisas; ou, porque não dizer, uma visão "guestaltica" do todo.

Para que se obtenha esta compreensão geral, aumentando-a paulatinamente, torna-se necessário que a nossa inteligência esteja ativa, para podermos exercitá-la através da vontade. Com a inteligência teremos facilidade de adquirir conhecimentos novos e tornar presente ou consciente os já adquiridos. Estes, serão sempre assoalho para o apoio de novas informações; assim, o poder de análise e de síntese vai crescendo de forma que a cada passo o indivíduo tenha nova compreensão, novos "insights", ou lampejos cada vez mais claros.

Assim é a Fé Espírita, com características próprias e especiais, que a diferencia de qualquer outra Fé. A Fé Espírita não é reducionista, não bloqueia a vontade nem a expressão do ser humano; ao contrário, amplia a vontade e a capacidade de expressão. O indivíduo fica livre para a escolha e com menos possibilidades de ser manobrado ou manipulado.

Daí Allan Kardec dizer que a Fé Espírita "não pode ser prescrita ou imposta, por aquele que a tem, ninguém a poderá tirar e àquele que não a tem ninguém poderá dar". Diz o Codificador que "a Fé é sinal evidente de progresso". O Espiritismo, como Doutrina reencarnacionista e evolucionista, tem na sua Fé uma conseqüência desse progresso que o indivíduo vai pouco a pouco conquistando, vivenciando. O progresso vai facilitando melhores elaborações em estágios sempre renovados.

Portanto, Fé não se consegue como que "por um passe de mágica". Ela é a certeza, a segurança e a confiança já conquistadas e que num dado momento o indivíduo experiência. A Fé está relacionada a obras, assim, uns possuem mais Fé, outros menos. Para a realização das obras - e das conquistas - é necessário estudo e trabalho que resultam em experiência. O que se pode afirmar é que haverá sempre uma nova tarefa a ser executada, a nos provar, a nos testar e, assim, vamos obtendo maior firmeza na execução, ou seja, maior Fé.

Foi dito, "a fé é mãe da esperança e da caridade", o que é facilmente compreensível, porque todo aquele que a possui, conforme a Doutrina Espírita, apresenta um sintoma de que já conquistou estágios importantes e, como tal, ela já está incorporada ao seu acervo tornando-se natural a prática do amor e da caridade.

A importância do Espírita ter esse entendimento da Fé, o levará a vivenciar melhor a atual existência, o aqui e agora, e a pautar todos os seus atos dentro de uma moral e de uma ética elevada. O Espiritismo facilita a reparação dos erros numa experimentação consciente e nisto está o fortalecimento da Fé. Todo este entendimento nos conduzirá à certeza, à confiança e à esperança, proporcionando-nos encarar de frente a razão em todas as épocas da humanidade.

(*)o autor é Psicólogo, e Presidente da Sociedade Espírita Casa da Prece

Qual a visão espírita sobre céu, inferno e purgatório?



Segundo o Espiritismo, as virtudes são eternas e os defeitos temporários. O objetivo da criatura é trabalhar incessantemente pela abolição das imperfeições e aquisição dos valores morais que eleva progressivamente o Espírito ao bem, ou a conquista do chamado “céu”. Por acreditar que o mundo espiritual é a verdadeira morada, só aqueles que se elevam ao bem habitam as religiões celestiais ditas paraíso onde, diferente de outras religiões, o Espiritismo acredita habitarem Espíritos q eu trabalha na edificação do mundo movo. Na verdade, o céu não se trata de um lugar demarcado, mas de um estado de perfeição espiritual conquistado individualmente pelo Espírito, através de seu constante esforço. O q eu vale dizer que uns apressam e outros retardam seu próprio progresso.

Porque o filho do homem virá na glória de seu Pai, com seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras. (Mateus-16.27).

A felicidade suprema é prêmio exclusivo dos Espíritos perfeitos ou puros. Eles a atingem só depois de haver progredido em inteligência e moralidade (Allan Kardec).

Deus em sua perfeição suprema, sendo a concepção da bondade e da caridade, só pode ter criado os Espíritos para um dia usufruírem da sua glória, e não para condená-los a sofrimentos eternos. É lógico concluir que as penas eternas são incompatíveis com a justiça do Pai. A criação do inferno cristão se origina das concepções pagãs das penas e gozos eternos ,com uma grande dose de exagero. Deus condenaria sem piedade seus filhos maus a expiarem para sempre em regiões de dores e sofrimentos terríveis. Entretanto, em sua doutrina, Jesus nos trouxe um ensinamento contrário a esse pensamento.

Ou qual de vós, porventura, é o home que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, porventura, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Pois se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem (Mateus. 7.11).

Portanto Deus em sua infinita bondade e justiça, jamais condenaria seus filhos às penas eternas. Ao contrário, dá tantas oportunidades quantas precisamos para nosso crescimento espiritual.

O inferno, ou trevas segundo a Doutrina Espírita, é um estado de consciência compartilhado por aqueles cujos defeitos e sentimentos ruins predominam em suas personalidades, que se inclinam ao mau e nele se comprazem. São apenas irmãos imperfeitos e ignorantes, que têm o inferno dentro de suas próprias consciências e que, através de novas oportunidades dadas pelo Pai Celestial, através de sucessivas experiências encarnatórias também alcançarão a perfeição.

E ele lhes propôs está parábola, dizendo: Que o homem dentro vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la?

E, achando-a apõe seus ombros, gostoso; E chegando a casa convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.

Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento (Lucas-15.3.7).

Assim, também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca (Mateus-18.14).

O chamado purgatório, por sua vez é uma condição de sofrimento temporário para as almas que necessitam da conscientização de seus erros e ali permanecem até o arrependimento destes. Esta idéia é defendida por várias religiões, inclusive o Espiritismo, com alusão ao fato de que a permanência neste estado espiritual é mais ou menos longa, de acordo com a necessidade individual de cada Espírito sofredor. Conhecido como umbral na Doutrina Espírita, o purgatório é também um estado de espírito e não um local definido ou circunscrito onde habitam eternamente os Espíritos sofredores.

Analisando a questão por outro aspecto e levando-se em consideração que somos seres imortais trabalhando constantemente pela depuração do Espírito, pode-se compreender que cada reencarnação em mundos de provas e expiações, como a Terra, pro exemplo, funciona como uma purgação para o Espírito que almeja sempre sua felicidade em condições melhores.

O purgatório não é, portanto vaga incerta: é uma realidade material que vemos, tocamos e sofremos. Ele se encontra nos mundos de expiação e a terra é um deles.

“Os homens expiam nela o seu passado e o seu presente em benefício do seu futuro”(Allan Kardec).

Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos com um dia.

O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a tem por tardia: mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam se não que todos venham a arrepender-se (II Pedro 3.8.9).

Fonte: http://www.cepacluziania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=59%3Aqualavisaoespiritasobreoceu&catid=43%3Aoqueeespiritismo&Itemid=11


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Morte: Uma janela para a Vida

Floriano Legado do Amaral

Na Terra, a morte ainda é um fenômeno inexplicável e chocante e difícil de ser aceito. Por mais que se estude ou trabalhe com esse fenômeno, no fundo o homem tem medo dele e deseja vê-lo o mais longe possível. A não certeza do que vem depois da morte é que atemoriza os candidatos à ela, que somos todos nós, os encarnados. Até mesmo as pessoas mais treinadas para enfrentar esse fenômeno preferem adiá-la enquanto podem. Chico Xavier, que convive com os mortos há mais de 70 anos e tem certeza de que do outro lado da morte existe um mundo vivo, dinâmico, vibrante na medida em que é mais descortinado pelo cidadão que já fez sua passagem deixa transparecer que não tem medo da morte, mas também não faz questão de morrer. certa vez, alguém lhe disse: - "Dizem que no mundo espiritual existe uma casinha azul, muito linda e aconchegante. O que você acha dessa idéia?" Em tom de brincadeira ele comentou - "Eu prefiro continuar por aqui numa casinha amarela mesmo". Com a bagagem de conhecimento doutrinário espírita e a ampla experiência que o CHICO tem, o indagador talvez esperasse que ele respondesse: - "tudo bem, se assim é, eu estou pronto para partir rumo a Pátria Espiritual. Mas a incerteza que ele também tem, como todos nós temos é que faz ele fincar o pé da Terra. Lembro-me de uma outra personagem de destaque que nunca escondeu o seu medo da morte: O ex-deputado Federal Ulisses Guimarães, baluarte da Democracia Brasileira dizia: - "Se um dia você testemunhar o meu enterro, pode dizer: Ali vai um homem inconformado." O ilustre homem público parece ter profetizado o seu trágico desencarne quando o helicóptero em que viajava foi tragado pelo oceano onde Ulisses jaz, em paz. Poucos são os homens que confessam esse medo publicamente, mas que a maioria da Humanidade encarnada treme diante da possibilidade de ter de deixar este mundo, apesar de todos os seus problemas, não há dúvida. Contudo, nada disso adianta, pois sabemos que quando a hora chega não tem barriga me dói, o fato acontece a pronto...

A História, entretanto, nos dá conta de que alguns povos se preparavam melhor para enfrentar o fenômeno morte. Eis, por exemplo, o que diz Leon Denis em seu livro "O Gênio Céltico e o Mundo Invisível", pág. 177, Edição CELD:

"Uma das características da filosofia céltica, é a indiferença pela morte. Sob esse ponto de vista a Gália era um objeto de admiração para os povos pagãos, os quais não possuíam, no mesmo grau, a noção da imortalidade. Nossos antepassados, não receando a morte, certos de viver no além-túmulo, estavam libertos de todo temor.

"Em nenhuma crença encontra-se um sentimento tão intenso do invisível e da solidariedade que une o mundo dos vivos ao dos espíritos. Todos aqueles que deixaram a Terra eram carregados de mensagens destinadas aos mortos. Diodoro de Sicília nos deixou esta passagem preciosa: "Nos funerais, eles depositavam as cartas escritas aos mortos, pelos seus parentes, para que elas lhes fossem transmitidas". A comunicação dos dois mundos era coisa comum. Pompônio Mela, Valério Máximo e todos os autores latinos que nós citamos dizem que entre os gauleses "emprestava-se o dinheiro para ser reembolsado no outro mundo".

Curiosidades em torno da morte

Valmiro Rodrigues Vidal, autor de quase 30 livros, recolheu na História universal interessantes casos relacionados com o fenômeno chamado morte. Selecionamos alguns deles, narrados por esse autor para que os leitores do Correio também os conheçam. Morte é tema árido e até indesejável. Mas bem urdido também pode ser cultura. Senão vejamos o que Valmiro tem para nos contar:

Maomé enriqueceu pelo casamento com a viúva Kadidja. Aos 25 anos de idade, era seguido por grande massa humana. Depois de uma meditação de mais de 15 anos nas florestas da Arábia, Maomé fugiu para não ser assassinado (ano 622, data que narra o começo da Era Muçulmana). Faleceu de uma febre maligna, na cidade de Medina, onde se acha sepultado.
O poderoso Dario, rei dos Persas, morreu de ódio. Por haver Atenas ajudado seus inimigos. Dario durante 10 anos teve um criado cuja obrigação principal era dizer-lhe três vezes por dia: "Lembra-te dos Atenienses". Reinou com grande influência na Ásia, onde se apoderou de Babilônia (558-485 a.C.) Era conhecido como "Reis dos Reis".
Marco Túlio Cícero foi um dos maiores oradores da Antiguidade. Condenaram-no à morte por ordem de Marco Antônio porque escreveu um livro (suas celebres Filípicias). Foi degolado perto de Fórmias, sendo depois expostas ao público sua cabeça e sua mão direita. Cícero viveu nos anos 106-43 antes de Cristo.
Caio Júlio César, no ápice das glórias, tombou nas escadarias do Fórum, no dia 15 de março do ano 44 da Era Romana, abatido com 23 punhaladas, junto da estátua de Pompeu. Uma das armas assassinas fora um lápis de aço, dos que se usavam para escrever sobre papel encerado. Foram suas últimas palavras": Tu quoque, fili me Brute" (Também tu, Bruto, meu filho!) César referia-se a Bruto (Marco Júnio Bruto, que morreu no ano 42 a.C., perseguido por Antônio e Otávio, suicidando-se na cidade de Filipes, Macedônia).
Alexandre, O Grande (também conhecido por Alexandre Magno), expirou em conseqüência de violenta febre, na cidade de Babilônia, onde se deteve para consolidar o seu vasto Império. A morte surpreendeu-o em meio de uma festa. Dois dias antes de seu desaparecimento, uma cigana fora condenada à morte por ter-lhe previsto o desenlace. Nasceu em 356 a.C., na Macedônia (Grécia). Aos 18 anos, com a morte de seu pai, subiu ao trono. Chegou a conquistar ¾ da Terra. Com 20 anos apenas, à testa da Cavalaria, lançou-se às maiores conquistas de que há notícia na História. Atravessou a Ásia e conquistou a Ásia Menor. Marchando ao longo do mar Cáspio, apossou-se de Turquestão ocidental, e invadiu a Índia. Derrotou o exército de Dario III. Apossou-se do Egito e dominou os persas. Conquistou Babilônia e aí numa orgia, pôs fogo ao palácio do poderoso Dario.
Aristóteles, condenado à morte, morreu antes de ser executada a sentença, no ano 322 a.C. Escreveu 400 obras, entre as quais: Órganon, Metafísica, História dos Animais, Da Geração e da Corrupção. Nasceu em Estagura, na antiga Grécia, no ano 384 a.C. Teve a honra de educar Alexandre, o Grande.
Arquimedes, um dos maiores geômetras de todas as épocas, morreu assassinado. Absorto na resolução de um problema, nem dera pela vitória do inimigo, e foi morto por não receber respostas às perguntas que lhe fazia. Nasceu esse gênio em Siracusa, no ano 287 a.C. Inventou as roldanas, o parafuso sem fim, as rodas dentadas. Descobriu o princípio da alavanca. Com o auxílio de espelhos parabólicos, refletindo e concentrando a luz solar, incendiou a esquadra do general Marcelo, que mesmo assim ordenou fosse poupada a sua vida; pois necessitava do cérebro desse geômetra.
Aníbal, o Cartagnês (247-183 a.C.), não querendo se render a Cipião, o Africano, e sabendo que estava perdido, envenenou-se com um tóxico que sempre trazia oculto num anel.
Carlos I, rei da Inglaterra, três minutos antes de morrer no cadafalso, dirigindo-se ao bispo Juxon, disse: "Remember!"(Lembra-te).
Abraão Lincoln sucumbiu com um tiro à altura da nuca, disparado pelo ator John Wilkes Booth, no dia 14 de abril de 1965, durante um espetáculo no Teatro Ford, nos Estados Unidos. Morreu às 7 horas da manhã do dia 15. Ao exalar o último suspiro. Lincoln exclamou: "Deixe-me que vou morrer".
Beethoven morreu de tristeza, por não poder mais ouvir. Acabou surdo. Foram suas últimas palavras: "É já tarde; não posso ouvir..."
O sábio francês Lavoisier foi levado à guilhotina durante a Revolução Francesa, em 1794. Os carrascos o guilhotinaram exclamando: "A França não precisa de sábios".
Luís XVI também foi guilhotinado, com sua esposa Maria Antonieta. Antes que a Lâmina caísse sobre o pescoço, Luís XVI exclamou: "Franceses! Morro inocente e não quero que o meu sangue recaia sobre vós!".
Victor Hugo viveu 20 anos exilado e morreu de tristeza. Ao expirar, balbuciou: "Adeus, Jeanne" (sua neta de estimação).
Liszt não esqueceu o piano amigo: "Adeus, meu piano adorado".
Elizabeth da Inglaterra não queria morrer: "Todo o meu reino, Senhor, por mais um minuto de vida".
Guilherme de Nassau morreu pensando no seu povo: "Meu Deus! Tende piedade de mim e do meu povo; estou mortalmente ferido".
Bocage pensou um minuto em Deus e dissera ao partir para o Além: "Rasga meus versos. Crê na Eternidade".
Frederico I, da Prússia, foi realista na hora da morte, exclamando: "Nu vim ao mundo e nu partirei. Não quero vestir o meu uniforme".
Frederico, O grande, não acreditava nos homens, e dissera: "Enterre-me junto ao meu cão".
Richard Wagner expirou subitamente de emoção, em 1883. Ao acabar de tocar a mais bela de suas óperas (Ouro do Reino), caiu junto ao piano dizendo: "No céu ainda poderei compor as minhas músicas!".
Ricardo III, da Inglaterra, exclamara, mortalmente ferido: : A horse! A horse! My kington for a horse! (Um cavalo! Um cavalo! Meu reino por um cavalo!).
Antônio Carlos Gomes levou para o túmulo alguma mágoa. No seu testamento, deixou escrito: "Antônio Carlos Gomes, brasileiro e patriota". Morreu na cidade de Belém do Pará, em 1896.
Augusto Comte, ao expirar exclamou: "Que perda irreparável!".
Jorge IV, da Inglaterra, dissera: "É só isso a morte?"
Tiradentes, o mártir da Independência: "Cumpri minha palavra. Morro com a Liberdade!"
Estando Jesus já cravado na cruz, nos últimos instantes de sua agonia, olhando para baixo viu ao pé da cruz Maria de Magdala, Maria de Cleophas, Maria, sua genitora, e João, um de seus discípulos, então disse, dirigindo-se à sua mãe: "Mulher, eis aí o teu filho, referindo-se a João. Em seguida, ele acrescentou, olhando nos olhos de João e de sua mãe: "Eis aí tua mãe". Instantes depois Ele disse: "tenho sede". Os carrascos lhe deram vinagre para saciar a sede> Ele tomou o vinagre e disse: "Está consumado". E aí inclinou a cabeça para um lado e expirou pela última vez no seu corpo físico. ( João de 25 a 30).
Para que não se diga que não falamos de flores, como bem lembrou, um dia, um poeta dos Festivais da Música Popular Brasileira, encerro este mosaico póstumo com algumas pinceladas doutrinárias, procurando, com isso, desmistificar o fenômeno que erradamente chamamos de morte. Melhor seria que hoje, com tão amplo cabedal de conhecimento, tivéssemos a coragem de rebatizá-lo como "Uma Janela para a Vida".

Na essência, não finamos. Apenas ressurgimos num mundo novo, onde novas experiências nos aguardam.

O desaparecimento físico dá-se pela transformação de nossa massa corpórea em água, sais, oxigênio, azoto e outros gazes, mas jamais significa a extinção da personalidade, entendida como a essência espiritual,. Esta se reveste imediatamente, falando em termos relativos, com um outro corpo menos denso e transporta-se, ou é transportado, para o ambiente espiritual que lhe é próprio. Continua ali detentor de seus atributos como a inteligência, a memória, o pensamento, as virtudes, as mazelas. Continua enxergando, articulando palavras, isto, agora, por um mecanismo específico e muito mais perfeito do que se conhece na Terra, continua locomovendo- se, sentindo, como antes, ama, odeia, emociona- se, tudo como dantes, e busca estar junto daqueles que sempre lhe foram afins. Não há, portanto, como querem alguns, o esfacelamento dos círculos de amizades e nem dos círculos familiares. Pelo contrário, conforme ensinam nossos Instrutores Maiores diretamente à nossa consciência, ou através de mentes intermediárias: a partir da ausência de qualquer um de nós na Terra, as afinidades tornam-se ainda mais coesas e os laços que às vezes se tornaram frouxos se refazem com muito mais responsabilidade.

Assim sendo, não há porque desatarmos em desespero ante a convocação inexorável de um irmão. Cantemos hosanas a Deus por tê-lo libertado do jugo da carne mais cedo do que nós e encaremos a morte como uma necessidade da vida. Nada se acaba, tudo se transforma, diz o aforismo científico, indicando-nos uma das verdades que compõem o mecanismo da evolução.

Diante da morte, depositemos buquês feitos com nossas preces. Esta é a melhor homenagem que se pode prestar a alguém que viaja para o mundo espiritual.

(Publicado no Correio Fraterno do ABC Nº 370 de Novembro de 2001)
Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/correio-fraterno/morte-uma-janela.html

Bom seria viver entre os animais.

Foto de: Kevin Richardson nada com uma leoa: cumplicidade

Enéas Martim Canhadas

Queria encontrar um amigo que fosse igualzinho a um cão. Não na aparência, mas de coração, isto é, por dentro. Sempre bem disposto, sem nunca ter preguiça de levantar-se para vir me cumprimentar. Mesmo quando não estivesse bem com um mal estar qualquer, mesmo que o calor do meio dia estivesse a estourar os seus miolos. Quando convidado para dar uma volta junto comigo, estaria pronto e saltitante, como quando saímos a caminhar pela primeira vez. Se lhe confiasse um segredo, seria meu cúmplice para sempre. Se me zangasse com ele, apenas baixaria a cabeça, pondo o rabo entre as pernas ou mostrar-se-ia humilde de verdade, indo recolher-se a um canto, esperando que a minha raiva se aquietasse. Se em seguida, insinuasse brincar com ele e dar-lhe atenção, pularia no meu peito e abanando o rabo ou vibrando de alegria sincera, me diria que fui e serei sempre perdoado.

Gostaria que o meu vizinho fosse como a tartaruga que, sem emitir sons, na sua calma infinita vai levando a vida. Se, por acaso ou infelicidade, piso em seu casco, ela agüenta firme, e faz de conta que foi sem querer. Nunca teve uma atitude agressiva nem de precipitação. Na maior calma, inofensiva e tranqüila, pode passar todos os dias em frente a minha casa, sem implicar comigo, sem me fazer perguntas que eu não gosto de responder, nem naquela hora e nem em qualquer outra hora das nossas vidas de vizinhos e, muito menos seria capaz de intrometer-se na minha vida, me dizendo o que devo fazer.

Vivo a procura de um empregado que seja tão obsessivo como a formiga. Além de trabalhar incansavelmente, meticulosamente, cuidadosa e respeitosamente, consegue fazer muito mais do que seu tamanho e sua aparente força podem prometer. Cumprimenta todos os colegas, não esquece as suas tarefas e as faz com o mesmo esmero todos os dias. Brincar em serviço, nem pensar! É capaz de trabalhar todos os dias, como se fosse sempre um dia inteiramente útil. Além de tudo, possuir também uma das suas maiores virtudes, a organização!

Seria o mais feliz dos homens se a minha esposa fosse como a leoa. Além de cuidar da nossa casa, amamentar os filhos e ensinar-lhes desde os bons modos, educa-os em todos os aspectos não esquecendo nenhum detalhe do seu desenvolvimento. Logo logo, na adolescência dos nossos filhos, daria as lições certas e oportunas de como trabalhar para ajudar os pais. Que bom seria! Mas o melhor desta expectativa, ainda estaria por vir, quando depois de um belo sono de descanso embaixo da sombra de uma árvore frondosa, acordando faminto, ela surgisse trazendo para mim o mais farto dos almoços. Depois disso tudo, só mesmo, me fazendo carinhos e cofiando a minha cabeleira.

Fico pensando e desejando que o meu chefe fosse como o touro, apesar dos seus grandes e poderosos chifres, raramente faz uso deles, preferindo ruminar longamente os problemas para depois emitir o seu mugido longo e apaziguador. Previsível e paciente, ele seria inspirador de calma e do dever, sempre feito dentro dos conformes previamente estabelecidos. Forte para agüentar as pressões, de modo que, os seus subordinados, nunca sejam duramente castigados, além de manter um olhar complacente que parece compreender muito mais do que está enxergando.

Mas pondo-me a meditar, quando coloco o miolo de pão sobre o muro para que os pássaros venham logo buscar o seu bocado, descubro que existem também os pardais. A quem os compararei. Tudo é obra divina, mas vou deixar para lá qualquer comparação porque não convém a esta crônica. Mas existem certas pessoas que parecem existir em todos os cantos do mundo, sempre vestidas do mesmo jeito, emitindo sons e fazendo algazarras parecidas, fazendo as coisas semelhantes e causando problemas semelhantes também.

Nervosa e agitadamente bicam aqui e ali, palpitam e ousam a invadir nossa intimidade tanto moral quando física e, embora possam prestar algum serviço à comunidade, têm uma vida muito curta para serem necessários e muito longa para que não desse tempo de que desejássemos que desaparecessem!

E, pensando bem, gostaria que meus inimigos fossem como as borboletas, pois que desfilando o seu orgulho logo que saem da fase lagarta, rapidamente se vão para ali, adiante e acolá, vivendo no máximo, por um dia ou pouco mais.

Bem, como ser humano, talvez tivesse para cada animal um destino comparativo, e sem dúvidas teria nos bichos muito mais qualidades e aplicações para que a nossa vida humana fosse harmoniosa e pudesse acontecer em paz.

Mas, de repente, caio na realidade novamente e me vejo cercado dos seres humanos e como eles são. O que posso fazer é pedir a Deus para que tudo que pensei a respeito dos animais, não chegue aos ouvidos dos homens, porque senão é possível que eles virem bichos e eu tenha que fugir rápido como um coelho, e tenha que entrar no buraco mais próximo para, muito provavelmente, dar de cara com outro bicho!

MORAL DA HISTÓRIA: Compreender a criação de Deus que, “olhando para todas as coisas que fizera , viu que era muito bom e assim houve tarde e manhã ao fim do sexto dia.”

Gênesis, capítulo 1, vers. 31

04/12/2003


Amar é caminho para saúde e felicidade.


Aluney Elferr Albuquerque Silva

Curar as doenças do ser humano é algo que desafia incessantemente os homens de ciência, levando o homem da ciência a buscar anos a fio por uma terapia adequada para os mais variados tipos de enfermidades existentes e que ainda estão por vir.

Isto se dá de forma permanente, porquanto ao lograrem bons resultados terapêuticos frente a esta ou àquela enfermidade, logo outra surge pondo à prova a inteligência e a persistência desses homens dedicados a minorar o sofrimento alheio.

Todavia, aparece em nossos tempos, não que outrora não existisse, mas descoberto por nós, e de forma bem categórica, o grande efeito curador do amor, tornando-se a exteriorização desse sentimento uma autêntica panacéia no meio científico ( 1 ).

O mais interessante desse novo tipo de “medicamento terapêutico” é que ele não custa nada, pode ser ministrado por qualquer pessoa e se aplica com o paciente perto ou longe do seu curador. Já tendo sido realizado por médicos, a relação da enfermidade com a fé e a oração, que são cultivos do próprio potencial de amar de cada um.

Antes de curar com o amor, muitos médicos estudiosos do assunto chegaram à seguinte conclusão: quando se consegue que as pessoas curadoras amem a si mesmas, algumas coisas incrivelmente maravilhosas começam a acontecer, abrangendo não só o aspecto psicológico mas sobretudo o físico.

Ao tomar uma postura psicológica altamente positiva e altruísta, o mundo físico interior do paciente sofre também alteração semelhante, melhora, cura-se, reequilibra-se.

Necessário, assim, ao terapeuta induzir seus pacientes e a eles próprios a sentirem e expressarem o amor. Muito se tem visto a questão do relaxamento terapêutico que conduz o ser humano a esferas interiores, proporcionando a si mesmo momentos de tranqüilidade e de refazimento, moldando como conseqüência uma saúde mais plena, ou pelo menos o indício de tudo isso. E tem-se observado que o retorno do paciente após essas terapias, ele retorna bem mais tranqüilo, em comparação ao que havia iniciado. O seu tônus vibratório, pulsação, batimentos cardíacos são paulatinamente reequilibrados dando uma sensação de bem estar profundo.

Compete, antes de tudo, ao terapeuta, transmitir de forma persuasiva ao seu paciente que ele é amado pelo seu curador e que ele, doente, é criatura digna de ser amada, a atenção dada pelos profissionais da área de saúde será recurso imprescindível no tratamento.

O amor é importante na cura porque é o mais significativo elemento da vida humana, constituindo-se, sem embargo, como a síntese da vida em sua expressão holística. Sugerimos a leitura do capítulo 18 do livro “Nosso Lar”, da série André Luiz, psicografia de Chico Xavier, cujo título é “Amor – Alimento das Almas”, edição da FEB. Somo criados pelo Amor (DEUS), e cada um de nós é parte integrante desse amor, pena é que ainda não descobrimos ele inteiro.

O amor deve ser doado de forma espontânea, nunca compulsoriamente. Amar não se impõe, é um ato de livre escolha. Ninguém deve ser constrangido a amar, porque amar é movimentação energética do espírito que se transmite e somente assim o faz quem a tem; não se falsifica condição energética sem a ter. Tudo que é obrigado causa constrangimento e conseqüentemente superficialidade. Por isso, ame não finja, e não force ninguém a amá-lo.

Erroneamente se fala em o “amor verdadeiro”, o que levaria à suposição da existência de o “amor falso”. Dado, a várias interpretações erronias que existem sobre o amor.

Ora, amor é amor, sem gradação alguma, e nós aduzimos: não se conjuga, em essência, o verbo amar no passado ( eu amei ), porque quem ama nunca deixa de amar. No presente e no futuro, tudo bem ( eu amo, eu amarei ) mas no passado, não. É uma heresia ao amor.

Várias são as formas de passarmos a nos amar. Podemos recorrer à meditação, à oração, utilizar a música em busca do bem-estar interior ou simplesmente nos colocarmos diante de um espelho e dizermos a figura ali refletida que a ama, a quer muito, que ela é muito bela e que tudo fará por amá-la para sempre, com total fidelidade. Pare, agora, e olhe para você mesmo, já viu o quanto és uma bela pessoa, olhe bem, não finja, você é belo, importante e merece ser amado, primeiramente por você mesmo, pois você é o próprio fulcro gerador desse amor.

O trabalho do terapeuta é o de colocar o paciente de novo no caminho reto, ou seja, aquele caminho que o levará a se valorizar, auto-perdoar-se e amar-se. Isto significa fazer com que o paciente se sinta capaz de contribuir para um mundo melhor, ofertando-lhe o seu amor.

O contato físico para a cura ( não é o sexual ) tem significativa importância, é conveniente. E quando se ama, não se deve alimentar o receio de abraçar o paciente, apertar sua mão, demonstrar carinho por ele através do afago.

A alimentação do ressentimento pode conduzir pessoas até mesmo ao crime. Aquilo que não se diz é, geralmente, o que mais dano provoca na criatura, doente ou candidata a adoecer. O ressentimento é um veneno que nós mesmos tomamos e esperamos que o outro morra.

Os nervos do ressentido se torna um gatilho prestes a disparar a exagerada sensibilidade, pronto a explodir por qualquer motivo insignificante, nessas horas apresentando um tipo de reação desproporcional ao fator desencadeador do ressentimento. Se nos víssemos diante de um espelho nesse momento do revide, verificaríamos uma transformação profunda em nossa entranhas até, mudança radical da fisionomia e expressões físicas, desastrosas.

O verdadeiro terapeuta não é alguém que lança olhar superior sobre o doente, mas aquele que considera o trabalho de cura como um diálogo e um aprendizado, tanto para o paciente quanto para o curador. Paciente e terapeuta entram naturalmente num processo através do qual um termina por curar o outro, porque passa a haver entre os dois uma integração perfeita, um sentindo o que atinge o outro, tal o grau de confidência a que chegaram. Essa interação se dá quando existe algo favorável ou desfavorável que está sendo vivenciado por um dos dois.

Chegaram os estudiosos da terapia do amor à conclusão, até certo ponto já do conhecimento público, que o fundamental é se amar o que se está fazendo.

Por índole ancestral o ser humano somente valoriza o que perde. Quando a coisa perdida está à plena disposição pouco ou nada significa. Pois sem nos valorizar, dificilmente valorizaremos os outros.

A vida saudável e seu dinamismo pulsante dentro de nós não o percebemos quando estamos bem. Somente quando o véu da morte paira sobre a nossa cabeça nos chocamos com a possibilidade do seu envolvimento.

Recobrando a saúde, voltando a disposição de realizar, sentimo-nos gratos, lembramo-nos de Deus e a Ele costumamos agradecer quando alguém nos diz : “Como você está bem!”. “Graças a Deus”, é a nossa resposta, invariavelmente.

O que é a cura? É toda uma movimentação química que ocorre no interior das nossas células, conduzindo-nos à retomada da ligação com a vida na plenitude de nossa capacidade de ação.

Curar-se é alcançar maiores níveis de capacidade de amar a nós, ao próximo e à vida, é aquele estado que nos conduz à vida mais plena. Vamos, com isso, notando que curar-se é, em essência, um fenômeno espiritual, pelo fato de ter a sua gênese no espírito. A cura é, pois, espiritual. Corpo sadio é sintoma de espírito saudável, feliz, que se ama. Devemos buscar objetivamente a saúde do espírito, e não apenas do corpo, sendo esse procedimento o que os médicos mais atualizados estão fazendo.

A síntese da mensagem de Jesus é que chegássemos ao patamar da nossa cura espiritual, ao dizer que prosseguíssemos vivendo e que não continuássemos pecando.

A cura analisada mais detidamente pelos pesquisadores da área ainda é um mistério. A medicina moderna apoia-se em observações que, em sua essência, são inexplicáveis. Chega-se à conclusão de que ninguém conhece a atuação de droga alguma. Lógico que a maioria dos médicos prefere ignorar que não sabe de fato o que ocorre, afirma apenas que tal remédio é eficiente, isso basta. Que importa, nessas horas, como se dá o restabelecimento do organismo, que mecanismo são acionados e como interagem? O cliente se curou ou foi curado, é tudo que basta.

A cura ainda permanece na fronteira existente entre o saber da ciência e a força do pensamento. É desta região, se assim podemos chamar, que se origina a cura. Chegar a este ponto crucial é o desafio existente.

No tratamento que conduz à cura existe um elemento que ultrapassa a técnica e que é fator vital unificador de todos os agentes e métodos de cura que só agora começa a ser explorado e utilizado – o amor.

O amor tem força curativa, porque leva ao relacionamento afetivo, a capacidade de nos fundir, de nos tornar unos, mesmo que seja por breves intervalos conosco mesmo, com o próximo, com a vida. “O amor é alimento das almas”.

Disseram os autores do livro aqui utilizado como apoio que precisamos encontrar um estado de harmonia entre nossas consciências intuitiva e espiritual. Para tanto, é necessário termos em conta que o processo de cura envolve a comunhão de três forças:

Participação original e espontânea na vida, livre de julgamentos;
Perceber as profundezas de onde emana o nosso envolvimento com a vida; e,
Amar incondicionalmente.
Vale buscar a síntese do que acima acabamos de registrar, isto é, que amar é imprescindível e o maior amor que já esteve aqui chama-se Jesus. Urge vivermos seus ensinos como a única forma de curar e de nos curarmos. Quem se cura, pode curar. Agora, quem ainda não alcançou a própria cura...

O Espiritismo, pois, ensina a amar quando afirma a necessidade de praticarmos a caridade para atingirmos a felicidade de viver.

(1) Todos estes informes médicos/científicos estão apoiados no livro “Curar, Curar-se” organizado por Richard Carlson, Ph.D e Benjamin Shield, livro da Editora Cultrix

Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/elferr/amar-eh-caminho.html

domingo, 28 de outubro de 2012

A Profecia de 2012 fala de crise de consciência


MARÍA PAULINA ORTIZ
REDACCIÓN EL TIEMPO
O tempo de Fernand Malkun é dividido entre a investigação e conferências. Recentemente, fez palestras em Bogotá, e em seguida será no sul do continente.
Este especialista em cultura maia explica o que esta civilização realmente escreveu sobre o ano de 2012.
Há quinze anos, Fernando Malkun, barranquillero (natural de Barranquilla, uma cidade da Colômbia) de origem libanesa, deixou a arquitetura que tinha estudado na Universidade de los Andes, e a qual havia se dedicado por quase uma década, para responder às perguntas que se atravessaram em sua vida. Durante esse tempo, ele se encontrou com a cultura Maia e dedicou-se completamente ao seu estudo. Hoje é um especialista no tema, com reconhecimento internacional e continua viajando pelo mundo explicando a mensagem que esta civilização deixou para os seres humanos.
Os maias disseram que o mundo iria acabar em 2012?
Estão gerando um pânico coletivo absurdo aduzindo que eles tinham anunciado que o mundo iria acabar em dezembro de 2012. Não é verdade. Os Maias nunca usaram a palavra fim. Anunciaram um momento de mudança, de grande aumento de energia do planeta, o que causaria “eventos de destino”, isto é, definitivos, nas pessoas. O problema é que o nível de consciência da maioria das pessoas atinge apenas o fim do mundo e não a transformação de consciência.
Quando isso vai acontecer?
Não vai acontecer, está acontecendo. As pessoas não estão juntando todas as peças do quebra-cabeças para perceber isso. Acreditam apenas que estes eventos atuais são causados por um conjunto de “coincidências” evolutivas. Mas estamos em uma onda de mudanças como nunca antes.
O que se percebe, segundo o que é dito pelos Maias?
A profecia anunciou que o planeta aumentaria a sua freqüência vibracional, o que é um fato: esta freqüência, que se mede com a ressonância Schumann, passou de 8 a 13 ciclos. Todos os planetas do sistema solar estão mudando. De 1992 até hoje, os pólos de Marte desapareceram 60 por cento e Vênus tem quase o dobro de luminescência. Passamos 300 anos registrando o Sol e as tempestades solares maiores têm ocorrido nos últimos seis meses. Houve um aumento de terremotos de 425 por cento. Tudo está acelerado dos pontos de vista geofísico e solar. Nosso cérebro, que irradia suas próprias ondas, é afetado por essa maior irradiação do sol. Essa carga eletromagnética é o motivo por que sentimos o tempo mais rápido. Não é o tempo físico, mas o tempo de percepção emocional.

Fale sobre 1992. Por que este ano? O que aconteceu?
A essência das profecias maias é comunicar a existência de um ciclo de 26.000 anos, chamado “o grande ciclo cósmico”. Tudo, estações, meses, dias se ajustam a esse ciclo. Há 13 mil anos atrás, o sol -assim como agora- irradiou mais energia no planeta e derreteu a camada de gelo . Essa camada desaguou no mar, elevou o seu nível em 120 metros e ocorreu o chamado “Dilúvio Universal “. Os Maias disseram que quando o sistema solar estiver novamente a 180 graus de onde estava a 13.000 anos atrás, a Estrela do Norte brilha sobre o pólo, a constelação de Aquário aparece no horizonte e o trânsito décimo terceiro de Vênus se der – o que vai acontecer em 6 de junho de 2012 – o centro da galáxia pulssará e haverá manifestações de fogo, água, terra, ar. Eles falam, especificamente, de dois períodos de vinte anos , de 1992 a 2012 e 2012-2032 – de intensas mudanças.
Por que anunciavam isso?
A proximidade da morte faz com que as pessoas repensem suas vidas, examinem e corrijam a direção que tomam. Isso é algo que ocorre somente se algo se aproxima de você, ou você passa diretamente, te impacta tremendamente. Isto é o que tem acontecido com os tsunamis,os terremotos, as catástrofes naturais de que vivemos, os conflitos sociais, econômicos, etc.

Então, eles falam de morte.
Eles falam de mudança, de um despertar da consciência. Tudo o que está errado com o planeta está se potencializando com o objetivo de que a mente humana se dedique a resolvê-lo. Há uma crise de consciência individual. As pessoas estão vivendo “eventos de destino”, seja em seus relacionamentos, seus recursos, em sua saúde. É um processo de mudança que se baseia principalmente no desdobramento invisível, e está afetando em especial à mulher.
Por que as mulheres?
A mulher é quem terá o poder de criar a nova era, devido à sua maior sensibilidade. De acordo com as profecias – não só as maias, mas muitas -, a era que se aproxima é de harmonia e espiritualidade. As coisas que estão mal vão se resolver no período que os Maias chamaram de “tempo do não-tempo”, que será de 2012-2032. Desde 1992, o percentual de mulheres que vêem a aura (seres curadores) do planeta tem aumentado. Hoje, é de 8,6 por cento. Imagine que em 2014 seja de 10 por cento. Isso significaria o início de um período mais transparente. Essa seria a direção da mudança não violenta.

Mas o que se vê hoje é um aumento na agressividade …
As duas polaridades são intensificadas. Estão abertos os dois caminhos, o negativo, escuro, destruição, de confronto do homem com o homem; e o de crescimento da consciência. Existem várias vozes que estão levando os seres humanos a pensar sobre isso. Desde 1992, as informações proibidas dos gnósticos, dos maçons, dos Illuminati, estão abertas para que se utilize no processo de mudança de si mesmo. A religião esta acabando e a religiosidade é que irá permanecer.
Tudo isso os Maias deixaram escrito, assim específico?
Não a esse ponto. Eles disseram que o sol iria mudar as condições do planeta e criar “eventos de destino “. O sol bateu todos os recordes este ano. Os Terremotos aumentaram 425 por cento. A mudança de temperatura é muito intensa: de 92 para cá aumentou quase um grau, o mesmo que subiu nos últimos 100 anos anteriores. Antes, havia 600 ou 700 tormentas elétricas simultâneas, hoje há duas mil. Antes se registravam 80 raios por segundo, agora caem entre 180 e 220.
Como eles sabiam que isso ia acontecer?
Eles tinham uma tecnologia extraordinária. Em suas pirâmides havia altares de onde eles estudaram o movimento do sol no horizonte. Produziam gráficos com os quais sabiam quando haveria as manchas solares, quando aconteceriam tempestades elétricas. Foi um conhecimento que receberam dos egípcios, que, por sua vez, o receberam dos sacerdotes sobreviventes da Atlântida, civilização destruída 13.000 anos atrás. Os Maias aperfeiçoaram o conhecimentos e foram os criadores dos calendários mais precisos. Um deles, chamado “Conta larga” termina em 21 de dezembro de 2012, e marca o ponto do centro exato do período de 26.000 anos. Eles sabiam que essas mudanças estavam vindo e o que eles fizeram foi dar essa informação para o homem de 2012.
Será que estas mudanças só foram levantadas por eles?
Todas as profecias falam da mesma coisa. Os hindus, por exemplo, anunciam o momento de mudança e falam sobre a chegada de um ser extraordinário qual o mundo ocidental cristão apregoa. Os Maias nunca falaram de um ser extraordinário que viria para nos salvar, mas falaram de crescer em consciência e assumir a responsabilidade, cada ser na sua individualidade.
E se as pessoas não acreditam nisso?
Acreditando ou não, vai senti-lo no seu interior. A mudança que estamos vivenciando não é algo de se acreditar ou não. Neste momento, a maioria está vivendo um tempo de avaliação de sua vida. Por que estou aqui, o que está acontecendo, para onde eu quero ir? Basta olhar o crescimento da busca de espiritualidade, não de religiosidade, porque a religião não está dando mais respostas às pessoas.
A sua vida pessoal mudou?
Há quinze anos atrás, eu era tremendamente materialista. Minha conduta é muito diferente hoje. Eu me perguntei por que estava aqui, para quê, e por razões especiais acabei metido no mundo Maia. E posso afirmar que não se tratam de crenças falsas para substituir crenças falsas. Tirei muitas histórias da minha mente, mas eu ainda estou no terceiro nível de consciência, que é dominante no planeta.
Quem está mais em cima?
Há pessoas que estão em um nível 4 ou 5. São as menos famosas, de perfil baixo. Em uma viagem conheci um jardineiro extraordinário, por exemplo. Estes seres estão em serviço permanente, afetando a vida de muitas pessoas, mas não publicamente.
O que devemos fazer, de acordo com essa teoria?
O universo está nos dando uma oportunidade individual para reestruturar nossas vidas. A maneira de sincronizar-nos é, primeiro, não ter medo, perceber que podemos mudar nossa consciência. A física quântica já disse: a consciência modifica a matéria. O que significa que sua vida depende daquilo que você pensa. A distância entre causa e efeito tem diminuído. Há vinte anos atrás, para que se manifestasse algo em sua vida, necessitava-se de muita energia. A vinte anos atrás qualquer fator de punição de um ato maldoso ganhavam-se os anos para receber alarde. Hoje tudo ganha destaque rápido. A corrupção pelo mundo a fora tem ganhado destaque internacional. As ditaduras estão caindo. As religiões estão a cada dia mais problemáticas, Hoje, você pensa algo e em uma semana está acontecendo. Sua mente causa isso. O que devemos é buscar, as respostas estão aí. Basta ter olhos para ver e ouvidos para ouvir.

(original em espanhol)


São duas as asas que nos levarão à perfeição


A tese de que a experiência na carne é indispensável ao progresso das almas, ou Espíritos, está bem definida em duas conhecidas questões d´O Livro dos Espíritos.

Na questão 132, tratando do objetivo da encarnação dos Espíritos, os imortais foram diretos: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

Na questão 133, Kardec refere-se aos Espíritos que desde o princípio sempre seguiram o caminho do bem. Teriam eles também necessidade da encarnação? Eis a resposta, igualmente direta e objetiva: “Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito.”

Uma questão que se impõe, em face dos ensinamentos ora transcritos, diz respeito ao modo, à forma, às condições em que a caminhada para a perfeição se realiza.

Devemos dar ênfase, nesse processo, somente às questões morais, em detrimento da busca do conhecimento? E quanto àqueles que buscam o conhecimento, mas negligenciam tudo o que diz respeito à vida moral?

A resposta a semelhantes questões vamos encontrar na obra “O Consolador”, que Emmanuel redigiu em 1940, por intermédio de Chico Xavier. Perguntaram-lhe: “A alma humana poder-se-á elevar para Deus, tão-somente com o progresso moral, sem os valores intelectivos?”.

O então mentor espiritual do saudoso médium respondeu: “O sentimento e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita. No círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como adiantamento moral e adiantamento intelectual, mas, como estamos examinando os valores propriamente do mundo, em particular, devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro sobre o segundo, porquanto a parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências, enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais importante das energias evolutivas.” (O Consolador, questão 204.)

Anos depois - em 1954 - no prefácio que escreveu para o livro “Nos Domínios da Mediunidade”, de André Luiz, psicografado também por Chico Xavier, Emmanuel retomou o assunto para lembrar que o túmulo é uma porta à renovação, assim como o berço é acesso à experiência, e que nosso estágio na Terra é uma viagem com destino às estações do Progresso Maior. E advertiu: "Sem noção de responsabili­dade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a pe­regrinação libertadora para os Cimos da Vida."  

Eis providências que não poderiam faltar nas metas que traçamos relativamente à nossa própria existência, nem deveriam ser ignoradas por pais e mães com referência ao processo educacional de seus filhos.

Fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano6/272/editorial.html

sábado, 27 de outubro de 2012

A Criança – Uma visão espírita

A infância é a fase em que o espírito está mais acessível às impressões que recebe. O espírito lentamente assume o controle da organização fisiológica e o processo de reencarnação não se completa de imediato ao nascimento, ou seja, gradualmente ele vai se adaptando ao mundo em que reencarnou, os hábitos bons ou maus que adquirir, nesta fase, serão os que o nortearão por toda a existência planetária.

Lembra-nos Allan Kardec, em o Livro dos Espíritos (questão 199-a explicação e questão 385), que a infância não é um estado normal de inocência, o espírito já possui sua bagagem espiritual, boa ou má, de existências anteriores. Durante o período em que seus instintos se conservam adormecidos, a criança é mais maleável, acessível aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-la progredir. Nessa fase, é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas.

Além de sua origem espiritual, a criança possui diversidades ligadas ao seu momento histórico, sócio-econômico, religioso, escolar e outros, que se refletem no plano reencarnatório e orgânico, determinando e modificando o comportamento. Crianças que, junto com seu núcleo familiar, apresentam comportamento que reflete inconscientemente o seu passado espiritual e suas atuais relações, podem criar em sua psicosfera, um ambiente propício para processos obsessivos de variadas matizes.

Na educação infantil o Movimento Espírita conta com a Evangelização, que repassa a Doutrina Espírita, levando às crianças a moral cristã de forma didática e sistemática. Porém, crianças que vem apresentando processos obsessivos, problemas psicológicos ou comportamentais, necessitam de uma forma diferenciada de trato. É necessário ter um trabalho individualizado, isto é, que não se entenda a criança apenas como parte de um grupo, mas também que compreendamos suas ações e reações em relação a tudo que ela vivencia na casa espírita e se possível no seu convívio familiar.

Com base nesse preceito, a Evangelização Infantil deve disponibilizar em sala uma sistemática, cuja finalidade principal é acompanhar as crianças e adolescentes de forma mais próxima, tentando conhecer a realidade familiar e espiritual daquele ser. Essa atividade poderia ser uma evangelização para auxílio a problemas espirituais infantis, que objetivará atender esses seres de forma holística.

(Este texto foi retirado das diretrizes do Tratamento Espiritual Infantil/Assitência Espiritual à Criança - implantando no Centro Espírita Fundação Allan kardec em Manaus/AM)


A caridade material e a caridade moral.


"Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos nos fizessem eles." Toda a religião, toda a moral se acham encerradas nestes dois preceitos. Se fossem observados nesse mundo, todos seríeis felizes: não mais aí ódios, nem ressentimentos. Direi ainda: não mais pobreza, porquanto, do supérfluo da mesa de cada rico, muitos pobres se alimentariam e não mais veríeis, nos quarteirões sombrios onde habitei durante a minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças a quem tudo faltava.
Ricos! pensai nisto um pouco. Auxiliai os infelizes o melhor que puderdes. Dai, para que Deus, um dia, vos retribua o bem que houverdes feito, para que tenhais, ao sairdes do vosso invólucro terreno, um cortejo de Espíritos agradecidos, a receber-vos no limiar de um mundo mais ditoso.
Se pudésseis saber da alegria que experimentei ao encontrar no Além aqueles a quem, na minha última existência, me fora dado servir!...

Amai, portanto, o vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois já sabeis, agora, que, repelindo um desgraçado, estareis, quiçá, afastando de vós um irmão, um pai, um amigo vosso de outrora. Se assim for, de que desespero não vos sentireis presa, ao reconhecê-lo no mundo dos Espíritos!
Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se.
A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral.
Essa caridade, no entanto, não deve obstar à outra. Tende, porém, cuidado, principalmente em não tratar com desprezo o vosso semelhante. Lembrai-vos de tudo o que já vos tenho dito: Tende presente sempre que, repelindo um pobre, talvez repilais um Espírito que vos foi caro e que, no momento, se encontra em posição inferior à vossa. Encontrei aqui um dos pobres da Terra, a quem, por felicidade, eu pudera auxiliar algumas vezes, e ao qual, a meu turno, tenho agora de implorar auxilio.
Lembrai-vos de que Jesus disse que todos somos irmãos e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus: pensai nos que sofrem e orai. Irmã Rosália. (Paris, 1860.)

Fonte: "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Capítulo XIII, nº 9.




OS ANIMAIS NO PLANO ESPIRITUAL

Uma análise sobre como ocorre o processo evolutivo e reencarnatório no reino animal.

Por dra. Irvênia Prada
Na literatura espírita, encontramos com bastante freqüência alusões a figuras de animais no plano espiritual. Por exemplo, Hermínio C. Miranda, em Diálogo com as Sombras, descreve o "dirigente das trevas" como sendo visto quase sempre montado em animais. Brota imediatamente em nossa mente a pergunta: Qual a natureza desses animais?

Também André Luiz refere-se, em suas obras, a cães puxando espécies de "trenós" (livro Nosso Lar), aves de monstruosa configuração (Obreiros da Vida Eterna), e assim por diante.

Realmente, identificar a natureza dessas figuras de animais no plano espiritual não é tarefa fácil. Alguns casos são de mais direto entendimento.

Assim, em A Gênese lê-se que "o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos dos quais tem o hábito de se servir; um avaro manejará o ouro..., um trabalhador o seu arado e seus bois... "

Esses bois, portanto, não são animais propriamente ditos, mas, criações fluídicas, formas-pensamento.

Em outras situações, em que são vistos animais ou sentido a sua presença, existe também a possibilidade de que sejam, mesmo, perispíritos de animais ou, se quisermos assim dizer, animais desencarnados.

Digo animais desencarnados mas, haveria ainda a hipótese de serem também animais encarnados, em "desdobramento" (viagem astral), estando então seu espírito e perispírito desprendidos do corpo físico, por exemplo, durante o sono. Mas, o espírito Alvaro esclareceu-nos, dentre muitas outras questões, que "os animais quando encarnados possuem raros desprendimentos espirituais, isso acontecendo apenas em casos de doenças, fase terminal da existência ou em casos excepcionais com a atuação dos espíritos, pois geralmente permanecem fortemente ligados à matéria". Esta possibilidade de explicação da presença de animais no plano espiritual, de modo particular os animais desencarnados, me parece lógica e portanto, aceitável.

O nosso prezado confrade Divaldo Pereira Franco contou-me, certa feita, que há alguns anos, esteve em determinada cidade brasileira, para uma conferência e, ao ser recebido na casa que iria hospedá-lo, assustou-se com um cachorro grande, que lhe pulou no peito. A anfitriã percebeu-lhe a reação:

- O que foi, Divaldo?

Foi o cachorro, mas está tudo bem!

Que cachorro, Divaldo, aqui não tem cachorro nenhum!

- Tem sim, esse pastor aí!

- Divaldo, eu tive um cão da raça pastor alemão, mas ele morreu há um ano e meio!

E Divaldo concluiu: - era um cão espiritual!

Segundo o meu entendimento, é possível e até muito provável que esse cão desencarnado ainda estivesse por ali, no ambiente doméstico que o acolheu por muitos anos, tendo sua presença sido detectada pela mediunidade de Divaldo Franco.

Não posso deixar de referir, novamente, a obra magnífica Os Animais tem Alma?, de Ernesto Bozzano, que recomendo para leitura e aprendizado sobre o assunto, porque dos 130 casos descritos, de manifestações metapsíquicas envolvendo animais, muitos estão inseridos nesta categoria de fenômenos, ou seja, em que animais, pela atuação de seu perispírito são vistos e ouvidos ou sentido sua presença.

Herculano Pires também comenta a respeito de "casos impressionantes de materialização de animais, em sessões experimentais", em seu livro Mediunidade. Vida e Comunicação, do que se presume que esses animais se encontravam previamente na dimensão espiritual.

Uma terceira possibilidade que vejo, em relação à presença de figuras animais no plano espiritual é a de perispíritos humanos se encontrarem metamorfoseados em formas animais, sem contudo, perderem a sua condição de espíritos humanos, é claro! E o fenômeno que se conhece com o nome de zoantropia (zôo = animal e antropos, do grego = homen), do qual uma variedade é a licantropia (tycos, do grego = lobo).

Temos o relato de um caso de licantropia no livro Libertação, de André Luiz. O obsessor, desencarnado, encontra a sua "vítima", uma mulher, e conhecendo-lhe a fragilidade sustentada por um complexo de culpa, passa a acusá-la cruelmente, e conclui " - A sentença está lavrada por si mesma! Não passa de uma loba, de uma loba, de uma loba... ". E assim, induzida hipnoticamente, sua própria mente vai comandando a metamorfose de seu perispírito que, aos poucos e gradativamente se modifica, assumindo por fim, a figura de uma loba. Diga-se de passagem, não foi o obsessor que diretamente transformou a sua figura humana, em loba. Foi ela mesma, ao aceitar a sugestão mental que partiu dele.

Afinidade e sintonia são o elementos básicos para o estabelecimento do "pensamento de aceitação ou adesão", conforme explica André Luiz em Mecanismos da Mediunidade.

E por falar em perispírito de animais, em A Evolução Anímica, Gabriel Delanne comenta (resumidamente), que na formação da criatura vivente, a vida não fornece como contingente senão a matéria irritável do protoplasma e nada se lhe encontra que indique o nascimento de um ser ou outro, de vez que a sua composição é sempre uma e única para todos. É o perispírito, que contém o desenho prévio e que conduzirá o novo organismo ao lugar na escala morfológica, segundo o grau de sua evolução.

A REENCARNAÇÃO

Em O Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte questão que Kardec coloca aos espíritos: - O que é a alma (entenda-se humana) nos intervalos das encarnações?

R - "Espírito errante, que aspira a um novo destino e o espera".

Nas questões que se seguem, lemos também a expressão "estado errante".

Um dos significados da palavra errante, no dicionário de Caldas Aulete é "nômade, sem domicílio fixo", e de errar, é "vaguear" (errando ao acaso... ). Por sua vez, erraticidade, o mesmo que erratibilidade, quer dizer: "caráter do que é errático. (Espir.) Estado dos espíritos durante os intervalos de suas encarnações".

Bem, chegando aos animais, surge a natural curiosidade de se saber como o seu espírito se comporta na erraticidade, se é que para eles existe erraticidade.

No Livro dos Espíritos lemos "- A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado errante, como a do homem após a morte?

R - "Fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo. Mas não é um espírito errante. O espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do espírito. O espírito do animal é classificado após a morte, pelos espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente: não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas".

Bem, vamos por partes!

Algumas pessoas entendem, a partir desse texto, que os animais, assim que desencarnam, são prontamente reconduzidos à reencarnação.

A expressão "utilizado quase imediatamente" não necessariamente deve ter esse significado. O espírito do animal pode ser prontamente "utilizado "para uma infinidade de situações, dentre elas, inclusive, o reencarne, e então, em todas elas, "não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas".

Entendo que os animais, sendo conduzidos por espíritos humanos, não dispõem de tempo livre, digamos assim, para se relacionarem com outras criaturas, ou fazer o que quiserem, a seu bel-prazer mas, sim da maneira como decidiram seus orientadores. Aliás, é o que sugere o texto em foco "O Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade".

Em O Livro dos Médiuns, Kardec trata da possibilidade da evocação de animais e pergunta aos espíritos: "- Pode-se evocar o Espírito de um animal?". R: "- O princípio inteligente, que animava um animal, fica em estado latente após a sua morte. Os espíritos encarregados deste trabalho, imediatamente o utilizam para animar outros seres, através das quais continuará o processo de sua elaboração. Assim, no mundo dos espíritos, não há espíritos errantes de animais, mas somente espíritos humanos..." Herculano Pires, tradutor da obra, faz a seguinte chamada em rodapé: Espíritos errantes são os que aguardavam nova encarnação terrena (humana) mesmo que já estejam bastante elevados. São errantes porque estão na erraticidade, não se tendo fixado ainda em plano superior. Os espíritos de animais, mesmo dos animais superiores, não tem essa condição. Ler na Revista Espírita n° 7 de julho/ 1860, as comunicações do espírito Charlet e a crítica de Kardec a respeito.

Apesar da colocação dos espíritos ter sido taxativa, de que não há espíritos errantes de animais, os fatos falam ao contrário. Se assim fosse, isto é, se não existissem animais (desencarnados) no plano espiritual, como explicaríamos tantos relatos? Como explicaríamos a existência dos chamados "espíritos da natureza?".

Ernesto Bozzano, em Os animais têm alma? refere, dentre os 130 casos de fenômenos supranormais com animais, dezenas de episódios com aparição de bichos em lugares assombrados, com materialização e visão com identificação de fantasmas de animais mortos.

Novamente, em O Livro dos Espíritos, lemos "Nos mundos superiores, a reencarnação é quase imediata". Se é assim a reencarnação dos espíritos mais evoluídos, seria até de se esperar que os espíritos de animais, sendo mais primitivos, demorassem mais tempo para voltar à matéria. Entretanto, nada conheço de conclusivo sobre esta questão.

ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL

Muito mais do que supomos, os animais são assistidos em seu desencarne por espíritos zoófilos que os recebem no plano espiritual e cuidam deles.

Notícias pela Folha Espírita (dez. 1992) nos dão conta de que Konrad Lorenz - zoólogo e sociólogo austríaco, nascido em 1903 -, o pai da Etologia (ciência do comportamento animal, que enfoca também aspectos do comportamento humano a ele eventualmente vinculados) continua trabalhando, no plano espiritual, recebendo com carinho e atenção, animais desencarnados.

Também temos informações que nos foram transmitidas, pelo espírito Álvaro, de que há vários tipos de atendimento para os animais desencarnados, dependendo da situação, especialmente para os casos de morte brusca ou violenta, possibilitando melhor recuperação de seu perispírito. Existem ainda instalações e construções adequadas para o atendimento das diferentes necessidades, onde os animais são tratados.

Tendo sido perguntado se os animais têm "anjo da guarda", Álvaro respondeu que sim; alguns espíritos cuidam de grupos de animais e, à medida que eles vão evoluindo, o atendimento vai tendendo à individualização.

Concluindo, podemos dizer que para os animais é discutível se existe o estado errante ou de erraticidade. Eu, particularmente, estou propensa a aceitar que esse estado existe, sim, para os animais, se o entendermos como "o estado dos espíritos durante os intervalos das encarnações".

Se esses intervalos são curtos ou longos, não se sabe exatamente. Penso que existem situações das mais variadas possíveis, face à grandeza da biodiversidade animal, devendo, portanto, acontecer tanto reencarnes imediatos, quanto mais ou menos tardios.

Por outro lado, existe ainda, a consideração feita de que o espírito errante pensa e age por sua livre vontade, além de ter consciência de si mesmo, o que não aconteceria em relação aos animais.

Mas, isso não aconteceria até mesmo com espíritos humanos em determinadas e graves condições de alienação mental, como é o caso dos "ovóides", a exemplo do que refere André Luiz, no livro Libertação.

A rigor, nesta abordagem, teríamos que condicionar o conceito de erraticidade, não apenas ao fato do espírito (humano ou animal) estar desencarnado - vivenciando, portanto, o intervalo entre duas encarnações - como também às suas condições mentais do momento.

Quanto ao reencarne dos animais, perguntou-se ao espírito Álvaro se os animais estabelecem laços duradouros entre si." - Sim, existe uma atração entre os animais, tanto naqueles que formam grupos como naqueles que reencarnam domesticados. Procuramos colocar juntos espíritos que já conviveram, o que facilita o aparecimento e a elaboração de sentimentos".

E qual é a finalidade da reencarnação para os animais? Conforme os espíritos da codificação, a finalidade é sempre a da oportunidade de progresso.

Extraído do livro: A questão espiritual dos animais 


TODOS OS ANIMAIS MERECEM O CÉU

Este foi o título escolhido pelo autor e veterinário Marcel Benedeti para o livro que relata a reencarnação dos animais, a eutanásia, o sofrimento como forma de evolução desses seres, a existência de colônias que cuidam dos animais no plano espiritual e outras questões importantes.

A obra foi uma das premiadas no Concurso Literário Espírita João Castardelli 2003-2004, promovido pela Fundação Espírita André Luiz. Esse foi o primeiro livro do autor que se especializou em homeopatia para animais e conheceu a doutrina espírita na época em que cursava a faculdade, apesar de sua mediunidade ter se manifestado muito antes desse período. Marcel relata que quando trabalhava em uma livraria e se preparava para prestar vestibular, em um dia de pouco movimento, foi para a parte de baixo da loja estudar e notou que estava sendo observado por um senhor. Resolveu perguntar se o senhor desejava alguma coisa e ele lhe respondeu que só estava achando interessante ele estudar, então explicou que queria passar no vestibular de veterinária e o velhinho disse que não se preocupasse porque passaria. Previu também outros fatos que aconteceriam.

Em seguida se despediu dizendo que se veriam depois. Após alguns instantes comentou com seu colega de trabalho que tinha achado aquele homem esquisito por fazer previsões do futuro. O colega disse que não havia entrado ninguém na livraria, foi então que se deu conta de que se tratava de um espírito. Este mais tarde é que lhe ditaria o livro.

O tema da obra fez tanto sucesso que se transformou também em programa de rádio. Nossos irmãos animais vai ao ar toda quarta-feira, às 13h na Rede Boa Nova. Com apresentação de Ana Gaspar, Maria Tereza Soberanski e Marnel Benedeti.

Como o livro foi escrito?

Escrevi o livro em menos de um mês, durante os intervalos das consultas, mas o espírito que ditou não quis se identificar.

As cenas foram surgindo em uma tela mental e ao mesmo tempo um espírito narrava os episódios. Outras vezes, não havia imagem, apenas a narrativa; nesses momentos se tornava mais difícil. Apesar de achar o livro maravilhoso, não acreditava que alguma editora pudesse se interessar pelo assunto. Mas certo dia estava ouvindo a rádio Boa Nova quando anunciaram o concurso literário espírita. Resolvi participar e acabei ganhando o concurso 2003-2004 e editando o livro pela editora Mundo Maior.

O que o livro acrescentar para os veterinários e pessoas que possuem animais?

Se as pessoas não tiverem a visão espiritual em relação aos animais, que eles tem espírito e sentimentos vão continuar tratando esses seres como objetos, como era há pouco tempo atrás. Essa onda de conscientização é recente.

Entramos na questão também de comer carne; cada um tem que perceber o que está fazendo. Eu mesmo comia carne e parei para pensar porque comia, se meu corpo recusava, me fazia mal... Mas quando comecei a lembrar as descrições feitas no livro a respeito do matadouro, passei a sentir repugnância da carne.

Sendo veterinário e espírita, como analisa a questão da eutanásia?

O ser humano tem o carma, o animal não. O animal tem consciência, mas muito mais restrita, em relação ao ser humano. Ele segue muito mais os seus instintos.

Então, como não tem carma, a eutanásia deve ser o último recurso utilizado; o veterinário deve fazer todo o possível para salvá-lo.

Se o animal estiver sofrendo muito e não existir outra maneira, o plano espiritual não condena, porque é um aprendizado tanto para o animal quanto para o dono que precisa tomar a decisão.

Os animais reencarnam?

Há um capítulo no livro que explica como ocorre a reencarnação dos animais. Este descreve que cada espécie de animal leva um tempo para reencarnar, mas por possuírem o livre-arbítrio ainda muito restrito, uma comissão avalia as fichas dos animais e estabelece o ambiente que deverão nascer e a espécie.

Como o conhecimento espiritual pode ajudar o veterinário no trato com os animais?

O veterinário, em geral, por natureza, mesmo não sabendo já é espiritualizado, pelo fato de gostar de animais e querer salvar a vida deles. Quando o veterinário adquire consciência de que o animal não é um objeto e sim um ser espiritual, que possui inteligência e sentimento, muda o seu ponto de visa, passa a enxergar os fatos de uma forma mais ampla. Com certeza se mais veterinários tivessem um conhecimento espiritual, o tratamento em relação aos animais seria melhor.

Como é aplicada a homeopatia para animais?

No Brasil, a homeopatia ainda é pouco aplicada nos animais porque muitos acham que não funciona. Só utilizo a homeopatia quando o dono do animal permite e, em casos mais graves, a homeopatia entra como terapia complementar, porque demora um pouco mais para trazer resultado e alguns casos são urgentes.

O uso da homeopatia é igual tanto para pessoas quanto para animais. A única diferença é que o animal não fala, então o dono precisa ser um bom observador para relatar a personalidade do animal para o veterinário, e muitas vezes, não possui as informações necessárias para um diagnóstico mais preciso.

Pergunto, por exemplo, se o animal gosta de quente ou frio, do verão ou do inverno, a posição em que dorme, entre outras perguntas do gênero.

Tive o caso, de um gato com câncer e que em decorrência da doença estava com o rosto deformado. Como tratamento ele melhorou 70%. Só não foi melhor porque esse gato saia e demorava a voltar e com isso interrompia o tratamento.

Cuidei também de um cachorro com problema de comportamento muito; agressivo. O animal, depois de 10 dias, parecia outro, muito mais calmo. Utilizo também florais para animais em casos emocionais. Se nós equilibramos emocional, o organismo ganha condições combater as bactérias.

E os próximos livros?

Já tenho na editora outro livro em análise que tem o título: Todos os animais são nossos irmãos. E já estou escrevendo o terceiro. Pelas informações que recebi do plano espiritual, serão seis livros.

Entrevista realizada por Érika Silveira

(Extraído da Revista Cristã de espiritismo nº 29, páginas 54-59)